O festival volta às salas da cidade invicta entre os dias 20 e 29 de novembro, com um programa de filmes e conversas que olha as transformações da representação cinematográfica das cidades ao longo do último século.
"Desde o frenesim das vanguardas nos loucos anos 20 ao slow cinema contemporâneo. O progresso, o emprego, a tão ambicionada 'qualidade de vida' caracterizavam a cidade idealizada da modernidade, mas para cada sonho há sempre o momento do depois: depois do êxodo rural; depois das guerras fratricidas; depois dos loucos anos burgueses; depois da urbanização; depois da gentrificação e do turismo massificado; depois das sucessivas crises políticas e económicas; a cidade do depois dos afetos, na qual um casal se vê perseguido por ter inventado o amor. O que resta é, por fim, uma cidade alienada, entorpecida, higienizada", pode ler-se sobre o tema no comunicado do festival.
Será esta "cidade" que alimentará a discussão do Fórum do Real, que, este ano, acontece num modelo misto, com participações online e presenciais, contando com a participação do sociólogo Boaventura de Sousa Santos, o filósofo Paulo Pires do Vale, a arquiteta Ana Aragão, o crítico de cinema Roger Koza, a historiadora de arte Pascale Cassagnau, a programadora Maria João Madeira, entre outros.
Além do debate, o Porto/Post/Doc apresentará também um programa restrito de filmes, intitulado sob o mesmo título, que pretende refletir sobre algumas das aproximações mais singulares da cidade, através do cinema, e que inclui, entre outros, A Invenção do Amor (1965), de António Campos, Juventude em Marcha (2006), de Pedro Costa, Killer of Sheep (1978), de Charles Burnett, La Jetée (1962), de Chris Marker, Millennium Mambo (2001), de Hou Hsiao-Hsien, e The Exiles (1961), de Kent Mackenzie.
Com o Rivoli – Teatro Municipal do Porto como espaço central, o evento manterá a sua programação nas salas do Passos Manuel e no Planetário do Porto, propondo, paralelamente, uma edição online que disponibilizará grande parte da seleção em VoD.