Luísa Azevedo, mais conhecida como Hey Luisa no Instagram, é natural da Covilhã. Sempre viu a expressão artística como um meio para criar o seu mundo imaginário, interessando-se por fotografia, design e arte digital. Aprendeu, através de tutoriais no YouTube, como usar o Photoshop e, desde então, usa sua página de Instagram com 133k seguidores para desconstruir e reconstruir a sua realidade através da foto manipulação.
Para esta Pergunta da Sorte o cenário escolhido foi os jardins da Gulbenkian. Quando a Luísa chegou começamos a nossa caminhada em busca do lugar para nos sentarmos. Pelo caminho confessou-me que esta era a primeira entrevista que fazia em pessoa, estando mais habituada a responder a perguntas por email. Mas nada havia para temer, ou não fosse o nosso tabuleiro tão amigo dos seus jogadores. Finalmente, encontramos um recanto onde nos podemos sentar e começar o jogo. Sentamo-nos e explico-lhe as regras da Pergunta da Sorte. A Luísa lança o dado e avançamos 1 casa indo parar, ora adivinhem, ao número 1, onde nada acontece. Começamos bem. Volta-se a dar corda ao dado e, desta vez, avançamos mais 1 casa que nos leva a uma Pergunta da Sorte, em que posso fazer a pergunta que escolher na altura.
Pergunta da Sorte: Quando criaste a página de instagram, aos 15 anos, já tinhas como objetivo chegares onde chegaste ou era só um perfil onde irias colocar fotografias que ias tirando?
Luísa Azevedo (LA): Quando comecei não fazia a mínima ideia do que queria. Era um perfil perfeitamente normal. Era um perfil pessoal, onde publicava selfies, fotos com amigos, fotos dos meus gatos. Mas comecei a ficar cada vez mais interessada em fotografia e comecei a seguir contas profissionais de fotografia. Comecei a ficar com um interesse louco que cada vez crescia mais. Pedi uma camara aos meus pais. Eles disseram, ‘arranjas o teu dinheiro e compras a tua camara’. Então, fui buscar as minhas poupanças e comprei a minha primeira camara. Tirava fotografias a tudo e mais alguma coisa. Foi assim que começou, foi assim que comecei a tirar fotografias. Publicava cada vez mais. As pessoas começavam a ter uma atenção diferente, porque também fui evoluindo ao longo do tempo. Depois, chegou a um ponto em que achei que precisava de uma camara melhor. Comprei outra camara, continuei a aprender mais coisas, até que chegou a um ponto em que percebi que havia pessoas a fazer foto manipulação. Achava aquilo absolutamente extraordinário até porque quando tive história, no 9º ano, a minha parte preferida foi a da arte surrealista. Adoro Magritte e Dali. Quando percebi que, através da foto montagem, dava para criar imagens surrealistas, que me faziam lembrar as pinturas de Magritte… ‘calma, calma lá. Se as outras pessoas conseguem aprender a mexer no Photoshop, então eu também consigo!’. Lembro-me que na primeira vez que arranjei uma versão do Photoshop era uma versão pirata. Mas isto ninguém precisa de saber…
Andreia Monteiro (AM): Acho que toda a gente passa por isso.
LA: Pois… acho que toda a gente acaba por começar assim. Arranjei a minha primeira versão e tive horas a fio a ver tutoriais no YouTube. Logo no primeiro dia em que arranjei o Photoshop tentei criar uma imagem. Não estava nada de especial, nada de jeito, nada de extraordinário, as pessoas olham e dizem – ‘calma, isto passou pelo Photoshop?’ – mas foi assim que começou. Cada vez queria mais e mais e aprendi mais e mais. Ainda quero aprender mais.
AM: Disseste que começaste por ver tutoriais no YouTube para perceber como se usava o Photoshop. Quando percebeste que querias utilizar essa ferramenta para as tuas publicações no instagram qual era a tua rotina para te obrigares a aprender e a aplicar ao mesmo tempo?
