O ano de 2021 ficou marcado, de modo geral, por um aumento das entradas nos museus, palácios e monumentos nacionais, mas há dois que se destacaram, tendo visto o seu número de visitantes mais do que duplicar, de acordo com as estatísticas publicadas pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). Em causa estão o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, e o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.
Segundo os dados agora conhecidos, ao longo do último ano, 65.110 pessoas visitaram o primeiro dos referidos museus, quando em 2020 tinham sido registadas menos de 27 mil entradas. Ou seja, houve um salto de 142,3%. Já no que diz respeito ao Museu Nacional Soares dos Reis, o disparo foi de 236%, tendo passado de cerca de seis mil visitantes em 2020 para mais de 21 mil entradas em 2021.
A DGPC salienta que, contas feitas, em 2021, os museus, monumentos e palácios que tutela contabilizaram um aumento de 3,9% dos visitantes, face ao período homólogo. Em termos absolutos, foram registadas mais 50.722 entradas no ano passado do que no ano anterior, totalizando, assim, 1.346.250 visitantes. De notar, contudo, que os dados destes dois anos têm sido significativamente influenciados pela crise pandémica e pelas restrições que a ela têm ficado associadas. Por exemplo, entre 13 de março e 17 de maio de 2020, estes espaços culturais foram forçados a encerrar para mitigar a propagação do coronavírus. E entre 15 de janeiro e 4 de abril de 2021, voltaram a ter de fechar portas pelo mesmo motivo.
Ainda assim, no ano passado, registou-se uma “recuperação de público notória” particularmente a partir do mês de junho. “Comparativamente a idêntico período em 2020, a tendência de crescimento caracterizou todo o segundo semestre de 2021, com subidas muito acentuadas em novembro (598,2%) e em dezembro (364,7%)”, especifica a DGPC, em comunicado enviado às redações.
Quanto à distribuição destas entradas pelos vários museus, monumentos e palácios, a Direção-Geral indica que o mais visitado foi o Mosteiro dos Jerónimos, com 271.612 entradas, mais 16,1% do que em 2020. Segue-se o Mosteiro da Batalha, com cerca de 124 mil entradas, mais 23,5% do que no período homólogo. Já o terceiro lugar do pódio é ocupado pelo Convento de Cristo, com pouco mais de 116 mil visitantes, o que corresponde a um crescimento de 2,3% face ao ano de 2020.
Por outro lado, a Torre de Belém destaca-se como o espaço cultural tutelado pela DGPC que registou a maior quebra do número de entradas. Em causa está um decréscimo de 87,2%, o que é explicado pelo encerramento ao público deste monumento durante quase todo o ano de 2021 (reabriu somente a 23 de novembro).
De notar, além disso, que o Palácio Nacional da Ajuda e o Museu Nacional e o Museu de Arte Popular contabilizaram subidas homólogas consideráveis, na ordem dos 70%. Deste modo, o primeiro desses espaços viu o número de visitantes crescer 78%, totalizando 55.704 entradas, no ano em que inaugurou uma nova ala. Já o Museu de Arte Popular contou com 2.195 visitantes, mais 76,7% do que em 2020.
Em comunicado, a DGPC faz ainda questão de assegurar que todos os equipamentos culturais que tutela “são espaços seguros, que cumprem integralmente as normas e orientações da Direção-Geral de Saúde (DGS)”.
Antes da crise pandémica, e desde 2015 que os museus, monumentos e palácios nacionais vinham a registar totais de visitas anuais superiores a quatro milhões, “destacando-se o ano de 2017, em que excepcionalmente foi ultrapassada a casa dos cinco milhões”. A Covid-19 veio, contudo, mudar este cenário, fazendo emagrecer o número de entradas. O ano de 2021 trouxe alguma recuperação, mas as estatísticas mostram que as visitas ainda estão longe dos níveis pré pandemia.