A nova exposição permanente do Museu Colecção Berardo, "Coleção Berardo do Primeiro Modernismo às Novas Vanguardas do Século XX", inaugurada no passado dia 15 de Julho, com curadoria de Rita Lougares, Directora Artística do museu, conta com 350 obras "significativas que marcaram a História da Arte do século XX". Algumas destas serão exibidas ao público, pela primeira vez.
Poderemos encontrar obras de de Pablo Picasso, Amedeo Modigliani, Amadeo Souza-Cardoso, Marcel Duchamp, Man Ray e Francis Picabia, Kazimir Malevich, Piet Mondrian, Josef Albers, Fernand Léger, Salvador Dalí, René Magritte, Louise Bourgeois, Francis Bacon, Jackson Pollock, Maria Helena Vieira da Silva e Lucio Fontana, entre outros.
"Foram escolhidos artistas que atravessam todo o século XX, que desenvolveram as pesquisas das primeiras vanguardas e que transformaram a abstração na linguagem de uma nova ordem mundial", lê-se na agência Lusa.
O início do século XX abre o percurso, levando-nos até às vanguardas históricas que o caracterizam: "o cubismo, o construtivismo, o dadaísmo, o neoplasticismo, a Abstraction-Création e o surrealismo. Estas correntes vêm desafiar os cânones tradicionais — a representação ilusionista do mundo através da perspetiva — em virtude de novas experiências, como a geometrização das formas na pintura não figurativa, as colagens e as assemblages, que alteram por completo o conceito, a natureza e a função da obra de arte. Já não se pretende reproduzir fielmente a realidade do mundo, mas sim dar a possibilidade aos artistas de se expressarem e de se interrogarem sobre os processos e os fins da arte", diz Rita Lougares, no comunicado de imprensa.
Neste sentido, o período do pós-guerra encontra-se através do "regresso à figuração, informalismos, abstrações, arte cinética, Grupo Zero, espacialismo, neodadaísmo, descolagismo, Nouveau Réalisme e pop art". A arte, assim, passa a viver "a tensão entre as tendências da abstração e da figuração". "Surgem artistas que desenvolvem as pesquisas das primeiras vanguardas e que transformam a abstração na linguagem de uma nova ordem mundial; e a reação a esta tendência dos artistas das novas vanguardas ativas dos anos '50 e '60, que, num quadro de próspero desenvolvimento económico no ocidente, de consumo e de uma cultura de massas, se inspiram no gesto de Marcel Duchamp e no readymade, testemunhando a nova realidade urbana através das suas obras", continua o comunicado.
Texto de Raquel Botelho Rodrigues
Fotografia disponível na página de Facebook do Museu Colecção Berardo