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Em Castro Marim, uma Escola Primária transformou-se na Estação das Artes

A antiga Escola Primária de S. Bartolomeu, em Castro Marim, transformou-se na Estação das Artes,…

Texto de Carolina Franco

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A antiga Escola Primária de S. Bartolomeu, em Castro Marim, transformou-se na Estação das Artes, um espaço que combina tradição e inovação, pelas mãos de artesãos e jovens criativos. O espaço que esteve em desuso durante vários anos é agora a casa artística de Elias Gato, que tem na Estação das Artes o seu ateliê e um local para desenvolver workshops e oficinas criativas nas áreas da ilustração e da impressão. 

Elias é professor, ilustrador, editor e impressor, e passou a sua infância em Castro Marim. Criou uma microeditora fictícia, Aqui Há Gato, que usa como via de comunicação com o resto da vizinhança, através de livros, ilustrações e da escrita. Colaborou com a Revista Gerador de Setembro, com uma ilustração, e já foi Autor de Destaque

Voltou a falar com o Gerador a propósito deste novo projeto em que está envolvido que apesar de se encontrar situado fora dos grandes centros culturais —Porto e Lisboa —, não pretende sequer comparar-se a “essas realidades tão distantes”.  Admite que "a tarefa ainda se torna mais difícil em zonas mais distantes desses centros, nos quais a cena artística acontece timidamente”, mas vê nessa dificuldade uma oportunidade para desbravar caminho e fazer o que ainda há para (ou tem de) ser feito.

A tradição e a inovação são combinadas na Estação das Artes mas, segundo Elias, a Estação “não tem em si essa premissa” apesar de um dos projetos residentes, a Tecelã, viver do ofício e trabalhar mais no sentido de manter a tradição de o fazer. No caso de Elias, a tipografia é utilizada como “um meio para atingir um fim” e não propriamente para a reavivar enquanto ofício de outros tempos. 

É desse reaproveitamento de técnicas, ofícios e tradições que vive a Estação, mesmo quando o faz inconscientemente. O espaço, dividido em três áreas e “cujas fronteiras vão sendo alteradas conforme a necessidade de cada uma”, nas palavras de Elias, ajuda a que a relação entre todos os artesãos e jovens criativos seja “positiva e proveitosa” e que exista “entejada e troca de ideias ou parcerias”. 

O sol que “bate de frente na fachada e aquece qualquer espírito” é convidativo e não faltam desculpas. Os workshops acontecem com regularidade e há quem se desloque até Castro Marim para aprender alguma coisa e passar um dia diferente. Elias Gato fez, recentemente, 3 workshops de tipografia e um de gravura e tem outro marcado para hoje, dia 26, no qual vai ensinar a fazer gravura em pacotes de leite. " Temos visto que as pessoas procuram desacelerar, sair da rotina de trabalho-casa-internet. Sentem necessidade de parar e entregar-se mais tempo a alguma atividade e nisto descobrem o potencial deste lugar. O feedback tem sido bastante positivo e isso dá-me vontade de diversificar cada vez mais a nossa oferta formativa.”, diz Elias quando questionado sobre o feedback dos workshops e a vontade que vê nas pessoas para aprender.

Elias Gato é um professor contratado e, como os colegas que se encontram na mesma posição, nunca sabe bem onde pode ir parar. Sentiu a vontade de se fixar num lugar e deixar de andar “todos os anos com a tralha às costas” e viu na Estação das Artes o lugar ideal para voltar às suas origens e continuar a trabalhar na vertente da educação, através das formações e workshops que lá conseguia organizar. "Sempre transportei Castro Marim nas coisas que fiz, por onde andei, nos amigos, na pintura, nos livros. Na brincadeira, costumava dizer que era uma espécie de embaixador de Castro Marim. Poder agora dar o meu contributo na dinamização cultural, dá-me aquela força acrescida para continuar a criar e envolver-me em novos projetos aqui.”, finaliza com orgulho. 

Podes saber mais sobre o Elias Gato, aqui, e fazer uma pré-visita à Estação das Artes, aqui. Caso queiras estar a par de tudo o que por lá vai acontecendo, podes seguir a newsletter, aqui

Texto de Carolina Franco
Fotografias de Elias Gato 

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