LA: Houve ali uma fase em que, se não publicava todos os dias, era quase. Primeiro começava por ter a ideia e depois saltava para o Photoshop. Não sabia bem como concretizar a ideia, então tinha de ir ver tutoriais. Tentava procurar pessoas que já tinham feito coisas parecidas. Lá está, era uma imagem por dia. Todos os dias tinha de criar uma imagem. Ou seja, como eram imagens diferentes e de coisas que não sabia fazer, tinha de aprender todos os dias e estava sempre a praticar. Claro que agora já não passo tanto tempo em cada imagem. Ainda agora estou a aprender coisas. Esta semana aprendi uma coisa nova no Photoshop que me facilita muito mais a vida e quem me dera já saber isto há três anos! (risos). Mas, basicamente, é partir das ideias. Tentar fazer coincidir a imagem no Photoshop com a ideia que tenho na minha cabeça.
Após lançarmos o dado avançamos 4 casas e vamos parar à Pergunta Rápida, onde temos cartas com perguntas de sim ou não que têm de ser respondidas sem pensar muito.
Pergunta Rápida: Hoje ou amanhã?
LA: Amanhã. Gosto de pensar no meu futuro, de ter objetivos para poder trabalhar para eles. Portanto, é sempre a pensar no amanhã.
Embaladas pelo amanhã fitamos o dado para ver onde ele nos leva. Andamos 2 casas e paramos noutra Pergunta da Sorte.
Pergunta da Sorte: Como disseste, és influenciada por pintores surrealistas. O que achas que herdaste da tua admiração pelo trabalho de Magritte e de Dali?
LA: Especialmente numa fase inicial notava-se mais a influência. Ainda não tinha definido o meu estilo e não estava a encontrar a minha imagem. Numa fase inicial era absolutamente obcecada por espelhos, tal como o Magritte. Aquelas imagem em que se faz a substituição dos reflexos, em que em vez do reflexo há uma paisagem do mar ou outra coisa. Tentei ao máximo emergir nesse conceito. Explorei imensos espelhos, quadros, reflexos a toda a hora. Isso ainda é uma coisa que gosto muito. Já não uso tanto a moldura, mas ainda tento jogar com os reflexos na água, especialmente. Foi uma coisa que se tornou parte do meu estilo.
AM: O Magritte é um dos meus pintores favoritos e este ano tive a oportunidade de ver Os Amantes ao vivo. Quando vi aquele que é um dos meus quadros de eleição ao vivo ia começando a chorar. Uma amiga que ia comigo nem podia acreditar que eu me estava a emocionar por estar a olhar para um quadro que já tinha visto imensas vezes em fotografias. ‘Andreia não vais começar chorar porque estás a ver um quadro’. Mas a verdade é que ia, porque é um daqueles quadros que mexe mesmo comigo.
LA: Percebo perfeitamente! É qualquer coisa de extraordinário. Foi revolucionário.
AM: Também acho. Gosto mesmo da expressão dele.
É com espanto que a Luísa recebe a próxima sugestão do dado quando este exibe o número 6. Assim, vamos parar à casa da Pergunta da Sorte.
Pergunta da Sorte: Quem olha para as tuas imagens é transportado para o mundo imaginário que propões. Mas da perspetiva da artista que as compõe e sabe a técnica que está por detrás destas composições, parte dessa magia não se perde?
LA: Não. Acho que o fundamental, ainda mais importante do que a técnica, é a ideia, o conceito. O que eu quero muito transmitir às pessoas é um mundo imaginário que tem muito a ver com a minha infância e sei que ressoa muito na infância de outras pessoas. Ainda agora olho para as minhas imagens e encontro erros técnicos. Sei que outras pessoas, que têm mais olho para isso, também o veem. Há pessoas que já me fizeram críticas construtivas e que me disseram que tinha de melhorar determinada parte, mas que a ideia estava espetacular. É isso que eu quero. Através da ideia, mais do que a técnica, levar as pessoas a pensarem no seu próprio mundo imaginário.
