Investigar é desocultar a verdade que interesses poderosos tentam manter escondida.
A viver os reflexos profundos da crise de sustentabilidade, provocada pela revolução digital e acentuada pela crise do subprime, o jornalismo precisa de se emancipar, recuperando a relevância que o tornou pilar da democracia.
Os sinais indicam-nos que o jornalismo de qualidade, verdadeiramente distintivo das outras formas de comunicação que circulam no espaço público, tem o poder de salvar o jornalismo. Ao mesmo tempo que o jornalismo de investigação, feito com um outro tempo, um outro envolvimento do jornalista, um outro rigor se afirma a expressão mais firme da qualidade jornalística, também tem sido a principal vítima da crise que afeta todo o edifício jornalístico.
Neste curso (9h) vais analisar as diversas soluções que permitirão ao jornalismo de investigação resistir. A relevância social desta forma superior de jornalismo determina que nos esforcemos por lhe prolongar a vida.
Quais são os objetivos deste curso?
- Refletir sobre as diferenças entre jornalismo quotidiano e jornalismo de investigação;
- Conhecer o perfil do jornalista de investigação:
- Avaliar o impacto social do jornalismo de investigação;
- Identificar as pressões que tentam silenciar a investigação jornalística e refletir sobre a forma de as ultrapassar;
- Caracterizar as soluções que permitem ao jornalismo de investigação resistir;
- Refletir sobre os desafios que o visual coloca à investigação jornalística.
Quem é o formador?
Pedro Coelho é Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL (NOVA FCSH) e Grande Repórter de investigação da SIC. Autor de diversas grandes reportagens de investigação premiadas, publicou também vários livros e foi distinguido com vários prémios de jornalismo, entre eles dois prémios Gazeta de televisão (2014 e 2017). Recebeu, ainda, a medalha comemorativa dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, atribuída pela Assembleia da República.
Qual é o programa das aulas?
Aula 1 | Jornalismo de Investigação e jornalismo quotidiano
David Randall diz-nos que o jornalismo de investigação começa onde o jornalismo quotidiano termina, porque o jornalista de investigação não se rende ao silêncio das fontes oficiais. Dean Starkman avisa-nos que o jornalismo de investigação vai ao encontro das visões heterodoxas da realidade, absorvendo-a a partir do profundo conhecimento das margens. John Pilger fala-nos da subversão do jornalista de investigação e da sua recusa em ser porta-voz dos porta-vozes. A partir destas vozes faremos uma viagem ao interior do jornalismo de investigação percorrendo as suas especificidades.
Nesta primeira aula analisaremos, por fim, a forma como o jornalismo de investigação se adapta às diferentes plataformas de distribuição mediática, avaliando, sobretudo, os desafios colocados pelo visual.
Aula 2 | As pressões que tentam silenciar o jornalismo de investigação
Érick Neveau e T. Hamilton asseguram-nos que o jornalismo de investigação é muito elogiado, mas insuficientemente praticado, porque a investigação exige jornalistas disponíveis para investigar e, simultaneamente, resistirem às pressões internas (da organização para a qual trabalham) e externas (dos interesses poderosos que a investigação tenta desocultar). Identificaremos essas pressões e analisaremos a forma de as ultrapassarmos. Identificaremos, por isso, a relevância da prova jornalística e caracterizaremos aprofundadamente o perfil do jornalista de investigação.
Aula 3 | A resistência do jornalismo de investigação e os desafios da colaboração
A relevância social do jornalismo de investigação, o impacto criado pela desocultação da verdade, exige que nos esforcemos por encontrar soluções para o jornalismo de investigação. Nesse sentido, a partir do trabalho de alguns consórcios jornalísticos, analisaremos o papel do jornalismo colaborativo e avaliaremos o potencial do frágil mercado português para substituir competição por colaboração. A colaboração jornalística, como nos mostra Richard Sambrook, dá ao jornalismo de investigação a escala que torna inevitável a publicação da matéria.
Quando acontece?
14, 15 e 16 de agosto. Das 9h00 às 12h00
Como funciona o curso?
Este curso tem a duração de 9 horas repartidas em 3 dias de aulas. Esta formação é realizada por videoconferência, online. Vais receber um link através do qual consegues aceder à formação em tempo real. As aulas ficam gravadas para consulta, a pedido do aluno, durante o período do curso.
Como posso participar?
Para teres acesso à experiência completa, adquire aqui o teu pacote Academia de Verão.
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