O músico Agostinho Sequeira, de 22 anos, venceu este domingo o Prémio Tromp, do concurso internacional de percussão, que se realiza há 50 anos em Eindhoven, na Holanda. O percussionista, que estudou durante oito anos na Metropolitana, foi o primeiro português a chegar à fase final do concurso.
“É uma sensação muito boa, sem dúvida. Estou muito feliz por esta conquista, porque foi um sonho cumprido. Não foi uma construção de última hora, há muito que estava a trabalhar para isto”, disse Agostinho Sequeira esta segunda-feira à Metropolitana.
O músico, que está a estudar em Amesterdão desde 2016, quando saiu da Escola Profissional da Metropolitana (EPM), apresentou uma peça de outro percussionista português, Igor C. Silva, autor de Your Trash, como “forma de homenagem aos percussionistas portugueses”.
“Quero partilhar este prémio com todos eles, porque o trabalho feito pela percussão em Portugal tem sido muito sério e há muitos músicos que foram decisivos e inspiradores para a minha caminhada”, sublinhou Agostinho Sequeira, apontando como exemplo Marco Fernandes, que foi seu professor e é diretor artístico das Percussões da Metropolitana.
“Estudei na Metropolitana entre os 10 e os 18 anos. Comecei no Conservatório de Música da Metropolitana e passei para a EPM. E se não tivesse trabalhado aí, nunca teria chegado a este momento. A Metropolitana sempre me deu todo o apoio e o professor Marco foi fundamental para a minha formação”, afirmou o músico, que em 2014 já tinha ganhado o Prémio Jovem Músico da Antena 2.
Agostinho Sequeira considerou ainda que “a Metropolitana é o exemplo perfeito de que o investimento dá resultados. O trabalho que tem sido feito ao longo dos anos nas diferentes escolas da instituição é muito bom”.
Na Holanda desde 2016, o músico português esteve o primeiro semestre do ano em Lyon, França, a fazer Erasmus, mas a pandemia antecipou o regresso. “Este é o quinto ano que estou na Holanda. Está a ser uma experiência ótima. Os orçamentos aqui são incomparavelmente maiores do que em Portugal. É outra escala e essa foi uma das razões que me trouxeram para aqui”, concluiu.
Para Marco Fernandes, diretor artístico das Percussões da Metropolitana, “esta vitória do Agostinho é a vitória dos percussionistas portugueses e da forma como em Portugal se tem apostado num instrumento difícil e que durante muitos anos não tinha expressão”.
“É claro que é uma honra e um enorme orgulho termos um ex-aluno a ser o primeiro português a chegar à final e a vencer um Festival como o Tromp”, afirmou o docente, acrescentando que este galardão é também “uma vitória da Metropolitana e reflete o trabalho que tem vindo a ser feito no sentido de desenvolver este instrumento no ensino secundário”.
Marco Fernandes explicou que a percussão “é um instrumento muito complicado para as escolas, porque representa sempre um investimento avultado”. “Felizmente que há quatro ou cinco anos, a Metropolitana, com o apoio de algumas marcas, conseguiu fazer um grande investimento que lhe permite ser hoje uma das escolas mais bem equipadas em Portugal nesta área”.