AM: Que mundo imaginário é este, que é teu? Consegues descrevê-lo?
LA: Tem como um dos pilares fundamentais a minha infância. Tem muito a ver com a minha personalidade e gostos. Adoro animais. Quando era pequenina queria ser veterinária. Passava horas e horas a ver documentários no National Geographic e ainda sinto essa ligação com os animais, porque é o que me interessa mais. Tenho um carinho muito especial. Apensar de não ser veterinária, tenho que pôr o meu gosto por animais de uma outra maneira. É um mundo imaginário onde a Luísa de seis anos se encontrava.
Dando continuação à caminha pelo tabuleiro da Pergunta da Sorte, avançamos 3 casas, indo parar à casa do Pessoal, onde as cartas fazem perguntas sobre a vida pessoal da artista.
Pessoal: Qual foi a coisa que te disseram que mais te marcou até hoje?
LA: Acho que foi uma das minhas professoras da primária, do 3º ou 4º ano. Sempre fui uma pessoa que se distrai com muita facilidade e ela, uma vez, comentou com a minha mãe que eu, embora estivesse na primeira fila a olhá-la nos olhos, estava com a mente a quilómetros de distância. E depois disse à minha mãe que a criatividade que eu tinha nos textos, desenhos e naquelas coisas que na primária podíamos fazer - era ok fazer desenhos e escrever aquelas composições mais absurdas e criativas - era uma coisa em que eu me destacava. Acho que a minha mãe ficou um bocadinho chateada quando a professora lhe disse que estava a olhar para ela, mas que estava a quilómetros de distância. Mas a verdade é que eu estava no meu mundo, nos meus sonhos e acho que é uma parte fundamental de mim agora. São os meus sonhos que me fazem continuar a andar, evoluir, querer mais e experimentar coisas novas. Acho que é uma parte muito importante da minha personalidade. Foi uma coisa que ela reparou e não é toda a gente que o faz.
AM: És daquelas pessoas que têm ideias para os trabalhos a dormir?
LA: Ah sim! Sou daquelas pessoas que consegue ter três sonhos diferentes numa noite, acorda e consegue lembrar-se de todos. Acho que isso é uma arma espetacular para o meu trabalho. Por exemplo, ainda a noite passada tive um sonho com um tigre. Era um tigre normal a andar à minha volta. Acordei e, nas últimas 24h, não paro de pensar no tigre e sei que vou ter de criar alguma coisa com ele. É como se fossem pequenos desafios. Tenho uma ideia e a partir dela tenho de criar um conceito. Por exemplo, no meu sonho era só um tigre. Agora vou pegar na ideia do tigre, que não me sai da cabeça, e vou tentar brincar com isso. Tenho sonhos muito estranhos, mas que ajudam na minha criatividade.
Voltando a lançar o dado este manda-nos avançar 6 casas indo parar a mais uma Pergunta da Sorte, o que leva a Luísa a ficar preocupada com esgotar-me as perguntas. Mas isso não é um problema, porque tenho de sobra!
Pergunta da Sorte: “It’s not where you take things from – it’s where you take them to”, Jean-Luc Godard. Podes falar-me do significado que esta citação tem para ti?
LA: Isto é tal e qual o que estava a dizer sobre o tigre. Tive a ideia do tigre e podia simplesmente não fazer nada com essa ideia e colocar apenas uma fotografia ou desenho de um tigre. Mas não. Quero levar essa ideia a algo mais. Quero criar uma imagem com um tigre, mas que as pessoas olhem e digam, ‘oh meu Deus, é um tigre mas tem algo mais’. Criei recentemente uma imagem com uma zebra, mas que é feita com ilusão ótica. É uma zebra feita a partir de árvores. As pessoas olham e, não é só árvores, nem só uma zebra, é algo mais do que isso. Não é só o conceito em si, mas até onde se leva a ideia e o que se cria com isso. Gosto muito dessa frase.
