A 15.ª edição da Festa da Poesia de Matosinhos, que decorre entre hoje e amanhã, dias 7 e 8 de dezembro, será a primeira totalmente digital e propõe-se levar o mundo a casa de cada um que acompanhe as emissões transmitidas através do Facebook da autarquia matosinhense.
Ao longo das tardes destes dois dias serão realizadas emissões a partir do Cine-Teatro Constantino Nery, em que poetas e diseurs de oito países diferentes - Portugal, Brasil, Angola, Colômbia, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - entrarão em direto para apresentar a sua poesia, mas também um pouco das cidades que habitam.
A primeira sessão, marcada para hoje, dia 7, pelas 17h30, contará com a participação do ilustrador Paulo Galindro, que fará uma ilustração ao vivo enquanto decorre a transmissão dos poetas brasileiros Maria Rezende e Fabrício Carpinejar, o poeta guineense António Soares Lopes e o moçambicano Mia Couto.
Além das conversas com poetas, este primeiro dia servirá ainda para mostrar o trabalho desenvolvido pelo laboratório de poesia «Expresso da Poesia», promovido no âmbito do Plano Municipal de Leitura de Matosinhos, recentemente galardoado com o Prémio Ler+ do Plano Nacional de Leitura. Esta participação na Festa da Poesia reunirá, além dos responsáveis do projeto, alguns autores nacionais como Daniel Maia-Pinto Rodrigues, João Habitualmente e Renato Filipe Cardoso.
Já amanhã, dia 8, data que marca o nascimento e morte de Florbela Espanca, pelas 15h30, participarão na iniciativa a poeta cabo-verdiana Vera Duarte, a poeta santomense Olinda Beja, o poeta e membro da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi, o escritor angolano Ondjaki, a editora e poeta brasileira Alice Sant’Anna, a poeta colombiana Andrea Cote Botero e os portugueses Adolfo Luxúria Canibal e Marta Bernardes.
No segundo e último dia da festa, as atenções serão ainda voltadas para o laboratório de poesia «Há palavras que nos beijam», também promovido no âmbito do Plano Municipal de Leitura de Matosinhos, que tem formado novos diseurs de poesia e cujo trabalho será revelado durante a emissão.
"A poesia é um dos géneros literários que tem sofrido a injusta fama de ser restrito, «apenas para alguns», para uma classe mais intelectual, quase algo próprio de espécimes raros, que falam uma linguagem específica, acessível a poucos. Tem ainda uma fama pior para os mais leigos, que a consideram impenetrável, indecifrável. Há ainda muito pior, há quem a acuse de ser aborrecida. Mas isto está prestes a mudar. Já mudou!", pode ler-se no comunicado do evento enviado às redações. Consulta todo o programa da iniciativa aqui.