Há uma nova associação cultural que quer contribuir para aumentar a “representatividade negra no setor artístico em Portugal”. Constituída em Abril de 2021, “no seio da luta antirracista em Portugal e na sequência das diversas manifestações e debates recentes em torno da reivindicação de direitos humanos, da descolonização do conhecimento e da valorização do legado artístico-cultural protagonizado por pessoas negras”, a União Negra das Artes (UNA) anuncia agora, publicamente, o início de atividade.
“Somos um espaço aberto para quem se reveja nos nossos princípios - celebração, denúncia, transparência, interseccionalidade, horizontalidade, representatividade e ancestralidade - e pretenda combater as desigualdades raciais historicamente construídas assim como celebrar o nosso longo e rico legado artístico”, lê-se em comunicado enviado ao Gerador.
Os principais objetivos do coletivo são a promoção, elevação e fortalecimento da representatividade negra no campo artístico, assim como "o reconhecimento e a valorização do património imaterial da população negra em Portugal”.
A UNA afirma querer “contribuir para a elaboração de políticas de reparação e medidas de ação a afirmativa no setor cultural, em articulação com artistas, movimentos sociais, entidades públicas e privadas”. Ao mesmo tempo, propõe-se produzir “produzir dados e ferramentas que evidenciem as desigualdades raciais, através de um auto-mapeamento ao nível nacional”.
Mesmo sendo uma associação jovem, a UNA já conseguiu uma primeira marca: “a ponte de diálogo estabelecida entre a União Negra das Artes e a Direção Geral das Artes, resultou na adição de um novo subcritério de apreciação no Programa de Apoio a Projetos 2021, que valoriza a inclusão de elementos que representem a diversidade étnico-racial, designadamente de afrodescendentes”, de acordo com a mesma nota.
A equipa é composta por 35 pessoas com profissões ligadas ao setor cultural, nomeadamente nas áreas artísticas, de gestão cultural, curadoria, programação, investigação e arte-educação.