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Cláudia Pascoal: ! (blah), “é só força neste álbum”

Um grito de força. Expressões claras. Afirmação das parvoíces próprias. É com tudo isso que…

Texto de Andreia Monteiro

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Um grito de força. Expressões claras. Afirmação das parvoíces próprias. É com tudo isso que nos munimos ao privar com o primeiro álbum a solo de Cláudia Pascoal!, disponível a partir de dia 27 de março. O objetivo era claro, construir um álbum a solo que refletisse a Cláudia, sem que para isso se inibisse de chamar mais nomes que admirasse para se juntarem. Para além do lançamento do seu álbum, partilha ainda mais um vídeo de uma das canções que o integra – “Música de Um Acorde”.

Natural de Gondomar, a música tem vindo a acompanhar o seu crescimento. Aos 15 anos começa a tocar guitarra e a cantar em espaços públicos. Confessa que se lembra de estar sempre envolvida em bandas e projetos. Chegou a ter um projeto a solo com baladas e uma banda de originais em inglês com um forte pendor jazzístico, gipsy e rock. Em 2017, foi semifinalista do The Voice Portugal na RTP1. Em 2018, venceu o Festival da Canção com “O Jardim”, canção escrita por Isaura, sendo a representante portuguesa na Eurovisão desse ano. Mas nem só de música é feita a sua história. Com um gosto disseminado pelas várias áreas do espetáculo, já fez edição de vídeos para vários youtubers e escreveu textos humorísticos para o CC All Stars Sic Radical (2016). É mestre em Produção e Realização Audiovisual, licenciada em Artes Plásticas e tem um curso de Produção Artística, com especialização em Ourivesaria. Agora, dia 27 de março, vê, finalmente, concretizado o sonho de lançar o seu álbum de estreia.

Em ! – sim, o nome do álbum é apenas um ponto de exclamação que se deve entoar como blah – contou com a produção de Tiago Bettencourt e a participação de nomes como Samuel Úria, David Fonseca, Joana Espadinha, Luís José Martins, Pedro da Silva Martins e Nuno Markl. Entregue por completo à língua portuguesa nas suas composições, e encontrando uma nova casa no género pop, Cláudia partilha connosco um conjunto de 12 músicas que tratam assuntos sérios, mas sempre com a leveza e humor que lhe são característicos.

!, primeiro álbum a solo de Cláudia Pascoal já disponível

Gerador (G.) – Querias que o teu primeiro álbum a solo fosse um reflexo de quem és. Quem é a Cláudia Pascoal, em poucas palavras?

Cláudia Pascoal (C.P.) – Queria definir-me em tão poucas palavras que decidi não chamar ao meu álbum palavra nenhuma e apenas um ! . Essa é a definição de quem sou: poucas palavras e quase apenas um gesto, um reflexo, que é um ponto de exclamação como quem diz – estou aqui! Finalmente estou aqui, sem programas televisivos, sem cantar as músicas dos outros. É mesmo um reflexo exato da minha personalidade com algum tipo de humor. Não é só música, mas também alguns sketches. Acho que concretizei esse objetivo.

G. – Tens um amigo, o blah, com quem partilhas algumas vivências nas redes sociais. O que encontras nesse amigo que te permite viver nas tuas inquietações e nos tempos de calmia?

C.P. – Este meu amigo tem-me dado muito jeito. Ele partiu do início, até duma reunião que tive com a Universal, em que estavam a dizer que eu tinha de fazer vídeos, ou mesmo uma foto minha, a afirmar que vou lançar coisa. Achava aquilo muito pouco orgânico e muito estranho. Então, criei um bicho muito mal feito, o mais mal feito que podia fazer – é por isso que o fiz no paint – para anunciar as novidades que aí vinham. Senti-me mais confortável em ser outra pessoa a anunciar. Agora tem sido meu amigo e faz parte de algumas músicas do disco. Até gostava que ele fizesse mais parte, mas disseram que era parvo e eu tive de concordar (risos).

G. – Mas entretanto, assumiste que o ponto de exclamação que dá nome ao disco tem uma expressão sonora em forma de blah?

C.P. – Exatamente. É quase uma tradução. Muita gente me pergunta: como é que eu chamo ao teu álbum? Não é com as palavras “ponto de exclamação”. Eu respondo que podes chamar blah. Acho que a palavra que me traduz melhor é mesmo blah.

