O cinema documental volta a partir de hoje a ter um lugar especial na capital portuguesa. À 17.ª edição, que decorre entre esta quinta-feira, dia 17 e o próximo dia 27 de outubro, o Festival Internacional de Cinema DocLisboa mostra um total de 303 filmes, 44 deles portugueses, 11 incluídos na Competição Nacional.
Tal como já vem sendo hábito, o festival ocupa as salas de cinema do São Jorge e Ideal, Cinemateca Portuguesa e Culturgest, com retrospetivas, ciclos temáticos, competições nacionais e internacionais, com foco particular na componente política e social dos filmes seleccionados.
Na competição portuguesa deste ano incluem-se nomes conhecidos como o de José Filipe Costa, com Prazer, Camaradas!, sobre o pós-25 de Abril, ou Inês Gil, com Curtir a Pele, passado numa fábrica de curtumes da Beira Alta. Com 11 filmes a concurso, a secção recebe também cineastas estrangeiros como é o caso Atsushi Kuwayama, vindo do Japão, com Três Perdidos Fazem um Encontrado, Diana Vidrascu da Roménia com Vulcão: O que Sonha um Lago?, ou Nevena Desivojevic, vinda da Sérvia, com Outside the Oranges are Blooming. Dos filmes presentes nesta competição destaque ainda para Raposa de Leonor Noivo e para L’histoire sans majuscule do francês Saguenail, radicado no Porto há mais de uma década.
Esta noite, a 17.ª edição do Doclisboa - a última com o comando de Cíntia Gil, que brevemente vai assumir as lides do Sheffield Doc/Fest - arranca oficialmente com Longa Noite de Eloy Enciso.
Recorde-se que este ano, festival assinala a efeméride do 30.º aniversário da queda do Muro de Berlim com a retrospetiva Ascensão e Queda do Muro – O Cinema da Alemanha de Leste, e uma retrospetiva dedicada ao trabalho da cineasta, fotógrafa, jornalista, intelectual refinada e feminista libanesa Jocelyne Saab, falecida este ano.