AM: Para ti é importante transmitir uma mensagem a cada trabalho que fazes?
LA: Neste momento estou a desenvolver outros projetos para além do que faço no instagram e não posso aplicar essa frase a tudo. Por exemplo, no caso de uma fotografia. Há fotografias que são belas só por si, não é preciso fazer nenhuma foto montagem. No meu instagram pego nisso e tento sempre algo mais. Mas não aplico isso a tudo o que estou a desenvolver neste momento e naquilo que estou a pensar fazer no futuro.
AM: Houve uma outra imagem no teu Instagram, em que colocaste uma citação do Dead Poets Society – “No matter what people tell you, words and ideas can change the world”. Isto é algo em que acreditas?
LA: Sim, sim. Sempre, desde pequenina. Sempre me disseram, ao longo da vida, que não conseguia fazer as mais diversas coisas. Até agora consegui provar às pessoas que estavam enganadas. Acho que as ideias, os sonhos são o que fazem mover as pessoas. Acredito que as pessoas quando acreditam nas suas ideias e sonhos podem ir muito longe. Tenho as minhas ideias e os meus sonhos e estou a trabalhar para tentar lá chegar. A tentar mudar o mundo à minha maneira.
Voltando a nossa atenção para o rolar do dado, este leva-nos a mais uma Pergunta Rápida, 4 casas à frente.
Pergunta Rápida: Rir ou sorrir?
LA: Rir, definitivamente. Não gosto de sorrir. Fotografias comigo a sorrir são raras, mas rir sempre.
AM: Daqueles risos que nos deixam com o rosto completamente deformado?
LA: Sim! E com dores de barriga e quase com vontade de fazer chichi. São os melhores.
AM: Não sei se te acontece isto, mas eu estou sempre rir-me, e, às vezes, as bochechas começam a doer e parece que fico com uma paralisia como se a bochecha tivesse ficado encravada no riso.
LA: Sim, mas lá está, quando esse rir acontece é algo verdadeiro. O sorriso nem sempre é verdadeiro, nem sempre é genuíno.
AM: E até pode ser um sorriso de infelicidade.
LA: É verdade.
Depois de dissertarmos sobre a arte de rir e sorrir, o dado leva-nos, 6 casas à frente, à Carreira, onde as cartas revelam perguntas sobre a vida profissional da artista.
Carreira: O que podemos esperar do projeto em que estás a trabalhar agora?
LA: Estou a trabalhar em cinco projetos diferentes ao mesmo tempo! Este ano tem sido uma montanha russa. Vou falar de um projeto grande em que estou a trabalhar agora. É super confidencial, por isso não posso falar muito. Estou a fazer uma coisa totalmente diferente e fora da minha zona de conforto. Não tem nada a ver com o meu trabalho no Instagram, nem com foto montagem. É mesmo completamente diferente. Só deve vir a público daqui a um ano, mas se tudo correr bem acho que vai conseguir ajudar muitas pessoas.
AM: Que fixe!
LA: É tudo o que posso dizer por agora. Mas estou muito entusiasmada!
AM: Agora também fiquei! (risos)
LA: Mas ainda vai demorar.
AM: O que é bom demora.
LA: Verdade.
Sem mais demoras o dado manda-nos avançar 2 casas indo parar a uma das casas que eu mais ansiava para este jogo - Sê Criativo, a casa que lança um desafio que o convidado tem de resolver de forma criativa. A Luísa confessa que estava com medo desta casa.
Sê Criativo: Pensa no teu maior defeito. Agora desenha-o e eu adivinho qual é.
LA: Ui! Tenho tantos! Dá para desenhar mais do que um? (risos)
AM: Normalmente o problema das pessoas que calham aqui é que não sabem desenhar. O teu é teres muitos.
LA: Eu não desenho bem, mas o meu problema é, de facto, ter mais do que um.
AM: Pensa naquele que achas que se destaca mais.
