fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Santa Maria da Feira e Gulbenkian juntam-se em projeto de inclusão pela dança

O município de Santa Maria da Feira e a Fundação Calouste Gulbenkian assinam segunda-feira um…

Texto de Ricardo Gonçalves

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

O município de Santa Maria da Feira e a Fundação Calouste Gulbenkian assinam segunda-feira um protocolo para financiamento do projeto Lab InDança, que, ao longo de três anos, pretende desenvolver as capacidades expressivas e sociais de portadores de deficiência.

Envolvendo três a sete horas semanais de aulas no Imaginarius Centro de Criação, sob a direção artística da coreógrafa Clara Andermatt, o projeto tem um custo global na ordem dos 74.400 euros, será comparticipado pela Gulbenkian em cerca de 23.110, e deverá envolver perto de 30 utentes de instituições sociais da Feira.

Emídio Sousa, presidente da autarquia, declarou à Lusa que o município já vinha desenvolvendo atividades no domínio da dança inclusiva desde 2015, mas reconhece que o apoio da Gulbenkian proporcionará agora ao projeto "mais aulas e mais participantes, levando cidadãos que enfrentam dificuldades de aprendizagem e barreiras de relacionamento social a contactarem com uma arte que os pode ajudar noutras áreas da sua vida".

Clara Andermatt, que coordena todo o projeto e reparte as respetivas aulas com a bailarina Susana Figueiredo e outros artistas convidados, concorda que a injeção financeira da Gulbenkian confere ao Lab InDança "um novo 'boost'", mas realça que, "mais do que a quantidade de participantes a incluir no projeto, o importante é a qualidade do tempo que se passa com eles e a profundidade do que lhes é transmitido".

A coreógrafa atribui essa estratégia às características específicas dos alunos envolvidos e dá dois exemplos: "Houve uma aula em que pedimos a uma destas pessoas para se colocar no centro da sala e ela não sabia o que isso era. A outra pedimos que tocasse na sua própria nuca e ela também não conhecia essa parte do seu corpo".

Num equilíbrio entre "disciplina e jogo lúdico", a expressão pela dança irá assim desenvolver capacidades como consciência corporal, sensibilidade criativa, noção de espaço e som, inter-relacionamento, autonomia e liberdade de escolha.

"Não se trata de chegar ali, pôr música a passar, dar um pezinho de dança e ir embora. O que ali trabalhamos é toda uma consciência física e criativa, o que, a pouco e pouco, com cuidado, se reflete na forma como a pessoa passa a lidar com o seu próprio corpo, na maneira como ela se relaciona com o outro e até na sua própria autoconfiança", explica Clara Andermatt.

A diretora artística do Lab InDança prevê assim formar dois grupos performativos com características distintas: um mais alargado e abrangendo dançarinos com diferentes níveis de evolução, afetos sobretudo a trabalho de sala, e outro com um núcleo mais experiente e habilitado, eventualmente disponível para "outros projetos de natureza especial, e até para espetáculos a levar em digressão pelo país".

Em todo o caso, a comunidade terá oportunidade de apreciar o trabalho desenvolvido por todos os participantes porque estão previstos espetáculos abertos ao público, e Clara Andermatt também avança a possibilidade de o grupo conceber uma produção específica para estreia em 2020 no festival de artes de rua Imaginarius.

"Queremos que as outras pessoas também percebam o mérito artístico destes bailarinos, porque há nos seus corpos uma genuinidade criativa que é muito bela e surpreendente", garante a coreógrafa.

Apoiado pela Gulbenkian no âmbito do programa PARTIS III - Práticas Artísticas para a Inclusão Social, o projeto Lab inDança envolve a CERCIFEIRA, a CERCILAMAS, a Casa Ozanam e a AMICIS - Associação de Amigos por uma Comunidade Inclusiva em Sanguedo. Conta ainda com a parceria da Provedoria Municipal da Feira para a Mobilidade.

Texto de Lusa
Fotografia de Hal Gatewood via Unsplash

Se queres ler mais entrevistas sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

13 Outubro 2025

Jornalista afegã pede ajuda a Portugal para escapar ao terror talibã

18 Setembro 2025

Arte, pensamento crítico e ativismo queer reúnem-se numa ‘Densa Nuvem de Amor’

17 Setembro 2025

MediaCon: convenção de jornalismo regressa a Lisboa em outubro

24 Julho 2025

MediaCon 2025 tem candidaturas abertas para novos projetos de jornalismo

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Criação e Manutenção de Associações Culturais

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

29 DE SETEMBRO

A Idade da incerteza: ser jovem é cada vez mais lidar com instabilidade futura

Ser jovem hoje é substancialmente diferente do que era há algumas décadas. O conceito de juventude não é estanque e está ligado à própria dinâmica social e cultural envolvente. Aspetos como a demografia, a geografia, a educação e o contexto familiar influenciam a vida atual e futura. Esta última tem vindo a ser cada vez mais condicionada pela crise da habitação e precariedade laboral, agravando as desigualdades, o que preocupa os especialistas.

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

Carrinho de compras0
There are no products in the cart!
Continuar na loja
0