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O olhar de Alfama sobre o futuro

Num período pós pandemia, os turistas estão a voltar à capital lisboeta. A cidade está a lançar pistas para um novo turismo sustentável?

Texto de Redação

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Na Rua de São Tomé, em Alfama, sentada perto do retrato de Amália, Irene Costa, 69 anos, compara o bairro com um mundo. O elétrico volta a passar para transportar a imensidão de turistas, que carregados de malas, procuram no GPS do telemóvel qual o próximo sítio que vão visitar. Os artistas de rua já se fazem ouvir e a venda de produtos artesanais está presente em cada canto.

Por entre sinfonias de malas com rodinhas e línguas estrangeiras, conta que é ali que mora há mais de 40 anos e por onde todos os dias passa ao sair de casa para ir beber o seu café à baixa lisboeta. “É uma alegria saber que me consigo levantar e ir à rua ver os meus amigos”, confessa.

As ruas de Alfama | ©Sofia Pinheiro

No entanto, a pandemia da covid-19 veio afetar a rotina dos moradores deste bairro tão característico da cidade de Lisboa. O movimento parou e a alegria de Alfama deu lugar às lembranças do que o bairro já foi um dia. “Quando os estrangeiros não estão aqui, isto é um deserto, porque a cidade está vazia”, conta Irene Costa.

As ruas da capital lisboeta voltam a encher-se de gente. O silêncio provocado pela pandemia é, agora, apenas uma memória. A vida está a ser retomada, tal como o comércio e a convivência entre as pessoas.

Estabelecimento típico português situado na freguesia de Santa Maria Maior em Lisboa | ©Joana Nunes

Recuperar o tempo perdido

Na rua de São Mamede, situada na freguesia de Santa Maria Maior, funciona, há nove anos, um bar de Tapas e Vinhos, que acolhe grupos, artistas e procura disseminar a cultura portuguesa através da gastronomia, música, poesia e conversa de café.

Numa altura em que as rotinas estão a voltar à normalidade, Teresa Castro, comerciante do Lisboa Vadia, fala acerca de estar a conseguir recuperar minimamente o que perdeu na fase mais crítica da pandemia.

“Vai-se fazendo. Dois anos de pandemia não se recuperam em dois meses.”

Teresa Castro, comerciante

Quase metade das empresas da restauração registaram em janeiro quebras acima dos 40% e um terço das empresas de alojamento tiveram perdas acima dos 60%, ainda associadas à pandemia, segundo um inquérito divulgado no mês de março de 2022 pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Teresa Castro olha para a porta com a esperança de que entrem mais clientes. Tudo está arranjado no sentido de os fazer regressar: os quadros alinhados nas paredes, que retratam figuras marcantes do fado; as guitarras portuguesas e até a memória dos Santos Populares se faz sentir em enfeites coloridos das marchas espalhados aqui e ali.

Lisboa Vadia | ©Sofia Pinheiro

Devido à pandemia, o estabelecimento fechou, pois não tinham outra hipótese. “A nossa comida, a nossa oferta, não resulta em take away. Nós trabalhamos com comida em cima do pão”, diz.

Apesar de ser uma casa tipicamente portuguesa, alimenta-se bastante do turismo. “Um dos fatores porque nós precisamos imenso do turismo, neste momento, é porque estamos vazios de moradores”, afirma Teresa Castro, enquanto coloca um pão em cima do prato e adiciona um tempero especial.

Comércio local em Alfama | ©Sofia Pinheiro

Ao caminharmos por entre as ruas estreitas e acentuadas deste bairro tão castiço, encontramos na Rua dos Remédios, número 69, a loja Cafés Delícia. Existe desde os anos 50 e inicialmente pertencia aos pais de Rita Pinheiro, mas hoje é a filha que recebe os clientes com um sorriso na cara e uma conversa especial para aqueles que a visitam. “É uma das poucas lojas que ainda consegue representar a identidade do bairro”, considera.