LA: As pessoas acham que como estou em Belas Artes desenho bem, mas não. A cadeira de desenho foi aquela em que tive a nota mais baixa até agora. Eu não estava em artes, estava em economia.
AM: Pois, eu também não estava em humanidades. Estava em ciências.
LA: Lá está… quando as pessoas querem…
É então altura de dar início ao desenho. A Luísa começa por se desenhar, seguindo para os vários balões de pensamento ilustrados. Vê o resultado final em baixo:
AM: Tens demasiados gostos, por isso metes-te em muita coisa ao mesmo tempo e é difícil focares-te numa só coisa.
LA: Sim! Penso demasiado nas coisas e quero demasiadas coisas ao mesmo tempo. E o que é que isso faz? Faz com que depois não tenha tempo para nada. Acho que o meu maior problema neste momento é gerir o meu tempo.
AM: Faço exatamente a mesma coisa desde pequenina. Cheguei a estar na faculdade e com outras sete atividades ao mesmo tempo.
LA: Percebo perfeitamente. Quando estava no secundário estava em tantas coisas… no clube de teatro, fazia atletismo, estava no clube de robótica, mais o clube de leitura, mais sabe-se lá o quê. Sempre. Mas agora está a chegar a um ponto em que tenho mesmo de arranjar uma maneira de me organizar, porque está a começar a afetar a faculdade, o meu trabalho e coisas importantes.
AM: Quando crescemos isso acontece. Estou a sentir o mesmo.
LA: Espero que isto não piore e que consiga solucionar isto.
AM: Consegue-se. Depois posso partilhar contigo um ou outro truque que já fui descobrindo para me organizar melhor.
Deixando as partilhas de métodos de organização para depois, o dado exibe o número 4 levando-nos a mais uma pergunta sobre Carreira.
Carreira: O que gostavas de fazer que ainda não tiveste oportunidade de concretizar?
LA: Acho que ainda não disse isto a ninguém, tirando o meu grupo de amigos e família. Adorava fazer animações. Não a parte técnica, mas ter a ideia, fazer a história e ter uma equipa espetacular que me ajudasse a concretizar o que eu tenho na cabeça. Sei que teria de aprender a fazer animação e podia começar a fazê-lo agora, mas ainda não é o tempo certo. Mas era uma coisa que gostava muito de fazer no futuro. Talvez daqui a cinco anos, quem sabe.
Por agora é hora de voltar a lançar o dado. Este manda-nos avançar 6 casas, parando numa Pergunta da Sorte.
Pergunta da Sorte: Como já aqui disseste, para além das coisas que mostras no teu Instagram, tens muitos outros trabalhos e paixões. Podes falar-nos um bocadinho das coisas que nós não vemos, ou escolher uma que queiras destacar?
LA: Comecei todo o meu percurso artístico pela fotografia e ainda tiro fotografias. Não tenho sítios onde os esteja a expor, para além de trabalhos da faculdade. Mas é algo em que estou a trabalhar. Há alguns de que me sinto orgulhosa e gostava de saber o feedback das pessoas. Agora tenho um novo projeto que, se tudo correr bem vai arrancar brevemente, de ilustração. Estou a tentar arranjar uma maneira de pôr coisas cá para fora mais rapidamente. Há dois ou três anos criava uma foto montagem todos os dias. Demorava meia hora desde que tinha a ideia até editar. Era incrível. Uma ideia por dia, sempre a andar. Agora, cada imagem demora, no mínimo, seis horas. Penso muito mais nas coisas, demoro mais tempo a editar, sou completamente control freak com pequenos detalhes. A partir do momento em que comecei a imprimir coisas para venda ou exposições, comecei a ampliar as imagens e comecei a ver erros técnicos. Ao começar a ver as coisas em papel fiquei muito mais perfecionista, por isso demoro muito mais tempo. Neste momento estou a publicar uma vez por semana e adorava publicar mais, mas não tenho tempo. Faço sempre mais que uma foto montagem por semana, mas há sempre uma que vai para o lixo e não a chego a publicar. O que eu queria era fazer aquelas ilustrações rápidas e cruas e conseguir arranjar uma maneira de pôr as minhas ideias e pensamentos mais depressa cá fora, talvez noutra conta, não sei ainda.
