A Bienal de Fotografia do Porto vai reunir, entre 14 de maio e 27 de junho, 46 artistas nacionais e internacionais em 19 exposições visitáveis na 'Cidade Invicta', segundo anunciado pela organização.
Com entrada gratuita, as mostras decorrem em 15 espaços na baixa do Porto, um em Lisboa e incluem três on-line, acessíveis através da página oficial da Bienal’21, conforme explicou Virgílio Ferreira, coordenador artístico do evento, em conferência de imprensa.
Após uma primeira edição lançada sob o tema Adaptação e Transição, este ano o mote da bienal é O que acontece com o mundo acontece connosco. Este tema convida a refletir sobre o papel da humanidade no seu relacionamento com o planeta, de acordo com Virgílio Ferreira, que disse ser "urgente" refletir sobre este tópico.
O desafio lançado aos curadores e artistas é o de mostrarem de que forma os sistemas humanos e naturais estão interligados e refletirem sobre a interdependência entre as diversas esferas da vida, da ecologia à sociedade.
Além das exposições, a bienal apresenta conversas públicas que exploram ideias sobre o impacto das ações humanas no mundo e a primeira edição da oficina internacional Art in Action - Climate and Social Responsibility.
O coordenador artístico explicou que “a missão da Bienal é contribuir para a produção e disseminação de perspetivas artísticas, ações e intervenções que promovam uma mudança cultural ética, que acreditamos ser tão desejável quanto inevitável”.
De entre as várias exposições, Virgílio Ferreira destacou a The Horizon is Moving Near, que vai ter lugar no Centro Português da Fotografia, no Porto, e que reúne obras de oito artistas internacionais. Utilizando imagem, filme, texto, material de arquivo e tecnologias de visualização avançada, esta mostra explora assuntos como a masculinidade tóxica, emergência climática, nacionalismo, cibersegurança, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o `Brexit´.
O evento inclui também a exposição Travessia ∞ Muxima, na reitoria da Universidade do Porto, que assenta na herança do colonialismo português em diferentes geografias, nomeadamente no Porto e em Angola, através de fotografias de dois autores internacionais. Já na Estação de Metro de São Bento, no Porto, ficará patente a exposição Cidades na Cidade, da autoria de Carlos Barradas e María Sainz Arandia, que retrata iniciativas comunitárias urbanas no campo da justiça social e ecológica no Porto e em Valência (Espanha).
A Bienal Fotografia do Porto é organizada e produzida pela Plataforma Ci.CLO, em coprodução com a Câmara Municipal do Porto, e financiada pela Direção-Geral das Artes. O evento conta ainda com o apoio mecenático do BPI e da Fundação “la Caixa” e uma rede de vários parceiros estratégicos a nível nacional e internacional.