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Books, Clouds, Home e Quiet, ou como quatro histórias formam o novo projeto  de Too Many Suns 

Depois do álbum “Meaning of Light”, os Too Many Suns regressam com a estreia de…

Texto de Patrícia Nogueira

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Depois do álbum “Meaning of Light”, os Too Many Suns regressam com a estreia de um novo single com data marcada para o dia 18 de fevereiro. “Quiet” é o primeiro avanço de um EP com o mesmo nome e vem acompanhado de um videoclipe. 

A história começa quando dois “solteiros musicais” decidem que está na hora de criar um projeto que não se esfume como os anteriores.  Hugo Hugon lembra-se de sempre ter tido música nos seus dias. Com cerca de quinze anos já tocava guitarra, começou a juntar-se a amigos, criar bandas – a primeira mais a sério com Vasco Rato, baixista da banda, os 9 Live Cats – e a beber de várias influências. O “currículo” de João Cardoso, o baterista da banda, andou também, a certa altura, lado a lado com o de Hugo Hugon, assim como o de Vasco Rato, que entre formação musical e uma banda do secundário, decidiu que estava na altura de abraçar, “finalmente”, a música de uma forma mais séria. De três vontades moldou-se uma banda que toca “dirty pop and lovely rock” - “Eu e o João estávamos os dois sem nada e eu continuava sempre a compor, sempre com essa vontade de fazer música, assim como o João, então telefonei ao João e propus-lhe criar uma banda. Criámos o nosso primeiro EP, o Garden, e depois apareceu o Vasco, que foi uma entrada muito feliz. Mas os nossos percursos musicais estão todos conectados”, conta Hugo Hugon em entrevista ao Gerador. 

Foi assim, em Lisboa, no início de 2018, que Hugo Hugon na guitarra e voz, e João Cardoso na bateria, criaram a banda Too Many Suns. A semente foi lançada num estúdio, no Intendente, e em poucas semanas criaram as cinco canções que formaram o seu primeiro EP “Garden”, produzido em parceria com Gonçalo Formiga na ruralidade do seu estúdio caseiro, em pleno Oeste Litoral. Após o primeiro EP, e já com Vasco na banda, foi altura de “Meaning of Light”, editado em outubro de 2020, gravado e produzido por Miguel Vilhena nos estúdios da Pontiaq Records, começar a viajar por Portugal e pelos rádios de quem ainda gosta de ter uma cassete, isto porque Too Many Suns lançaram o disco também neste formato. A apresentação deste primeiro álbum encheu o estúdio Time Out a 5 de novembro de 2020, e contou com os convidados Pedro Castilho e Duarte Queiroz. Passaram ainda por salas como o Capitólio e Titanic Sur Mer. 

Nessa altura, o país parou, mas a vontade dos três amigos e músicos em continuar a produzir, levou-os a não parar de criar. “Quiet” foi mixado, masterizado e produzido por André Isidro, e gravado nos estúdios da DuckTape Melodies, em Lisboa. Questionados sobre esta viagem de três projetos, João conta que, “uma grande mudança foi o facto de quando fizemos o Garden, era só eu e o Hugo. No início foi uma coisa muito experimental, digamos assim, depois o Vasco entrou e isso mudou tudo, pudemos explorar sonoridades. Desde aí não mudámos muito a nossa sonoridade, feliz ou infelizmente, não nos prendemos só a um estilo, a nossa sonoridade vai desde baladas, músicas mais introspectivas, outras a rasgar, outras a roçar o punk...”.   

Dentro de Too Many Suns cabem laivos doces de música que nos remetem para baladas, outras vezes um rock que nos faz querer saltar do início ao fim - “Nós não andamos a fazer música a tentar soar rock ou pop. Fazemos coisas que nos soam bem e que, por acaso, se encaixam mais dentro de umas caixas do que noutras. Há bandas que estão explicitamente a fazer metal, nós não, nós somos defensores de fazer aquilo que achamos que fica bem para nós”, explica Vasco Rato. O vocalista da banda, menciona ainda a “amálgama de influências” que todos trazem e que se reflete neste novo álbum.  

Books, Clouds, Home e Quiet, como que criam uma linha, de diferentes histórias, para nos levar a uma introspeção, sobre os tempos em que vivemos. Hugo conta que este novo EP reflete o que viveram. Não tinham concertos, só a vontade de continuar a criar - “Nós não tínhamos concertos, e por isso quisemos fazer este EP para ocupar estrategicamente o tempo da banda e para sentirmos que estávamos a fazer algo enquanto banda, porque a pandemia também tirou a vida a muitas bandas”. Hugo, conta ainda que, no que toca à história de cada música, estas vieram de uma ideia de uma certa introspeção - “Sei que parece sempre um cliché, mas é um facto, são consequência de uma certa introspeção, mas uma consequência que traz algo de bom. Há algo de criativo, algo de história que vem de coisas obviamente pessoais. Quis trazer alguma história, neste caso quatro histórias específicas de coisas que vieram como consequência de uma certa introspecção que a pandemia também trouxe e no meio disso, tirar qualquer coisa de artístico. Quis associar cada palavra a uma música, porque achei que cada uma era sobre uma coisa, e foram coisas que iam aparecendo e serviam com uma certa expurga no tempo. Cada uma conta uma pequena história sobre algo”.  

Cada música foi também feita de uma forma diferente, o single da banda, foi feita, conta Hugo, quando estava a dormir - “quando estava quase a dormir, veio-me uma música à cabeça e gravei, e no dia a seguir, fui ver, pus a guitarra por cima, e depois a partir daí construímos o resto”, conta Hugo.  A Books nasceu entre uma pausa para cigarro, algumas brincadeiras no teclado e em “em dez minutos”, criaram a música de forma espontânea, “a Cloud foi um processo parecido com a da Quiet, e a Home foi parecida à Books”.  O single que dá nome ao EP é acompanhado de um videoclipe com realização e edição de Simão Reis, pelas esquinas e ruelas de Lisboa, que são queridas para a banda e que fazem parte da sua história. Nas palavras da banda: “O contraste entre a espera e a mudança foi o que decidimos acentuar no videoclipe, mostrando-nos em planos estáticos, mas irrequietos, num conjunto de situações em que o que muda, brinca com o que fica imóvel, e em que o ponto de encontro é precisamente a inevitável mudança”. 

Paixão, trabalho e cooperação, não só com a sua “banda amiga” Rei Marte, mas também com todos os músicos que se têm cruzado no seu percurso musical, é o que define o propósito da banda que tem em vista, “quem sabe um futuro vinil”, e, de certeza, outros projetos, e por isso deixam uma mensagem para quem está a começar: “O concelho que damos a essas bandas é que trabalhem, ensaiem muitas vezes por mês, façam músicas, falem com pessoas, criem relações, vejam quem gosta de vocês. Há bandas com mais sorte outras menos, tipos de som que estão a bombar mais no momento, um conjunto de fatores que não são fáceis, mas nós pegámos em nós e fizemos um EP, isso permitiu-nos agarrar a qualquer coisa, não o fizemos só porque sim”.  

O single Quiet já está disponível nas plataformas habituais, mas o disco (com o mesmo nome) só estará disponível a partir de dia 27 de março. Para além disso, a banda estará no dia 26 de março em Gaia – para um concerto no âmbito do “Holograma da Casa na Área Metropolitana do Porto” - e com algumas datas ainda a anunciar em Lisboa. 

Texto de Patrícia Nogueira
Fotografia da cortesia de Too Many Suns

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