AM: Isso é muito giro!
LA: Sim! Estou muito entusiasmada, mas também fico entusiasmada com quase tudo (risos). Um novo projeto é sempre a andar.
AM: Quando não se fica entusiasmado com um novo projeto é mau sinal. Porque é que o estamos a fazer?
LA: É muito mau sinal. É por isso que estou a dar prioridade às coisas que me deixam neste estado de entusiasmo. Tudo o resto está a cair em segundo ou terceiro plano e não é uma prioridade.
De seguida, avançamos 3 casas e temos direito a outra Pergunta da Sorte.
Pergunta da Sorte: Um dos teus sonhos mais antigos é trabalhar com o National Geographic. Que tipo e trabalho te vês a fazer com eles?
LA: Desde pequenina que adoro ver aqueles documentários de vida selvagem no National Geographic. Adoro animais e natureza. Tive a sorte de crescer na Serra da Estrela. Tenho um carinho muito especial pela minha casa, pela Covilhã e pelas Penhas da Saúde. O crescer na Serra rodeada pelos animais dá-me um respeito pela natureza que eu quero preservar e passar a mensagem. Tentar criar awareness, que as pessoas se apercebam de alguns problemas e que lutem pelo nosso planeta, pelo ambiente. Neste momento se me dissessem para escolher um trabalho ligado ao National Geographic provavelmente não criava um dos programas tradicionais. Se me dessem liberdade absoluta arranjava uma maneira criativa e interativa de mostrar às pessoas que vale a pena lutar pelos animais, natureza e proteger o nosso planeta. Não sei que formato seria. Olha, porque não uma animação para o National Geographic? Provavelmente nunca vai acontecer, mas não faz mal sonhar, pois não?
AM: Não, aliás é sonhar que faz valer pena.
Cada vez mais perto do final do jogo, o dado dita que avancemos 3 casas, deixando ainda espaço para mais um Sê Criativo.
Sê Criativo: Pensa no teu número da sorte. Sem falar, conta-nos uma história em x passos.
Para nos contar esta história a Luísa decidiu desenhar, em 13 passos, um episódio que lhe aconteceu no metro da Baixa-Chiado, desejando que nenhum dos seus professores de Belas Artes visse o desenho, por achar embaraçoso. Podes ver o desenho em baixo:
AM: Foi grave? (risos)
LA: Durante uns dias não me mexi e estava cheia de nódoas negras, mas nunca tinha visto a minha amiga Alice a rir daquela maneira. Por isso, sempre houve um lado positivo.
AM: Mas a queda foi do cimo das escadas?
LA: Foi o lance inteiro das escadas rolantes. Houve gente chocada, gente a rir, outros a tirar-me fotografias. Tudo porque fiquei com o atacador preso e depois desequilibrei-me. Não havia ninguém à minha frente, por isso foi sempre a cair. As escadas não são nada suaves ou confortáveis.
AM: Mesmo assim tiveste muita sorte.
LA: Sim! Lá está, não parti nenhum osso.
A testar a amizade que o dado nos tem ainda o lançamos mais uma vez. E não é que nos manda avançar 3 casas, a conta certa para calharmos na Casa Gerador, a casa final do jogo, onde a entrevistada irá responder a uma pergunta do convidado anterior e deixar uma pergunta para o próximo. Ainda se lembram da pergunta do Eduardo Cardinho? “Preferias mergulhar num mar de marshmallows ou num mar de cerveja?”. Podes rever a pergunta do Cardinho aqui.
Vê o vídeo em baixo para saberes qual a resposta da Luísa e a pergunta que deixou para o próximo convidado da Pergunta da Sorte! Vemo-nos em breve! ;-)