João Moura, 35 anos dois filhos, um de 9 meses e um de 10 anos. Abro assim o texto porque hoje é isto que marca todo o andamento do meu dia a dia e compromete ou alivia a minha disponibilidade física ou mental para o que quer que seja.
Vamos falar agora um bocado na terceira pessoa.
Escreve. Gostava de escrever mais. Gostava que lhe pedissem para escrever. No entanto só lhe pedem o contrário. Trabalhou desde sempre em publicidade e começou a escrever algumas coisas para uma agenda cultural. Depois para a revista DIF (obrigado por acreditares em coisas bizarras Hugo Lopes), acabando por escrever também para a Gerador (!), para além de chatear sempre que pode as pessoas do seu facebook com textos que envergonham a família até aos trinetos. Acreditou até demasiado tarde que um dia alguém mais esperto que os outros todos o ia descobrir e o ia lançar numa carreira galáctica. Aos 35 só espera que ninguém o descubra e que não lhe estraguem pelo menos o que já tem.
Lê compulsivamente e a falta de prática em ter dois filhos tão distantes um do outro em idade leva-o a viver muita coisa apenas através do que lê. É a primeira vez que passa por isto. Não tem jeito para viver e normalmente decide de forma errada mesmo quando tem apenas uma hipótese positiva para escolher.
Gosta cada vez menos das redes sociais e do que estas fizeram às pessoas – ou do que vieram apenas deixar mais à tona - mas vê nelas muito material inacreditável para perpetuar a criatividade.
Dêem-lhe música, escrita, coisas para ler, os filhos e a mulher e é feliz para sempre. Percebe neste preciso momento em que escreve esta frase o quão desinteressante pode parecer e não tem forças para provar o contrário. Ao contrário da regra geral, ao vivo é muito melhor que nas redes sociais. Mas vestido. Despido é fraco.
Textos:
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