Em entrevista para o programa Lugar Comum, António Sampaio da Nóvoa não fechou a porta a uma nova candidatura a Presidente da República em 2026. Apesar de referir que não lhe “passa pela cabeça hoje” candidatar-se, não deixa de identificar quais serão as prioridades da próxima Presidência da República, demarcando-se de Marcelo Rebelo de Sousa, que considera alguém para o qual “tudo é presente, deixou de se pensar no futuro, deixou de se pensar o longo prazo, tudo é democracia instantânea”.
António Sampaio da Nóvoa foi, aliás, muito crítico em relação ao atual Presidente da República, acusando-o de ter “prestado um serviço muito mau à figura da Presidência da República" e de ter “degradado seriamente esta instituição, já ninguém acredita, já ninguém tem confiança”. Menciona o que aconteceu no dia 7 de novembro como “um exemplo do que não é uma democracia”. “O que aconteceu naquela manhã foi um disparate, é preciso tempo, o Presidente da República não pode aceitar a demissão do Primeiro-Ministro na hora”.
Afirma, ainda, que não gostaria de “ver mais chefes de partidos na Presidência da República”, nem de ver mais Presidentes da República eleitos pela televisão, como Marcelo Rebelo de Sousa ou como Marques Mendes, a quem apelida de “filho de Marcelo”.
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Biografia António Sampaio da Nóvoa
É doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genève, Suíça (1986) e doutor em História Moderna e Contemporânea pela Universidade de Paris IV-Sorbonne (2006). A sua vida como docente universitário inicia-se na Universidade de Genève, como assistente, em 1982. A partir de 1986, ingressa na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, tendo-se tornado professor catedrático em 1996. É professor convidado de várias universidades internacionais, nomeadamente Wisconsin (1993/1994), Paris V (1995), Oxford (2001), Columbia – New York (2002), Brasília (2014) e Federal do Rio de Janeiro (2017).
Entre 1996 e 1999, é consultor para os assuntos da educação da Casa Civil do Presidente da República Jorge Sampaio. Entre 2000 e 2003, é Presidente da International Standing Conference for the History of Education (ISCHE). Em 2012, preside às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Entre 2006 e 2013, é Reitor da Universidade de Lisboa, conduzindo o processo de fusão da Universidade de Lisboa e da Universidade Técnica de Lisboa.
Em 2014, esteve no Brasil numa missão internacional da UNESCO junto do Governo Brasileiro. É Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve (2015), Universidade de Brasília (2015), Universidade Lusófona (2016), Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017) e Universidade Federal de Santa Maria (2019).
Em 2016, é candidato independente às eleições presidenciais, tendo obtido 23% de votos. A partir de abril de 2018 e até novembro de 2021, foi o Representante Permanente de Portugal junto da UNESCO.