E se Amílcar Cabral fosse o director do Museu da Consciência Negra e Beyoncé a curadora? O que nos mostrariam?
“Devemos ter consciência do que é que queremos destruir na nossa terra, o que é que queremos construir. Essa é a primeira situação para uma resistência avançar a sério.” (Amílcar Cabral) Propomos a construção de uma cápsula do tempo em que se entrecruzam geografias, narrativas, artefactos materiais e imateriais da herança colonial e do quotidiano actual. Do que se passou, o que devemos guardar? Pode algo realmente passar? O que sobreviverá à nossa sobrevivência?
Quais são os objetivos deste curso?
- Promover o escurecimento do pensamento e do olhar.
- Fomentar a aprendizagem de ferramentas de ressignificação artivista.
- Atribuir conhecimentos linguísticos e estéticos que permitam criar novas narrativas e exercer ações antirracistas na esfera pessoal e institucional.
- Desenvolver competências de leitura, interpretação e análise de textos e imagens coloniais e pós-coloniais.
- Despertar o espírito crítico através do debate.
Quem é a formadora?
Gisela Casimiro é uma escritora, artista e activista portuguesa nascida na Guiné-Bissau. Publicou "Erosão" a título individual e fez parte de antologias como "Rio das Pérolas", "Venceremos! Discursos escolhidos de Thomas Sankara" e "As Penélopes". Nos últimos anos assinou crónicas regulares no Hoje Macau, Buala e Contemporânea. Colabora com diversos festivais, museus e teatros. Participou em exposições no Armário, Zé dos Bois, Balcony, Casa do Capitão, Mercado de Culturas e Museu Nacional de Etnologia. É membro do INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal.
Qual é o programa das aulas?
Aula 1 | Biblioteca-Museu: Horror e Humor
Através da análise de imagens (álbuns fotográficos, cartazes, anúncios) e textos (livro infantil, novela, romance), propõe-se uma viagem no tempo ao expositor intemporal do colonialismo e do racismo nos seus vários elementos, agentes e geografias.
Aula 2 | Artivismo Popular – De Billie Holiday a Beyoncé. Do Black Arts Movement ao Black Lives Matter
A música e a poesia foram sempre motores de revolução social. Desde a letra ao videoclip, de Portugal aos EUA, analisaremos como a música se alia às artes plásticas e traz as ruas para os museus em ligações aparentemente improváveis. Das slums ao slam, do original à reinterpretação, da curadoria à cura, do meme ao NFT, do bairro da Jamaica ao MAAT, museus e público viram a sua interacção ser cada vez mais moldada pelas redes sociais, a epítome de self-made-artist da modernidade. Exploramos estas ligações e sobretudo a sua capacidade de transformação social.
Aula 3 | Revolução e Rua – Processos, Protestos e Pandemias
Que ligações comportam os trabalhos de Kiluanji Kia Henda, Rodrigo Ribeiro Saturnino, Turner Brown Jr ou Aimée Pedezert? Debruçamo-nos sobre novas estratégias de ocupação, resistência e ressignificação de lugares, identidades e corpos pelas comunidades, para as comunidades, num mundo assolado por uma pandemia que tornou visíveis os invisibilizados e fechou os lugares privilegiados, deixando disponíveis apenas as ruas, as paredes, os muros, os monumentos, a polícia e o policiamento.
Quando acontece?
26, 27 e 28 de julho. Das 18h30 às 21h30.
Como funciona o curso?
Este curso tem a duração de 9 horas repartidas em 3 dias de aulas. Esta formação é realizada por videoconferência, online. Vais receber um link através do qual consegues aceder à formação em tempo real. As aulas ficam gravadas para consulta, a pedido do aluno, durante o período do curso.
Como posso participar?
Para teres acesso à experiência completa, adquire aqui o teu pacote Academia de Verão.
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