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Montanhas Azuis: três vultos numa paisagem minimal

Imagine-se uma cordilheira bem alinhada, densa, que marca de forma perene a paisagem que nos…

Texto de Ricardo Gonçalves

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Imagine-se uma cordilheira bem alinhada, densa, que marca de forma perene a paisagem que nos circunda. É desta forma que, certamente, podemos olhar para o projeto Montanhas Azuis – combo de virtuosos que junta Marco Franco, Norberto Lobo e Bruno Pernadas – e que, no próximo dia 15 de fevereiro apresenta o seu primeiro registo discográfico, Ilha de Plástico, na Culturgest, em Lisboa.

Antes mesmo de haver Montanhas Azuis, já existia um duo entre Marco Franco e Norberto Lobo. Depois de alguns concertos mais espontâneos e de algumas residências artísticas na Galeria Zé dos Bois, ambos os músicos decidiram iniciar uma busca para um terceiro elemento. “Inicialmente, pensámos num sopro ou em alguém que tocasse mais do que um instrumento”, conta Marco Franco em entrevista recente ao Gerador. Desta procura surge o nome de Bruno Pernadas, elemento necessário para a verdadeira criação do grupo e para o equilíbrio do mesmo, explica Franco.

E, assim, surgem os Montanhas Azuis, projeto musical que – mesmo sem grande explicação para o nome que carrega (a não ser pela fácil desenvoltura linguística de Norberto Lobo, como sublinha Marco Franco) – se situa num género em que cruza, simultaneamente, os rendilhados bucólicos de Lobo, o expressionismo de Franco e a vivacidade harmónica de Pernadas.

Num exercício, igualmente singular para os três membros que aqui se juntam, procurou-se um elemento conciliador das origens musicais de cada um. No entender de Bruno Pernadas, foi, por isso, necessária uma mentalidade de “less is more” e de se reterem a uma linha de composição mais simples. Muito embora alguns ouvintes estejam habituados a escutar músicas de cada um dos elementos, músicas com “mais acordes e melodias mais angulares”, neste Ilha de Plástico, foi preciso procurar uma abordagem “levada à essência mais minimalista da música”, conta.

Da esquerda para a direita: Bruno Pernadas, Marco Franco e Norberto Lobo

Do disco gravado na Smup, na Parede, ressaltam ainda os títulos curiosos de algumas canções, como Sururu (nome de uma espécie de bivalve), Faz Faz (single do disco), Marianas ou Nuvem de Porcelana. Sobre este aspeto, Pernadas acrescenta apenas que os títulos refletem um tipo de “música contemplativa que nos leva para um espaço ao ar livre. A nível emotivo, digo que nos transporta para fora da cidade e acho que isso se traduz na escolha dos mesmos”.

Já o mote do disco partiu de uma canção composta por Marco Franco – e que acabou como título do mesmo. Os restantes temas foram tendo nomes provisórios, ainda que funcionassem como lista mental a partir do qual se podia trabalhar. “Os restantes temas tiveram nomes provisórios e que, ao longo do tempo, percebemos que não faziam sentido. No final, fizemos um brainstorming e escolhemos os (nomes) prediletos”, destaca Bruno Pernadas.

Neste Ilha de Plástico, habitam, sobretudo, composições minimalistas e espaciais – a fazer lembrar uma série de referências associadas à ficção científica –, em que sintetizadores, pianos e guitarras colidem de forma mais intimista. Num disco que é, paralelamente, contemplativo e cinemático, a banda irá incluir no concerto de apresentação um elemento visual, pelas mãos de Pedro Maia, que “fundisse a proposta musical de Montanhas (Azuis) com esse universo imagético”, assevera Marco Franco.

Além do álbum interpretado na íntegra, do concerto na Culturgest podemos esperar ainda novas composições do trio e algumas surpresas em termos de performance visual. Tal como nos diz Pernadas, “não será só um concerto”. Resta-nos esperar para ver.

Os bilhetes para o concerto de apresentação do álbum custam entre 6€ (com descontos) a 12€ e estão à venda nas bilheteiras da Culturgestonline.

Texto de Ricardo Ramos Gonçalves
Fotografias de Vera Marmelo

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