G. – É por isso que o teu disco também tem uma capa amarela? Por ser a cor do blah?

C.P. – Por acaso nem pensei nisso. Depois de o Wandson me enviar e fazermos a sessão fotográfica é que eu disse que vinha mesmo a calhar porque tinha criado um bicho amarelo. Sempre quis que fossem cores primárias que chamassem a atenção e que traduzissem a evolução do álbum: começar com cores primárias, do zero, e depois crescer, elas unirem-se, e crescerem para qualquer coisa mais madura.

claudia-pascoal
Fotografia por Wandson, em fundo amarelo

G. – Começaste a escrever para este disco aquando da tua participação na Eurovisão, quando te viste várias noites sozinha num quarto de hotel. O que encontraste na solidão com que privaste nesse quarto que não tinhas ainda encontrado num outro?

C.P. – Acho que foi mesmo esse isolamento. Sou uma pessoa que está sempre a prestar atenção a tudo e sempre rodeada de imensa gente, felizmente. Na Eurovisão tive a oportunidade de estar muitas noites sozinha num quarto de hotel. E foi aí que tomei a iniciativa de começar a compor, principalmente em português, que era uma coisa que não fazia anteriormente, e perceber o que era isso de criar músicas sem ser num tom jazzístico, que era a minha praia. Foi um desafio muito brilhante e, realmente, foi uma forma de eu lidar com uma certa solidão e uma tristeza por estar sozinha, porque lido muito mal com isso. Fazia-me companhia e resolvia os meus próprios problemas a compor.

G. – De que forma é que esse teu contacto com a solidão, que te deixa desconfortável, moldou o conceito do teu primeiro disco?

C.P. – Sempre tive bandas e sempre criei músicas com muita gente à minha volta a dar-me muitas ideias. Este processo de criar uma música do início ao fim completamente sozinha foi uma forma de me descobrir nessa área. Já naveguei por muitas áreas profissionais, felizmente, e por muitas criatividades artísticas e estar-me a cingir numa área que é a música foi um desafio. E acho que foi essencialmente estar numa primeira fase completamente sozinha para, depois sim, chamar imensa gente que faz parte do álbum para o fechar e para ganhar vida.

G. – Já que falaste de todas essas pessoas que acabaste por chamar, o teu álbum inclui colaborações com Samuel Úria, David Fonseca, Joana Espadinha, Luís José Martins, Pedro da Silva Martins e Nuno Markl. Quando nos estamos a tentar descobrir é mais fácil fazemo-lo se nos rodearmos de pessoas que admiramos e com eles dividirmos a caneta que escreve as nossas histórias?

C.P. – Completamente! Para mim era essencial. Não queria nada estar sozinha a fazer um álbum. Acho que é importante essa primeira parte, mas depois não sei quantas mais oportunidades vou ter de gravar um álbum, por isso queria reunir família, amigos, pessoas, artistas que admiro há anos e consegui, felizmente. Saber que neste quadradinho de papel estão reunidas as pessoas que adoro e que amo e novas pessoas com quem fiz amizade na construção do álbum. Isso enche-me de alegria.

G. – Recebes uma canção. O que tens de fazer para que a vejas como tua?

C.P. – Esse era o processo mais divertido disto tudo. Algumas pessoas enviaram-me maquetes por telemóvel muito ranhosas. Com outras, como o David Fonseca, a música veio quase produzida. Uma das coisas que disse ao David Fonseca foi que achava que estava lindo, mas tenho necessidade de a tornar minha e vou desconstruí-la por completo. Se mostrasse agora a versão original e a que fiz no álbum, não parecem, de todo a mesma música. Essa é a parte fascinante: modelar a música, torná-la minha e sem qualquer tipo de objetivo descobrir o que quero fazer com ela. Todas as músicas foram construídas à base de experiência. Foram muitos dias seguidos no estúdio do Tiago Bettencourt a tentar perceber o caminho e identidade que as músicas poderiam ter.

G. – Antes do Festival da Canção cantavas muito em inglês. Que novo alento encontraste na língua portuguesa para as tuas composições?

C.P. – Devo dizer que é muito por culpa d’“O Jardim”. Era uma coisa que nunca fazia. Até achava que a minha voz, porque é um facto, fica de maneira diferente quando canto em português e era uma coisa que odiava. Mas ao cantar tantas vezes “O Jardim” comecei também a dar uma nova atenção aos artistas portugueses. Conheci imensos pessoalmente no Festival da Canção, comecei a ficar mesmo apaixonada pela língua e agora não me faz sentido absolutamente nenhum, nem ouço música inglesa. É mesmo raro. O único disco que ouvi neste último ano em inglês foi o da Billie Eilish. De resto, não papo nada em inglês. Só tuga land e não me vejo mesmo a escrever noutra língua agora. Nem me sai naturalmente, vou diretamente para o português.

