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2021 be soft please

Inicialmente, o título que tinha escolhido para este último texto de 2020, estranho e cheio…

Opinião de Nuno Varela

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Inicialmente, o título que tinha escolhido para este último texto de 2020, estranho e cheio de má energia, tinha sido algo tipo, “Fuck you 2020”, mas rapidamente mudei de ideia. Apesar deste ano ter sido, sem dúvidas nenhumas, um dos piores anos de sempre, nada nos diz que 2021 irá ser melhor.
Há pois é, estamos todos a querer deixar para trás este 2020, tipo aquele underboss de um jogo de consola, esquecendo que ainda falta enfrentar o boss final. Espero bem que não, acho que o mundo precisa respirar, o amor tem de ser espalhado, por isso, por favor, não sejas pior, 2021.

Se formos fazer uma pesquisa a nível de Google, são tantas as personalidades que partiram este ano, grandes nomes da música, do desporto mundial, das novelas, do entretenimento, e a maior parte sem qualquer ligação a este covid 19, que tem sido o nosso medo nos últimos tempos.

Dentro do Hip Hop penso que nunca houve um ano como este, em que morreram tantos artistas, muitos deles assassinados.
Muitos são os nomes até chegarmos a fevereiro, mês em que foi morto o rapper Pop Smoke, um artista em ascensão que veio a brilhar e a ser conhecido no mundo depois de ter sido assassinado, somando assim alguns bilhões de views na sua conta de YouTube.
Portugal também não foi poupado nesse sentido, perdendo, também, um rapper em clara ascensão no movimento nacional e internacional, visto já ter atuado em vários Países Europeus, e em África também. Falo de Mota Jr, um jovem da linha de Sintra que, a par com os grandes artistas, soma também milhões de views no YouTube. Uma morte trágica que abalou não só o meio musical, mas todo um país que ao mesmo tempo sofria com um vírus que era novo e não havia muita informação sobre ele. Chegamos ao final do ano e os responsáveis por esta morte trágica estão presos e aguardam julgamento.

2020 — o ano em que muitos tiveram de fechar os seus negócios, cancelar os seus sonhos ou fazer uma mudança radical na sua vida. Este era, sem dúvida, o “ano” para muitos, ano de casar, comprar casa, faturar bem, é algo que tenho sentido muito ao falar com as pessoas.
Mas tudo mudou e fomos metidos em vários barcos, uns de luxo, outros quase afundar, mas ya, são barcos.

“Estamos todos no mesmo barco”, mas vamos ver, em 2021, se barco melhora para alguns, que voltem os eventos, as discotecas, o Bairro Alto, o Cais do Sodré, os jogos de futebol, o toque, os comprimentos, os abraços, os beijos, tudo aquilo que tínhamos e que nos foi retirado. Coisas que dávamos como certas. Eu, nos últimos anos, já não frequentava muito discotecas, a energia não era a mesma, o feeling não era o mesmo, e, agora que sou impedido de ir, sinto uma vontade enorme de poder estar numa discoteca até às seis da manhã, sinto saudades mesmo, talvez por, agora, haver a certeza de que não posso ir, e não saber quando poderei voltar a ter essa possibilidade.

Acho que devemos levar, de 2020 para 2021, uma maior vontade de estar com as pessoas de quem gostamos, não dar nada como garantido, saber que as coisas podem mudar de um momento para o outro, maior cuidado com as questões de vírus e, muito importante, não ser chapa ganha chapa gasta, há que gerir melhor as finanças.
Que sejas soft, 2021. Que um ano como este, ou não volte a existir, ou que demore mesmo muito tempo. Foi duro, muito duro, 2020, sei que podias ser muito pior, mas damn, escreveste o teu nome na história de uma maneira que daqui a uns 100 anos iram falar de ti, nem que seja para dizerem que foi o ano em que perdemos o grande Maradona ou que deixamos de ir aos estádios de futebol.

Destaquei alguns assuntos, mas não podemos esquecer que foi o ano em que a Austrália foi invadida por grandes incêndios, o que causou a morte de muitos animais e colocou em perigo milhares de pessoas, a morte trágica do basquetebolista Kobe Bryant e sua filha, o crescimento do movimento Black Lives Matter e a consciencialização mundial para problemas raciais, muito derivado da morte do norte americano George Floyd nas mãos de Policiais, e, mais recentemente, a morte trágica da filha mais nova de Tony Carreira que deixou o país todo emocionado e de coração partido. Muitos mais acontecimentos nos abalaram, mas fiquemos por aqui, e olhemos para 2021 com bons olhos e com esperança que seja tudo diferente para todos, e sejam só coisas boas. Façam a passagem de ano sem roupa interior.

Bye Bye

-Sobre Nuno Varela-

Nuno Varela, 36 anos, casado, pai de 2 filhos, criou em 2006 a Hip Hop Sou Eu, que é uma das mais antigas e maiores plataformas de divulgação de Hip Hop em Portugal. Da Hip Hop Sou Eu, nasceram projetos como a Liga Knockout, uma das primeiras ligas de batalhas escritas da lusofonia, a We Deep agência de artistas e criação musical e a Associação GURU que está envolvida em vários projetos sociais no desenvolvimento de skills e competências em jovens de zonas carenciadas.Varela é um jovem empreendedor e autodidata, amante da tecnologia e sempre pronto para causas sociais. Destaca sempre 3 ou 4 projetos, mas está envolvido em mais de 10.

Texto de Nuno Varela
Fotografia de Lucas Coelho

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