fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina. Estão abertas as candidaturas para a terceira edição

Decorrem até 31 de março as candidaturas para este prémio que pretende promover, reconhecer e divulgar a dramaturgia de autoria feminina. A iniciativa acontece no âmbito do festim “Esta noite grita-se”, da companhia Cepa Torta, em parceria com a editora Douda Correria. A obra vencedora será editada, e a autora receberá o valor de 750 euros.

Texto de Flavia Brito

Lara Mesquita, autora vencedora da 1.ª edição deste prémio ©soniagodinho

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

O prémio foi criado em 2021, quando os codiretores daquele festim de leituras de peças de teatro, Miguel Maia e Filipe Abreu, se aperceberam da falta de representatividade feminina existente na dramaturgia editada em Portugal – o que os levava a escolher “quase sempre textos escritos por homens.”

“É evidente que, na história do teatro, assim como em muitas outras histórias, infelizmente, a mulher vive relegada para segundo plano, também na criação artística. Ou porque não tinha a oportunidade de criar, ou então porque a sua criação era obscurecida pelo trabalho dos homens”, refere Miguel Maia, também diretor da Companhia Cepa Torta. “Percebemos que a maior parte das obras teatrais editadas em Portugal, ou traduzidas para português, eram, de facto, de autores masculinos”, diz, acrescentando que, atualmente, há ainda “uma pequena percentagem de mulheres dramáticas”.

O Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina nasceu assim para promover a diversidade “e a capacidade de ouvirmos várias vozes”. O concurso está aberto a todas as pessoas maiores de idade, que se identifiquem com o género feminino, sejam cisgénero ou transgénero, e que queiram propor uma obra dramatúrgica inédita e nunca representada.

Terminado o concurso, o júri – composto por Graça P. Corrêa, Jorge Louraço Figueira e Zia Soares – irá selecionar três obras que serão submetidas a um processo de mentoria, de junho a setembro, com possibilidade de discussão e aprimoramento do texto. Neste processo, cada dramaturga terá o acompanhamento de um dos elementos do júri.

A obra vencedora, premiada com o valor de 750 euros, será incluída na programação do “Esta noite grita-se” e será ainda editada em livro, através da pareceria com a editora Douda Correria.

A primeira e segunda edições da iniciativa consagraram Lara Mesquita, com “Sempre que Acordo”, e Maria Giulia Pinheiro, com “Isso não é Relevante”. Contabilizando as duas edições, o concurso recebeu mais de 250 candidaturas provenientes de toda a diáspora.

Para além da “enorme diversidade” nas formas, Miguel Maia destaca “o lado assumidamente político” de muitos textos. “Havia também textos de uma poderosa mensagem política, quase sempre relacionada com aquilo que é a opressão que algumas minorias ainda sofrem. A invisibilidade, a necessidade de ter voz, a necessidade de nos afirmarmos enquanto seres únicos”, partilha o encenador.

“É uma enorme vitória estes textos trazerem à baila, de uma forma original, artisticamente interessante, estes assuntos, que provavelmente não virão tantas vezes, naquilo que pode ser o status quo da produção artística, digamos, vigente.”

Faltam vozes femininas na dramaturgia em português

“Houve pouca evolução nesta área”, considera Graça P. Corrêa, que integra o júri da edição deste ano. “De uma forma geral é muito difícil publicar obras de teatro português em Portugal.” A encenadora e dramaturga, que defende a criação de “um apoio substancial às editoras nesse sentido”, sublinha por isso a importância deste prémio, que “ajudará a corrigir assimetrias e a dar visibilidade a mulheres autoras.”

Para a fundadora da ArtCom, “há sempre uma maior visibilidade de criadores masculinos em Portugal, sejam cis ou não-cis.” Por isso, advoga por mais “ações afirmativas desta natureza, em vários domínios, no sentido de corrigir um privilégio histórico “de uma tirania que dura pelo menos há dois mil anos”, como disse uma vez a Natália Correia.”

Maria Giulia Pinheiro foi a autora premiada na última edição ©soniagodinho

"Esta noite grita-se"

A 7.ª edição do festim, a realizar-se entre outubro e dezembro deste ano, contará com um programa de leituras interpretadas, que ocupará “variadíssimos espaços de Lisboa, entre teatros, bibliotecas e outros espaços não tão convencionais”, partilha Miguel Maia.

Para além da leitura do texto distinguido, este ano, com o Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, haverá ainda oficinas de leituras com jovens e o lançamento de novos episódios do podcast “Esta noite grita-se”.

Esta edição contará ainda com o ator e encenador Miguel Sopas como convidado.

Quantos aos textos, haverá leituras de Dea Loher, Jorge Tambori, ou do clássico “A Menina Júia”, de August Strindberg, entre outros.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

20 Novembro 2024

Visita as antigas instalações da Manutenção Militar Norte, no Beato, a 23 e 24 de novembro

20 Novembro 2024

Trabalhas em cultura num território de baixa densidade? Isto pode ser para ti

18 Novembro 2024

Património sonoro de Aveiro é protagonista de novo disco

7 Novembro 2024

A 2.ª edição do ciclo Afro-Portugal está de volta a Coimbra para questionar identidades

6 Novembro 2024

500 paus pela melhor banda desenhada: concurso da Chili Com Carne está de volta

4 Novembro 2024

Mulheres na tecnologia continuam a sentir-se discriminadas, mal pagas e pouco representadas

28 Outubro 2024

Organizações propõem medidas para atingir a plena integração dos jovens nas políticas públicas

23 Outubro 2024

Síncopes: histórias de mulheres negras no século XX em cinco episódios

22 Outubro 2024

“Urgência Climática”, ou um olhar humanizado sobre o ativismo. Estreia hoje no São Luiz

7 Outubro 2024

MediaCon reuniu hoje com o Governo 

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Soluções Criativas para Gestão de Organizações e Projetos [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura II – Redação de candidaturas [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Narrativas animadas – iniciação à animação de personagens [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Criação e manutenção de Associações Culturais (online)

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Planeamento na Produção de Eventos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online e presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

22 Julho 2024

A nuvem cinzenta dos crimes de ódio

Apesar do aumento das denúncias de crimes motivados por ódio, o número de acusações mantém-se baixo. A maioria dos casos são arquivados, mas a avaliação do contexto torna-se difícil face à dispersão de informação. A realidade dos crimes está envolta numa nuvem cinzenta. Nesta série escrutinamos o que está em causa no enquadramento jurídico dos crimes de ódio e quais os contextos que ajudam a explicar o aumento das queixas.

5 JUNHO 2024

Parlamento Europeu: extrema-direita cresce e os moderados estão a deixar-se contagiar

A extrema-direita está a crescer na Europa, e a sua influência já se faz sentir nas instituições democráticas. As previsões são unânimes: a representação destes partidos no Parlamento Europeu deve aumentar após as eleições de junho. Apesar de este não ser o órgão com maior peso na execução das políticas comunitárias, a alteração de forças poderá ter implicações na agenda, nomeadamente pela influência que a extrema-direita já exerce sobre a direita moderada.

A tua lista de compras0
O teu carrinho está vazio.
0