"O Jardim", canção com que Cláudia Pascoal representou na Eurovisão 2018

G. – Abres o teu disco com a realização de um sonho do Nuno Markl, dando-lhe ainda um gostinho extra no vídeo e canção da “Música De Um Acorde” e direito a uma brincadeira em “Mais Fica Pra Mim”. Começas logo a abrir nesta missão de terminar com as convenções?

C.P. – Para mim, era superessencial, logo deste início, ter algum tipo de sentido de humor. Era o que eu fazia antes, porque escrevia conteúdos humorísticos para o Curto Circuito, entre outras coisas. E não fazia sentido nenhum eu agora converter-me para a música e largar completamente o meu passado, porque era uma coisa que fazia diariamente. Portanto, quis sempre envolver algumas pessoas do entretenimento. Envolvi também a Filomena Cautela no meu primeiro videoclipe e o Nuno Markl foi uma peça fulcral. Conheci-o nestas andanças quando me mudei para Lisboa e ficamos grandes amigos e também acho que é uma pessoa que traduz bem o que quero fazer no álbum. Ele só diz coisas bem parvas, mas também muito sérias. No sentido em que diz sempre novidades realmente interessantes, mas num tom sempre de brincadeira e era um bocado isso que queria traduzir no álbum. Fez muito sentido ele abrir e fechar o álbum, porque é isso mesmo que quero fazer: mostrar um trabalho que começa muito parvo, passa a ser adulto e depois volta a parvo outra vez. É exatamente a minha personalidade. E queria apresentar uma coisa de forma leve.

"PPPFFFRRR", faixa que abre o álbum com participação de Nuno Markl

G. – Então outro dos teus traços é saberes brincar contigo própria, saberes olhar para as situações sérias e difíceis, mas encontrar uma forma leve de as viver também?

C.P. – Completamente, sim. É isso.

G. – Também fizeste uma música só com um acorde, “Música De Um Acorde”, provando que tal feito é possível. O truque não está na variedade dos acordes, mas sim nas pessoas que escolhemos para o avivar?

C.P. – Acho mesmo que sim, que a intenção da música é que conta e não a sua perplexidade. Aliás, considero todas as músicas muito simples, mas acho que traduzem uma mensagem bem clara, muito poderosa, pesada ou bem leve. Acho que a mensagem está lá e que isso se traduz muito bem. Portanto, queria mesmo acabar com a “Música De Um Acorde”, que é um objetivo desde sempre. Esta música é uma coisa parva que eu cantava há muitos anos para aliviar a tensão de grupos e acho que tinha de acabar assim. Claro que tive de reunir todas as pessoas que adoro e que fizeram parte do álbum nesse dia.

G. – Quando o único recurso que nos resta é sonhar que se tem o outro connosco, a melhor forma de apaziguar o coração é fazer um brinde ao depois?

C.P. – O “Ter e Não Ter” acho que é a música que mais traduz a solidão da Eurovisão. Escrevi na altura com um amigo meu e acho que é mesmo isso. Acho que não é tanto traduzir a palavra no depois, mas no que sentia naquele momento e que realmente, às vezes, mais vale desistir, largar e continuar a nossa vida sozinho do que estar a sustentar uma coisa que já não tem muita continuidade.

"Ter e Não Ter", com letra de Miguel Lestre

G. – Quando damos por nós a apenas existir, o que podemos fazer para virar o interruptor no sentido de viver? É com saltos de fé que vamos lá?

C.P. – Acho que é mesmo. No meu caso, foi mesmo ouvir aquela música (“Viver”). Estava a sentir que estava só a existir, já há algum tempo, e depois de ouvir a música que o Samuel Úria me enviou foi quase um choque de bora acordar, bora ter algum significado neste mundo no pouco tempo que temos. Acho que é um mostrar resultados para outras pessoas, fazer a diferença de alguma maneira. É assim que interpreto a música. Acho que é uma música de bastante força.

"Viver", com Samuel Úria

G. – “Espalha Brasas”, uma música em que refletes a forma como uma mulher se decide expressar enquanto ela própria e despegada de conceitos. Na tua procura por uma definição de seres feminina sem tabus, o que encontraste?

