fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Guitarra portuguesa: um longa viagem por mais de 200 anos de história

O livro “Guitarra Portuguesa”, de Samuel Lopes reúne pela primeira vez o resumo dos mais…

Texto de Patricia Silva

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

O livro “Guitarra Portuguesa”, de Samuel Lopes reúne pela primeira vez o resumo dos mais de 200 anos de história. Composto ainda por dois CDs com gravações, a obra é editada pela Seven Muses, com apoio da Direção-Geral das Artes, e dedica capítulos à construção da guitarra portuguesa e à sua evolução histórica.

Partindo da sua designação, o autor começa por definir a guitarra portuguesa como um "instrumento de cordas tradicional português, identificável em qualquer parte do mundo pela sua sonoridade inconfundível”, cuja origem “remonta aos fins do século XVIII, resultado da fusão entre a cítara da Europa Ocidental e a guitarra inglesa”, afirma à Lusa.

Reconhecendo a guitarra portuguesa como um "instrumento de eleição no acompanhamento do fado", reconhece ainda que é "um instrumento de concerto com repertório próprio". A sua construção parte de "madeiras e materiais nobres”, com 12 cordas de aço "dispostas em seis pares ou ordens, o cavalete em osso, a caixa-de-ressonância redonda, o pequeno braço com a voluta ornamentada e a cravelha em forma de leque, os embutidos de madrepérola ou os ornamentos na própria madeira”, continua.

Com origem em três cidades - Porto, a de Lisboa e a de Coimbra - as três tipologias da guitarra portuguesa distinguem-se pela voluta, a de Lisboa em forma de caracol e a de Coimbra em forma de lágrima. Quanto ao corpo a de Coimbra tem a forma de uma pêra e a de Lisboa de uma tangerina, entre outras distinções, como a espessura das cordas e a afinação. Partindo destas definições, o autor acrescenta ainda que a " a guitarra do Porto praticamente caiu em desuso atendendo às pequenas dimensões do corpo”, explica o autor. A portuense é “muito semelhante à sua congénere de Lisboa”, mas a “voluta com terminação em forma humana, de animais ou flores”.

Mergulhando nas origens como ponto de partida, Samuel Lopes explora e questiona as teorias de outros músicos debatendo as suas opiniões, como é o caso de António Portugal, Pedro Caldeira Cabral e Doc Rossi que apontam a origem da guitarra portuguesa nos finais do século XVIII, fruto da cisão ente o cistro europeu e a guitarra inglesa, que chegou a Portugal entrando pelo Porto.

No livro verificam-se ainda referências a construtores como Fernando Silva, ‘Fanan’ (1949-2018), “autor dos mais famosos leques para guitarra portuguesa”, Fernando Meireles, que mantém a sua oficina há mais de 30 anos, e Óscar Cardoso, com mais de 40 anos de experiência e que segue a tradição do seu pai Manuel Cardoso, que aprendeu o ofício com Álvaro Marceano da Silveira, também conhecido por Álvaro Ilhéu, por ter nascido na ilha da Madeira, em 1883.

Um dos discos conta com 20 instrumentais referentes ao século XX, por nomes como Domingos Camareira, José Nunes, Armandinho, Casimiro Ramos, Jorge Fontes, Carlos Paredes ou o Conjunto de Guitarras de Raul Nery. O outro – de 20 gravações também – inclui intérpretes do atual século, entre eles Custódio Castelo, Bernardo Couto, Mariana Martins, Bruno Chaveiro, Fernando Silva, Bruno Mira, Arménio de Melo ou Sérgio Costa.

Texto de Patrícia Silva e Lusa
Fotografia via Flickr de Feliciano Guimarães
Se queres consultar mais notícias, clica aqui.

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

17 Abril 2025

Estarão as escolas preparadas para os desafios apresentados pela IA? O caso de Portugal e da Bélgica 

17 Março 2025

Ao contrário dos EUA, em Portugal as empresas (ainda) mantêm políticas de diversidade

6 Janeiro 2025

Joana Meneses Fernandes: “Os projetos servem para desinquietar um bocadinho.”

23 Dezembro 2024

“FEMglocal”: um projeto de “investigação-ação” sobre os movimentos feministas glocais

18 Dezembro 2024

Portugal é o país onde mais cresceu o risco para o pluralismo mediático entre UE e candidatos

4 Dezembro 2024

Prémio Megatendências tem candidaturas abertas até 15 de dezembro

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

A tua lista de compras0
O teu carrinho está vazio.
0