Enquanto fala, a comerciante tira um café, ao mesmo tempo que apressada corre para o telefone: “Sim. A encomenda está pronta”, diz.

No período da pandemia mantiveram-se abertos e receberam apoios da Câmara Municipal de Lisboa e da administração central. Rita Pinheiro refere que é um estabelecimento que vive de portugueses e estrangeiros: “Perdemos muitos moradores ao longo dos anos, mas como vieram os turistas isso equilibrou o movimento aqui da loja”.

O regresso dos turistas à cidade de Lisboa | ©Joana Nunes

A luta pela identidade

A aposta no turismo tem contribuído para a perda da identidade de alguns bairros lisboetas. A Associação do Património e População de Alfama (APPA) foi criada há mais de trinta anos com o objetivo de reabilitar o bairro. Hoje, a luta continua a ser a mesma. Maria de Lurdes, presidente da (APPA), conta que a palavra de ordem que marcou o surgimento da associação foi "Alfama, recuperação ou morte".

Telhados das casas em Alfama | ©Joana Nunes

Maria de Lurdes olha através da janela para uma imensidão de telhados que correm em cascata até ao rio Tejo, onde atracam grandes cruzeiros que trazem a Lisboa novas caras.

"Também queremos que os mais jovens venham para o bairro. O bairro faz-se com as pessoas", reforça a presidente, com um olhar que expressa a vontade de recuperar o passado. "A maior parte dos moradores vivem sozinhos, ou em prédios de alojamento local e acabam por sofrer com o barulho dos turistas ou com o choque de culturas", explica.

Maria de Lurdes na APPA | ©Joana Nunes

Com a covid-19 o movimento dos turistas nas ruas foi atenuado e isso provocou uma sensação de sossego aos moradores de Alfama. "Foi positivo na questão do barulho das malas, das lambretas, das bicicletas. As pessoas respiraram um bocadinho", recorda Maria de Lurdes. Mas nada esconde a saudade da sinfonia de antigamente, das conversas às janelas e dos conhecidos que se cruzavam na rua e começavam uma conversa familiar.

O isolamento dos moradores também foi mais notório. "Com o coronavírus, a saúde das pessoas piorou. Deixaram de sair de casa, tinham medo de o fazer e, como vivem sozinhos, não têm um vizinho com quem falar”, explica. “Senhor José, como é que vai?”, diz ao atender uma chamada já esperada.

Bairro de Alfama | ©Joana Nunes

No âmbito da estratégia de desenvolvimento local BIP/ZIP de Lisboa, como forma de intervenção prioritária em algumas zonas e bairros, a APPA desenvolveu um projeto que tem como principal objetivo estar com as pessoas mais idosas, conversar com elas sobre o bairro, saber porque é que quiseram vir para Alfama.

"Enquanto associação do património queremos tentar mantê-lo. Assim, quando as pessoas aparecem podem ouvir as histórias da D. Idália, da D. Albertina e todas essas histórias fazem a história do bairro”, afirma a dirigente associativa.

A necessidade de resistir

Irene Costa olha para o relógio enquanto revive as suas memórias do bairro de Alfama. Descreve o movimento das ruas e dos transportes públicos, como se já soubesse de cor todo o enredo da ação. Nada lhe escapa e cada palavra é entoada em jeito de saudade.

Irene Costa tem sofrido com as consequências da aposta no turismo | ©Sofia Pinheiro

Luís Mendes, investigador na área dos Estudos Urbanos, especializado em gentrificação, e professor no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, defende que o turismo não tem de se estancar, mas o melhor é que não aumente.

A moradora do bairro de Alfama tem sofrido com a aposta desenfreada no turismo. Forçada a sair do prédio pelo seu senhorio mostra-se descrente da sua própria situação. “Estava a pensar morrer aqui e agora não sei onde vou morrer. Tenho de andar a lutar pela minha casa”, desabafa.

O senhorio antigo faleceu e iniciou-se uma troca interminável de proprietários. “Eu era a única inquilina do prédio e queriam tirar-me dali. As casas estavam a ser arranjadas para alojamento local”, explica Irene Costa, enquanto mexe a colher na sua chávena de café.

