O IndieLisboa está de volta de 28 de abril a 8 de maio, e traz de novo uma secção dedicada à música. Este ano, o IndieMusic2022 apresenta seleção de filmes que vão desde heróis do underground e lendas das pistas de danças, a divas mainstream. "Cesária Évora", "A Escuta", "Sonosfera Telectu" e "Batida apresenta: The Almost Perfect DJ", são as histórias a ouvir, em português, neste festival.
Já se contam os dias para os dias em que, dentro de uma sala de cinema, a música assume o cinema e se podem assistir ao que de melhor se tem produzido no panorama do cinema nacional e internacional. De regresso à primavera, o IndieLisboa apresenta a sua 19ª edição entre os dias 28 de Abril e 8 de Maio, dedicando, como habitual, espaço à música. Este ano, o radialista Ricardo Mariano (Rádio SBSR), a artista visual e compositora Diana Policarpo e Francisca Salema e Sallim são os júris convidados para este IndieMusic2022.
A competição abre com o maior nome da morna, "Cesária Évora", de Ana Sofia Fonseca. Num documentário que cruza vários contextos sociais e políticos, a realizadora conta a vida da diva cabo-verdiana como um exemplo de quem lutou toda a vida contra preconceitos. Do Mindelo para Nova Iorque, Anne Cutaia e Sophie Peyard apresentam "Patty Smith, Electric Poet" - 50 anos de carreira, apenas um hit e zero vontade de jogar pelo seguro. Ainda em Nova Iorque, "Songs For Drella", performance de Lou Reed e John Cale captada em 1991 por Ed Lachman, mostradas em versão restaurada. O filme-concerto do duo ex-Velvet Underground acompanha o disco com o mesmo título, baseado numa série de peças inspiradas pelo mentor de ambos, Andy Warhol. Mais jovem mas igualmente icónica, Courtney Barnett é o foco de "Anonymous Club", a antítese de uma biografia rock de Danny Cohen. O filme mostra uma cantautora enigmática, uma reclusa a lidar com a aclamação do público. Em "Nothing Compares", Kathryn Ferguson traça um paralelismo sobre a carreira de Sinéad O’Connor e o passado turbulento da Irlanda, onde nasceu. Focado especialmente no período entre 1987, ano em que editou o seu disco de estreia, e 1992, quando rasgou uma fotografia do Papa João Paulo II em directo no SNL. "Rewind and Play", de Alain Gomis, parte de uma entrevista de Thelonious Monk à televisão francesa em 1969 para mostrar um homem em luta constante, contra os preconceitos como contra as expectativas construídas sobre a sua música e identidade.


Batida Apresenta The almost Perfect Dj, de Pedro Coquenão
Do palco para as pistas, Alessandro Melazzini, leva-nos para a música de Sabrina e La Bionda e o imaginário muito particular do Italo Disco, com "Italo Disco. The Sparkling Sound of the 80s". Ainda na pista, "Laurent Garnier: Off the Record", de Gabin Rivoire, traça a longa carreira do DJ/produtor francês, um dos maiores nomes da explosão house dos anos 90. Mais recente, "Batida Apresenta: The Almost Perfect Dj", de Pedro Coquenão, é uma curta baseada na performance com o mesmo título. Ainda na música eletrónica mas agora numa toada muito mais experimental, os Telectu de Vítor Rua e Jorge Lima Barreto aterram no IndieMusic com "Sonosfera Telectu", em estreia mundial e realizado por Carlos Mendes, Vasco Bação, Ilda Teresa Castro e pelo próprio Vítor Rua.
Continuamos na música exploratória com "A Escuta", de Inês Oliveira, também em estreia mundial, que acompanha um dos nomes mais importantes da música experimental portuguesa, o violinista Carlos Zingaro, que também atua no dia de exibição, na Culturgest. Na música experimental mas mais underground, Alexandra Cabral & Ian Svenonius, o antigo vocalista dos míticos The Make-up e Nation of Ulysses, exploram o cinema conceptual com "The Lost Record". Por fim, Love, "Deutschmarks and Death", de Cem Kaya, documenta a desconhecida cena musical resultante da emigração turca para a Alemanha, perpetuada ainda pelos netos dessa primeira vaga de emigrantes.
As sessões têm o valor de 4,50€ (3,20€ na Cinemateca Portuguesa) e o concerto de Carlos "Zingaro" 6,00€. Mais informações, aqui.