A propósito dos 50 anos da morte de José Régio, o Ministério da Cultura, as direções regionais de cultura do Norte, do Centro e do Alentejo, os municípios de Vila do Conde, Coimbra e Portalegre e o Centro de Estudos Regianos (Vila do Conde) vão juntar-se para uma programação que pretende homenagear o escritor vilacondense.
Até dezembro de 2020 estão programados eventos de cariz nacional e local, celebrando Régio através de exposições, espetáculos, conferências e reedições de livros. Foram divulgadas as exposições “Do borrão do autor às mãos do leitor”, para visitar na Reitoria da Universidade do Porto a partir de 13 de junho, e “Revisitações à Torre de Marfim”, uma exposição itinerante que parte de Vila do Conde, a 5 de outubro, para dar a conhecer a produção plástica do autor.
No teatro será apresentada no final do ano uma peça criada por Pedro Lamares através do estudo e pesquisa da obra de José Régio, e no cinema o Festival Curtas de Vila do Conde dará destaque ao escritor através da apresentação de filmes como “A glória de fazer cinema em Portugal” de Manuel Mozos, “Douro Faina Fluvial”, “As pinturas do meu irmão Júlio”, “Romance de Vila do Conde” e “O poeta doido, o vitral e a santa morta”, os quatro de Manoel de Oliveira.
A homenagem em cinema não fica apenas por Vila do Conde. Também em Portalegre haverá um ciclo de cinema com filmes que se racionem com a obra literária de José Régio, com comentários de críticos e estudiosos do cinema, bem como um ciclo de curtas-metragens e de fotografias de coleções privadas. Na mesma cidade haverá recitais de música e poesia.
Vila do Conde vestir-se-á de Régio, até nos locais mais improváveis. As fachadas dos edifícios devolutos da cidade terão poemas e desenhos de Régio em grande formato. Trajetórias poderias “afetivas do autor”, itinerários literários e degustação de jantar com um menu que recria os gostos gastronómicos do autor também entrarão para o programa.
A editora Opera Omnia está a preparar uma agenda perpétua de José Régio, assim como das suas obras “Biografia de José Régio, por Eugénio Lisboa” “Jogo da Cabra Cega”, “Histórias de Mulheres”, “Antologia Poética” e “Três peças em um Ato”.
Para que haja uma união entre as diferentes ramificações desta homenagem foi criada uma identidade gráfica que evoca um dos versos do poema “Cântico Negro”, da sua autoria: “Não sei para onde vou, não sei por onde vou, sei que não vou por aí”.
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde a 17 de setembro de 1901. Licenciou-se em Coimbra, no curso de filologia Românica, em 1925 e lecionou no Liceu de Portalegre durante mais de 30 anos. Autor multidisciplinar, foi co-fundador da revista Presença e afirmou-se na poesia portuguesa com uma força e irreverência que sempre lhe foram tão características. Morreu em Vila do Conde a 22 de dezembro de 1969.
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