"Quando os bairros apresentam mais do que 20% de alojamento local é um exagero. Existe uma capacidade de carga turística e é importante manter esses limites."

Luís Mendes, geógrafo

Com o início das obras, o prédio começou a apresentar fragilidades. Segundo a moradora, chovia lá dentro e os arranjos eram mais do que necessários. “A pressão para eu sair aumentou. Apenas aceitei ir para o rés do chão enquanto as obras estavam a ser realizadas no terceiro andar”, diz.

A moradora foi convencida a ficar no rés do chão, onde permanece há seis anos, após receber uma proposta por parte dos senhorios. “Disseram-me que eu já estava a ficar velha e que me custava subir ao terceiro andar. Por isso, deixavam-me ficar no rés do chão com as mesmas garantias”, diz sem tirar os olhos das ruas, onde se fazia notar a imensidão de gentes e vozes.

Mas as coisas rapidamente mudaram de figura. “Quando tinha tudo arranjado cá em baixo, tentaram fazer-me assinar um contrato que tinha um prazo de cinco anos”, conta. Após a recusa de Irene Costa, o senhorio insistiu na assinatura dos papéis. “Disse-me que podia assinar e que me dava a sua palavra de honra em como tudo ficaria igual”, explica.

A recuperação dos edifícios do bairro de Alfama tem sido impulsionada pelo alojamento turístico | ©Sofia Pinheiro

Irene Costa dirigiu-se à Associação de Inquilinos Lisbonenses à procura de ajuda na tomada de decisão, mas devido a entraves burocráticos e financeiros, a ajuda veio de um advogado sobrinho da sua vizinha. “Ele disse-me que eu podia assinar, porque quando acabasse o contrato eu já tinha mais de 65 anos e já não me podiam pôr na rua”, recorda. Dois anos antes do final do contrato, o aviso de despejo caiu na sua caixa do correio e foi iniciada a luta que se prolonga até aos dias de hoje.

A moradora reconhece que o país precisa do dinheiro que os turistas trazem, no entanto considera incompreensível a onda de despejos que isso originou. “Pessoas com oitenta anos que moravam nas casas e que nasceram no bairro têm sido postas na rua”, explica.

Com uma reforma baixa, Irene Costa não encontra uma alternativa de alojamento. Ao fim de mais de um ano de luta e com um advogado atribuído pela Segurança Social a moradora espera por uma resposta do tribunal.

O que mudou com a pandemia

O mercado da habitação arrefeceu com a crise pandémica. Os despejos foram proibidos entre março de 2020 e setembro de 2021. Durante este período, houve uma série de apoios destinados aos inquilinos através do Instituto Nacional de Habitação.

No entanto, as condições estruturais da gentrificação mantêm-se. O turismo ainda não atingiu a mesma força em comparação com o ano de 2019, mas a previsão é de que esses níveis mais intensos sejam alcançados em 2023.

As máscaras também marcam presença nos estendais | ©Sofia Pinheiro

Esta crise habitacional é uma realidade que exige um foco total, uma vez que a covid-19 trouxe uma maior consciência das questões da habitação devido à realidade da quarentena e do isolamento.

"Percebeu-se que ter uma casa é fundamental para a saúde pública. Os próprios políticos repensaram a habitação como um direito prévio a todo o tipo de direitos.”

Luís Mendes, geógrafo

Para o geógrafo Luís Mendes é necessário alargar a habitação acessível a todas as pessoas, incluindo à classe média, que não tem acesso à habitação social. "Há milhares de pessoas inscritas nas listas das Câmaras Municipais para terem acesso à habitação social, mas o objetivo seria a criação de mais habitação pública", diz.

De acordo com Luís Mendes, o Estado também deve saber que propriedades vazias (devolutos) tem e fazer a reabilitação dos mesmos. “Há mais de 48 mil casas vazias só em Lisboa, sendo que 3000 casas desse total pertencem à Câmara. Há que reabilitar esses fogos se tiverem vocação residencial", declara. Desta forma, aumenta a oferta e os preços baixam.