C.P. – Claro que a intenção foi para o sexo feminino, porque acho que tem quase uma autobiografia minha naquela música. Aliás, o Pedro da Silva Martins escreveu-a a pensar na minha personalidade. Falo um pouco da emancipação feminina de forma muito descontraída. Mas ao mesmo tempo acho que é um reflexo de toda a gente, de todos os sexos, em que todo o mundo pode pegar. Se as coisas não estão a acontecer, temos de acordar as pessoas. É semelhante, duma forma mais parva, ao “Viver”. Bora lá, bola para a frente para as coisas acontecerem. É outra música de força. É só força neste álbum.

"Espalha Brasas", com letra de Pedro da Silva Martins e Luís José Martins

G. – Tens alguma ligação pessoal à história de um soldado que guardava o retrato da mulher que esperava por si, de que nos falas na música “O Soldado”?

C.P. – Pessoalmente, não tenho. E foi esse mesmo o desafio para a Joana Espadinha. Todas as músicas tinham muito que ver comigo e gostava que houvesse simplesmente uma história fora de mim, fora da minha realidade, no álbum. Simplesmente um conto. Acho que ela o fez muito bem. Escreveu uma história muito bonita, muito ternurenta. E é uma música, que apesar de não ter muitos estímulos musicais porque é só uma voz e uma guitarra, tem um poder de imaginação. Ouves a música e consegues imaginar exatamente o que se está a passar. É muito descritiva nesse sentido. Esse era o desafio proposto à Joana e ela cumpriu espetacularmente bem.

"O Soldado", com letra de Joana Espadinha

G. – Que giro dizeres isso, porque me fizeste lembrar um livro que acabei de ler. Cartas a Jovens Poetas, numa edição da Relógio D’Água que inclui cartas escritas por Rainer Maria Rilke, mas também uma carta escrita pela Virginia Woolf a jovens que ambicionavam ser poetas. Na carta da Virginia, a certa altura, ela diz que para se ser poeta é muito limitativo se só nos focarmos no eu e na forma como eu vejo a vida. Então, ela aconselha este exercício de se pensar nas histórias de outros e encarnar essas personagens. Como fizeste com essa música. De repente, existia aquele soldado, embora não tenhas nenhuma história pessoal que se relacione com isso. Só assim a nossa escrita poderia ganhar outro corpo e é giro agora partilhares comigo essa tua necessidade de incluíres uma história que não falasse do eu.

C.P. – Exatamente isso! Incrível!

G. – Avançando para a “Quase Dança”, por vezes, decidimos que não vamos dançar o vira, porque já nos cansa. Como podemos perceber no outro apenas alguém que vai sempre fingir gostar de alguém?

C.P. – É afastarmo-nos dessa pessoa com segurança. Escrevi essa música no dia em que acabei com um namorado e tentei encontrar o lado cómico de toda a situação que se estava a passar, porque não gosto de me sentir muito triste quando acabo com alguém, porque há sempre coisas muito boas que vêm duma relação. Não sou uma pessoa que guarda o rancor e mágoa, de todo. Então, foi a maneira que arranjei de limpar as coisas negativas da relação de forma muito cómica. Sempre que canto essa música, lembro-me do melhor da relação, apesar de ter corrido muito mal, portanto é quase um bora dançar o vira e mostrar como é ser verdadeiramente tuga e remeto muito à minha família. A parte do rancho foi mesmo gravada com a minha família, porque achei que era uma coisa bastante pessoal e ternurenta, apesar de as pessoas acharem que estou a insultar o meu ex-namorado. Vejo a coisa duma forma ternurenta.

"Quase Dança", de Cláudia Pascoal

G. – Virando as atenções para “Já Não Somos Animais”, quais são os sorrisos que te fazem calçar os ténis e correr para os ver?

C.P. – Essa é uma daquelas músicas que também fez muito sentido na altura. Retratava uma paixão meio platónica e o saber exatamente que não ia dar a lado nenhum, portanto é calçar os ténis, mas correr para longe. Não para perto dessa pessoa. É perceber que não vale a pena, porque estamos em estados de vida completamente diferentes. É saber largar, também, duma forma muito ternurenta e positiva, apesar de a música ser um bocado dramática no fim, mas essa foi a intenção que o Bettencourt tomou.

