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Entrevista aos MEERA. Cecília Costa: “Os MEERA estão apenas no início de uma viagem”

“Os MEERA são um trio de música eletrónica formado no Porto em 2017 por Jonny…

Texto de Gabriel Ribeiro

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“Os MEERA são um trio de música eletrónica formado no Porto em 2017 por Jonny Abbey, Cecília Costa e Leonardo Goldmatique Pinto”, começam por explicar. Foi há uns tempos que tudo começou, quando Jonny Abbey e Cecília Costa se conheceram na mesma banda, fascinados pelas viagens exóticas que foram fazendo em digressões mundiais. Motivados por uma “excelente química criativa”, os artistas iniciaram a colaboração. Goldmatique viria a juntar-se mais tarde como coprodutor, cocompositor e teclista. Nascia, assim, a banda que hoje conhecemos como MEERA.

O grupo lançou três singles, mas, para 2020, já confessaram o lançamento do primeiro álbum. Além disso, no início do ano estreiam-se na televisão nacional: serão os compositores e intérpretes de uma das músicas a concurso no Festival da Canção.

Gerador (G.) – Quem são os MEERA aos olhos dos próprios MEERA?

Jonny Abbey (J. A.) – Os MEERA são um trio de música eletrónica formado no Porto em 2017 por Jonny Abbey, Cecília Costa e Leonardo Goldmatique Pinto. Eu e a Cecília já tínhamos tido a experiência de tocar juntos noutros projetos e houve sempre uma excelente química criativa, tornando-se óbvia esta colaboração. Decidimos começar a escrever canções em que a Cecília seria a frontwoman e, quando essas canções começaram a tomar alguma forma, convidámos o Goldmatique para integrar o projeto como coprodutor, cocompositor e teclista. Nós os três temos perfis que se completam perfeitamente, sendo que a estética da banda e tudo o que os MEERA representam surgiu com a maior naturalidade. Até ao momento, lançámos três singles pela editora Discotexas.

G. – Qual a história atrás do nome da banda? Foi fácil a sua escolha?

J. A. – O nome da nossa banda é proveniente de uma personagem de Game of Thrones, Meera Reed. Achámos que era algo que foneticamente encaixava com o nosso projeto e que era uma personagem que invocava audácia, perseverança e a força do feminino, algo que queremos sempre defender com a nossa música.

G. – Consideram que a vossa música de estreia, Fine Without You, é um hino à independência e ao liberalismo emocional e sexual. Acham que é possível fazer ativismo e transformar a música num veículo social?

Cecília Costa (C. C.) – A música é e sempre foi um veículo de ativismo, talvez um dos mais fortes de todos. Através dela, o ouvinte pode identificar-se com a mensagem presente na letra e, dessa forma, sentir-se motivado e encorajado a ter uma atitude que faça a diferença positiva para um caminho que pode ser diferenciador para o liberalismo emocional e sexual e para a compreensão e respeito pela diferença e individualidade que existe em cada um de nós. O músico ou intérprete tem a responsabilidade e oportunidade de, através da sua música, inspirar o seu ouvinte a refletir sobre as demais questões que podem ser abordadas na letra de uma canção. E que, acima de tudo, essa inspiração seja motivadora de comportamentos sociais ou pessoais responsáveis e positivos.

Videoclipe do single Fine Without You

G. – Segundo a vossa “biografia”, já viajaram por vários pontos do mundo. Acham que isso é algo que se reflete nas vossas criações?

J. A. – Todos os momentos vivenciados convergem naquilo que nós somos, sendo normal que o contacto com culturas diferentes e lugares exóticos marquem bastante a nossa essência e se reflitam depois na música que compomos. Penso que a nossa música nos transporta na maioria das vezes para locais descontraídos e soalheiros, algo que é para nós o reviver dessas viagens.

G. – A banda está sempre com um pé no Porto. Consideram que a indústria musical portuguesa está centralizada?

Leonardo Goldmatique Pinto (L. G. P.) – De certa forma, sim, tanto pelo que se vê nas agendas culturais de norte a sul do país, como também nos escritórios das agências, editoras, estúdios, média... Acaba por estar polarizada em Lisboa e no Porto, sendo Lisboa o grande centro. De momento, estamos distribuídos por Porto, Coimbra e Lisboa.

G. – Têm três temas lançados. Que balanço fazem até agora?

C. C. – Os MEERA estão apenas no início de uma viagem. Queremos mostrar muito do trabalho que temos desenvolvido, muitas ideias e criações que têm surgido desta nossa química, não só enquanto músicos, mas também pela relação pessoal que temos. E ainda muito mais está para surgir, mas podemos adiantar que estamos a trabalhar para finalizar o nosso primeiro álbum com perspetiva de o lançar neste próximo ano de 2020.

G. – Durante o processo de criação dos vossos temas, o que é que não pode faltar?

L. G. P. – Liberdade, um bom motivo, linhas de pensamento e boas influências.

G. – O Festival da Canção vai trazer a primeira música em português dos MEERA. Foi uma decisão ponderada tendo em conta o caráter do programa ou já era algo que queriam fazer há mais tempo?

J. A. – O escrever na nossa língua materna foi sempre algo que nos intrigou. Muitas vezes não o fizemos, porque as nossas referências musicais não são lusas, ou simplesmente por termos medo de escrever uma letra em português que soasse clichê. Ao depararmo-nos com esta oportunidade, recebemos um incentivo extra para nos aventurarmos na língua de Camões. Esperamos chegar a uma audiência ainda maior ao tornarmos a nossa mensagem acessível a qualquer português ou lusodescendente.

G. – Além da língua, que vai ser diferente daquilo que estão acostumados a fazer, há algo que vai fugir ao vosso registo normal na canção a concurso?

C. C. – O festival é, sem dúvida, um excelente e empolgante desafio para nós. Decidimos abraçar este desafio com a língua portuguesa, porque afinal de contas estamos a representar o nosso país e queremos que seja mais fácil e rápido para o público português nos conhecer e entender a nossa mensagem. Num ponto inicial, a interpretação da nossa letra poderá parecer simples e sucinta, mas a realidade é que a metáfora principal vai requerer uma interpretação mais profunda e pensada, em que, no entanto, mantemos sempre a nossa energia positiva e leve.

G. – Já decidiram se também vão interpretar o novo tema ou só compor?

L. G. P. – Sim, foi algo que durante algum tempo esteve em aberto, mas acabamos por decidir mostrar o nosso trabalho tanto pela face da composição como de interpretação.

G. – Olhando para os restantes compositores a concurso, qual escolheriam para fazer uma colaboração no futuro?

J. A. – São vários os compositores que nos despertam interesse. As colaborações com outros artistas são uma possibilidade que nos atrai num futuro próximo. Respondendo de um ponto de vista pessoal, sou admirador do trabalho de Dino D’Santiago, Filipe Sambado, Marta Carvalho e Throes + The Shine.

Entrevista por Gabriel Ribeiro
Fotografia cedida pela banda

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