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A sério, bege?

Conversa entre duas pessoas com cargos políticos de um país que poderá ser ou não…

Texto de Redação

©Catarina Silva

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Conversa entre duas pessoas com cargos políticos de um país que poderá ser ou não fictício. 

Estão os dois juntos num gabinete, numa cidade capital que pertence a um continente que tem uma união económica e política constituída por um conjunto de países. E estão reunidos porque têm de tomar uma posição sobre um assunto que há muito está a ser debatido, e pelo qual têm de tomar uma posição. 

A meio da conversa...

- Somos beges!

- A sério? Bege!? Mas bege é uma cor ou um tom?

- É mais ou menos uma cor que nem é branca nem é amarela. 

- Mas não é uma coisa nem outra?

- Sim, é bege. É o que é e não é!

- Então afinal o que somos?

- Somos beges! Somos neutros! 

A cor é muita coisa. É coração, desejo, vontade e ao mesmo tempo pode ser tristeza e solidão. Uma cor pode ser um distintivo de um grupo, de um partido, de um Estado ou até de uma família. Imagina o que é ter de conseguir responder a todas estas cores e até ter de tomar partido. 

Existem muitas cores. Não dá para conviver com esta diversidade toda, ou pelo menos não por perto, sem que existam imensos constrangimentos e discussões. Porque há quem acredite que nem todas as cores combinam umas com as outras. Então isto gera só pensamento e trabalho. E depois gerir isso tudo…

BEGE! Neutralidade. Simples! Assim somos neutros e não temos de estar sempre a mediar situações com estas fusões e conjugações de cores. 

Estamos bem mais tranquilos. 

E não é o que o povo gosta? Estar bem, calmo, não ter de ser confrontado com mudanças de padrões e nem ter que assumi-los, depois,  na sua própria vida. Para quê? 

Que o castanho e o vermelho se juntem, e que até o verde escuro fique com um verde mais escuro ainda, não há problema. Do mesmo modo que o contrário também não inquieta.

Simples. Neutralidade. BEGE!

Nos tempos de hoje vemos muitas cores, conseguimos perceber que elas se relacionam umas com as outras. É respeitar, mas não temos de falar sobre isso! Nem tomar posição e muito menos fazer parte dessa discussão. Se for assim uma situação de muita fusão de cor e que dê um arco-íris, ainda menos. Muita cor junta traz diversidade e alternativa, mas também esforço, tempo e gestão. Os tempos que vivemos já são tão complicados, não temos de ser nós a torná-los mais complexos.

Temos de estar relaxados. 

As situações sempre se resolvem, e na vida há sempre quem tenha mais iniciativa. Não temos de ser nós. 

BEGE.

- É verdade, muita coisa! Muita cor! 

Somos bege!

Cá fora o povo, que em nada está tranquilo, grita:

- Amarelo!

- Azul!

- Vermelho!

- Verde!

- Bege, para nós é não ter cor. Uma pessoa sem cor não tem esperança nem receio. Fica sempre à espera que sejam os outros a tomarem a iniciativa e numa conversa mais acesa acaba por se apagar, porque não toma partido assumindo a sua posição. O que é extremamente confortável… Bege!

Estar constantemente à espera que aconteça não leva a lado algum. 

O que é estranho é ter um cargo ou uma posição de poder e ser-se bege. Há que assumir a sua cor, que se vive com várias cores, que juntas se podem transformar em diferentes padrões, ainda que nem todos nos pareçam agradáveis à primeira vista. Viver com elas, falar sobre elas, regular leis que as coloquem ao mesmos níveis, debatermo-nos sobre elas: parece-nos fundamental!

Bege, a sério?

Cada um de nós traz em si todo um pantone.

Há dias que acordamos mais claros, assumimos assim um azul e um amarelo, outros dias em que somos mais escuros, o preto e o cinzento fazem parte de nós! E são muitos os dias em que as nossas cores são vivas, garridas e que se reflectem em tudo o que fazemos e com quem estamos.

Nos dias em que juntamos todas as cores somos mais vida. Temos mais coragem. Somos diversidade.

Somos cor!

*Texto escrito com o antigo acordo ortográfico

-Sobre Marta Guerreiro-

Nasceu em Setúbal de pais com naturalidade nos concelhos de Almodôvar e Castro Verde e cresce numa aldeia perto de Palmela. Aos 19 anos muda-se para o Alentejo, território que não imaginava que um dia poderia ser a sua casa, e agora já não sabe como será viver fora desta imensa planície. Licenciou-se em Animação Sociocultural, vertente de Património Imaterial, onde desenvolveu competências sobre investigação e salvaguarda de tradições culturais e neste percurso descobre as danças tradicionais e a PédeXumbo, dando assim continuidade à sua formação na dança. Ao recomeçar a dançar não consegue parar de o fazer e hoje acredita que esta é, para si, uma das formas mais sinceras e completas de comunicar. A dança tradicional liga-a ao trabalho desenvolvido pela PédeXumbo, onde desenvolve o seu projeto de final de curso com o tema “Bailes Cantados” e a partir desse momento o envolvimento nos projetos da associação intensifica-se. Atualmente coordena a PédeXumbo onde desenvolve projetos ligados à dança e música tradicional.

Texto de Marta Guerreiro
Fotografia de Catarina Silva

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