A vontade de ficar

Não há ninguém que não saiba onde fica a mercearia da D. Manuela. Ao chegar à Travessa do Terreiro do Trigo, em Alfama, após a descida de umas escadinhas estreitas, podemos encontrar um pequeno espaço, que apresenta na entrada o retrato da comerciante. Lá dentro pode até dizer-se que cheira a Alfama. Por entre fotografias de Santo António, manjericos enfeitados e sardinhas enlatadas, o espírito das marchas e do bairro faz-se sentir.

D. Manuela na mercearia mais conhecida do bairro de Alfama | ©Joana Nunes

Manuela Gonçalves, 70 anos, é dona da Mercearia Castanheira, que existe há 64 anos. A comerciante fala com o vizinho sobre o estado do bairro e diz ter saudades da convivência entre as pessoas. Agora, vê Alfama como um bairro fantasma. “Qualquer dia fazem de Alfama um condomínio fechado. Quem está, está e não entra mais ninguém”, diz. Depois de arrumar as latas de atum na prateleira e de organizar a papelada dirige-se à porta para admirar os contornos do bairro que a viu crescer.

A sua mercearia já teve lugar na Rua de São Pedro, entre os números 23A e 25, um lugar de passagem obrigatória a moradores e turistas. Em 2017, o negócio que abriu há mais de 40 anos com o marido João em Alfama esteve à beira do encerramento. “Um dia, o senhorio e outras pessoas começaram a medir as paredes da mercearia". Na semana seguinte recebeu uma carta de despejo e descobriu que o prédio tinha sido vendido.

Após dois anos de luta e resistência renasceu a solidariedade e, através de uma pressão feita à Câmara de Lisboa, foi encontrada uma alternativa. Em 2019, o acordo formal foi assinado com a cedência de um imóvel vazio na Travessa do Terreiro do Trigo. Com um novo espaço camarário encontrado, Manuela Gonçalves afirma: "isto não tem nada a ver com o que tinha, mas para não ir para casa ou ter de fechar sujeitei-me a ficar por aqui”.

A Mercearia Castanheira é, para além de um estabelecimento comercial, o coração da solidariedade. É aqui o ponto de recolha oficial do bairro, que recebe e entrega encomendas dos CTT e proporciona ajudas da Junta de Freguesia. Tudo passa por este lugar. Alguns moradores são incapazes de descer dos prédios para recolher a correspondência e indicam aos correios a morada da mercearia. Manuela Gonçalves faz com que lhes chegue às mãos.

O mesmo acontece com as refeições que a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior destina, todos os dias, aos moradores mais carenciados. Por volta do meio-dia, um funcionário da autarquia entrega os sacos com comida à comerciante. Nem que seja preciso colocar-se em bicos de pés e esticar-se um bocadinho, a comerciante faz-lhes chegar as refeições à janela.

Rua dos Remédios, Alfama | ©Joana Nunes

Durante a pandemia, conseguiu manter o negócio, com um horário mais reduzido. Fala sobre um equilíbrio possível entre os moradores que consomem e os turistas que a visitam.

Manuela Gonçalves acredita que o regresso dos moradores a Alfama podia acontecer se as rendas das casas baixassem. “As pessoas gostam de viver aqui. Mesmo os que já foram embora vêm cá todos os dias ou três vezes por semana”. E “quando chegarem as marchas populares vai ser o fim do mundo aqui no bairro, porque já não temos festa há dois anos”.

A admiradora de Alfama fala sobre um sentimento que está enraizado nas pessoas que ainda permanecem no bairro e naquelas que partiram. “É mantida a chama acesa de que um dia o bairro voltará a ser o que era”.

*Esta reportagem foi escrita por alunas do 3.º ano de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) no âmbito da parceria com a ESCS Magazine.

Texto e Fotografias de Joana Nunes e Sofia Pinheiro

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