"Já Não Somos Animais", de Cláudia Pascoal

G. – Isso também te acontece com as músicas? Tens dificuldade em largar uma música e dá-la como acabada?

C.P. – Imenso! O processo deste álbum também demorou imenso tempo porque tanto eu como o Bettencourt sofremos desse bichinho que é não largar a música e estar sempre a fazer modificações. Está fechado o álbum, e ainda dizemos que se calhar pomos ali um arranjo de sopros naquela música. E lá vamos nós. Aliás, gravamos músicas que, no final, ficaram fora do álbum. Mas estou bastante satisfeita, não mudava neste álbum. Era mesmo aquilo que queria neste momento.

G. – Em “Vem Também”, dizes que houve um momento em que sentiste a tua sombra da cara a escorrer. Como é que se desenvolve esse processo de nos sentirmos acolhidos na dança do sonho de outrem, desviando-te do medo?

C.P. – Por acaso, essa foi uma das últimas músicas a gravar. Foi escrita pelo Tiago Bettencourt. Disse-lhe mesmo que queria uma música avassaladora de amor. Ele disse: “Para quê? Tu não és essa pessoa.” Ao que respondi que não era, daí ser engraçado. Mas, entretanto, não estava a encontrar esse sentimento de entrega porque nunca me entreguei assim a nível de amor a ninguém. Então estava a ser complicado interpretar essa música de forma genuína, que é uma coisa que prezo imenso. Só mais tarde, entrei numa relação supersaudável e estou superapaixonada. Só aí é que comecei a gravar essa música, porque só aí é que se tornou genuíno e percebi a mensagem que ela trazia. É entregar a essa pessoa de forma simples e sem complicações.

"Vem Também", canção escrita por Tiago Bettencourt

G. – Há em ti a certeza de que todos temos alguém a esperar por nós lá fora?

C.P. – Essa música (“Espero Por Ti Lá Fora”) é uma coisa meio animal. Imagino-a sempre naquele engate básico na noite, no Lux. Depois, é aquela dica do espero por ti lá fora, amor. Se quiseres vir, vem. Se não quiseres vir, também está tudo bem. Portanto, queria que houvesse uma música com um teor mais animalesco, digamos assim. Pôr o amor de parte, e ser só aquela coisa de possuir a outra pessoa.

"Espero Por Ti Lá Fora", canção escrita por David Fonseca

G. – Lanças este disco numa altura em que não o podes celebrar presencialmente com o público. Tens algum plano que passe pelo meio online para o futuro, em continuação do concerto que transmitiste no dia 20 de março?

C.P. – Os planos estão dependentes de como isto [a situação da pandemia] corre. Ninguém sabe bem como isto vai correr. Os concertos e uma tour vão acontecer quando isto apaziguar. Relativamente ao dia 27 de março, acho que vou comemorar apenas com o lançamento do vídeo da “Música De Um Acorde”, e a minha vontade seria quase criar um cordão com toda a gente e que me mandassem vídeos a cantarem essa música e que isso conseguisse criar um vídeo com muita gente. Como comemorei o finalizar do álbum com um vídeo parvo, queria também comemorar o lançamento do álbum com um vídeo parvo feito por muita gente. Esta era a minha vontade, mas não posso pensar em muito mais para além disso porque realmente não se pode fazer grande coisa.

Concerto LIVE de Cláudia Pascoal no Instagram, no passado dia 20 de março - Festival Eu Fico em Casa

G. – Já editavas alguns vídeos de youtubers e tens lançado vídeos nas tuas redes sociais que bebem muito dessa linguagem, inclusive com o blah. Esse é um complemento possível para nos entrosarmos mais e mais com as músicas que todos vamos ficar a conhecer no dia 27 de março?

C.P. – Sim, o blah vai-se manter. Aliás, esta semana vou lançar um mashup de todos os vídeos do blah e vai ser uma constante neste lançamento e mesmo depois. Acho que é um alter-ego que não vou deixar, porque me traduz muito bem. Vai sempre ser ele a anunciar todas as novidades.

Todos os vídeos do "Blah" aqui...se não tiveres mais nada para fazer ✨

Publicado por Cláudia Pascoal em Terça-feira, 24 de março de 2020
Mashup com todos os vídeos do blah, personagem criada por Cláudia Pascoal

G. – Para terminar, se a música pop fosse uma pessoa e tu um espelho em que ela se via, o que refletias?

C.P. – Que complicada essa pergunta! Acho que não se traduzia em uma imagem, mas sim num som que seria blah (risos).

Texto de Andreia Monteiro
Fotografia de Wandson Lisboa

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