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“A Morte de Danton”, no TNDM II

A Morte de Danton, peça de 1835, do dramaturgo alemão Georg Büchner, faz-se presente, pela…

Texto de Raquel Rodrigues

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A Morte de Danton, peça de 1835, do dramaturgo alemão Georg Büchner, faz-se presente, pela encenação de Nuno Cardoso, no palco da Sala Garret do Teatro Nacional D. Maria II, de 9 a 19 de Janeiro.

Esta produção do Teatro Nacional São João é a primeira de Nuno Cardoso, enquanto Director Artístico deste. O elenco conta com Albano Jerónimo, no papel de Georges Jacques Danton, a quem se juntam Afonso Santos, António Parra, Joana Carvalho, João Melo, Mafalda Lencastre, Margarida Carvalho, Maria Leite, Mário Santos, Nuno Nunes, Paulo Calatré, Rodrigo Santos e Sérgio Sá Cunha.

Perante um tempo que se repete, Danton pergunta: "Este relógio não tem descanso?”. Como esse relógio, as hélices do cenário recordam que o movimento, por vezes, sustenta a sua própria imobilidade. Por isso, algo se suspende e, numa obra com quase duzentos anos, entram os Coletes Amarelos, que se mistura com a Revolução Francesa, e um dos primeiros caminha, realizando os gestos próprios de um macaco.

Uma peça que reflecte sobre a condição humana, a impossibilidade de redenção desta, o mito da evolução. Há uma brecha no cenário do palco e do mundo. Essa brecha sangra desde o início e divide o sonho do que fazemos com ele. As ruas de Paris são as margens do Mediterrâneo ou do Rio Grande, o regresso dos muros, a potência do ódio, o avanço dos populismos. “Até quando continuará a humanidade a devorar o seu próprio corpo?”.

“Fatalidade” e “Revolução” são, afinal, compatíveis. Numa carta da Primavera de 1834, dirigida a Minna, sua prometida, Büchner reflecte sobre a Revolução Francesa, decorrente das suas leituras: “Sinto‑me esmagado pelo espantoso fatalismo da História. Encontro na natureza humana uma terrível monotonia; nas circunstâncias humanas, uma violência inelutável que impende sobre todos e sobre ninguém. Os indivíduos são apenas a espuma da onda; a grandeza, mera casualidade; a superioridade dos génios, um baile de marionetas, uma luta ridícula contra uma lei de ferro que concede o único triunfo de a reconhecermos, jamais de a dominarmos”.

Texto de Raquel Botelho Rodrigues
Fotografia de João Tuna

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