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Mia Couto e Agualusa questionam machismo em 12 palcos de Portugal

Baltazar Fortuna, “macho” moçambicano, e as três mulheres da sua vida são as personagens principais de “Chovem amores na Rua do Matador”, que partem, na próxima terça-feira, de Maputo para Portugal, onde vão subir ao palco de vários municípios, durante o mês de julho. Será a maior digressão realizada por uma companhia moçambicana na Europa.

Texto de Lusa

Fotografia disponível no Facebook da Fundação Fernando Leite Couto

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Produzida pela Fundação Fernando Leite Couto, da capital moçambicana, a partir de um conto escrito por Mia Couto e José Eduardo Agualusa, Chovem amores na Rua do Matador apresenta um conflito que se vive atualmente no tecido social dos subúrbios daquele país, como explica o coencenador Vítor Gonçalves.

A peça, refere, "retrata uma rutura com práticas herdadas nas relações de género", mostra uma mudança em que as mulheres questionam as tradições machistas.

A história passa-se no sul de Moçambique, perto de uma cidade, onde Baltazar Fortuna tem três mulheres nas quais conta encontrar submissão, como todos os homens esperam. "O problema é que elas não estão de acordo, e isso ele não previa". Confrontado com a oposição, "[o homem] quer matá-las, mas elas [as suas mulheres] não querem morrer", descreve Vítor Gonçalves, sobre o conflito que caracteriza o enredo do espetáculo.

"Há conflitos de cada personagem consigo própria e entre elas", explica, por sua vez, Maria Clotild, também coencenadora. "[As personagens] Discutem problemas existenciais, querem resolver problemas pessoais a partir do outro", acrescenta.

Durante uma hora e 20 minutos, em palco, e com humor quanto baste – característica subjacente aos textos de Mia Couto, seja qual for o género – Chovem amores na Rua do Matador trata-se de uma peça escrita para um público jovem, que constitui a maioria da população moçambicana.

Em Moçambique, onde mais de metade da população tem menos de 20 anos, "qualquer espetáculo que se faça, qualquer reflexão artística que se empreenda, tem uma obrigação que é falar para os jovens", clarifica Vítor Gonçalves. "Se não falar para os jovens, não está a falar para ninguém."

São jovens que "herdam as estruturas mentais", que se submetem ao machismo, e que estão em questão na peça, acrescenta. Em palco, estará uma equipa 100% moçambicana, com interpretação a cabo de Angelina Chavango, Horácio Guiamba, Joana Mbalango, Josefina Massango e Violeta Mbilane.

O espetáculo vai estar em palco de 30 de junho a 30 de julho, com 20 sessões, na maior digressão realizada por uma companhia moçambicana na Europa. Além da peça, produzida pela Fundação Fernando Leite Couto, com apoio da Universidade Eduardo Mondlane, realizar-se-ão também, em diversos locais, conversas entre o público e os autores do texto, Mia Couto e José Eduardo Agualusa.

Depois de Portugal, estão em preparação digressões pelo Brasil, Cabo Verde e Angola.

Chovem amores na Rua do Matador vai apresentar-se no Cine-Teatro Louletano, em Loulé, (30 de junho a 02 de julho); no Teatro Garcia Resende, em Évora (5 a 07 de julho), no Teatro Lethes, em Faro (8 e 9 de julho); no Teatro Estúdio da Covilhã (11 e 12 de julho), no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra (13 e 14 de julho), no Município do Seixal (15 e 16 de julho); no Akassá produções, em Setúbal (17 de julho); no Festival de Teatro de Serpa (19 e 20 de julho); no Sala Estúdio do Teatro da Rainha, nas Caldas da Rainha (21 e 22 de julho); no Centro de Artes da Figueira da Foz (23 de julho), Teatro Viriato, em Viseu (27 de julho); e no Fórum Romeu Correia, em Almada (28 a 30 de julho).

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