Um coletivo de jovens de várias idades juntou-se para levar a cabo a iniciativa "Covilhã a Marchar" que acontece este sábado, pelas 15 horas, na Cidade Neve. O evento é inédito na região e já reuniu o apoio de vários partidos políticos e organizações da sociedade civil.
“A ideia é dar voz à comunidade LGBTQIA+ no interior”, explica ao GERADOR Marta Almeida, membro da organização. A jovem afirma que a discriminação ainda é “algo que está enraizado no quotidiano desta comunidade”, daí que seja necessário sensibilizar a população e promover o debate em torno deste tema. “No interior ainda é preciso fazer um caminho longo, daí fazermos esta primeira marcha, que já existe em Viseu e Vila Real”, acrescenta.
A base do movimento "Covilhã a Marchar" consolida-se num manifesto que defende que "a luta LGBTQIA+ também é pela Coesão Territorial, porque os direitos têm de ser iguais em todos os locais". O documento foi subscrito pelos partidos Livre, PAN, Volt e Bloco de Esquerda, que estarão representados na marcha. Além destes, também o PCP estará presente, apesar de não ter subscrito o manifesto. A par com os partidos, o documento foi subscrito por dezenas de organizações e associações locais e nacionais.
Para já, a iniciativa realiza-se na Covilhã, mas existe a possibilidade de alargar a outras cidades da região, como Fundão, Guarda ou Castelo Branco. “A ideia é que a 'Covilhã a Marchar' possa ser um coletivo onde as pessoas livremente possam entrar - ou sair se não se identificarem -, e fazer a luta na rua, no espaço público, porque acreditamos que é aí que devemos reivindicar os nossos direitos”, diz Marta Almeida.
A par com a divulgação do manifesto, o grupo reuniu com o executivo camarário, com o objetivo de “encontrar soluções conjuntas para a comunidade LGBTQIA+ da região”. Na sessão, o coletivo de jovens propôs que a bandeira de riscas coloridas fosse hasteada nos paços do concelho e que o edifício da Câmara Municipal fosse iluminado com as cores da mesma, no dia 17 de maio, Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. As propostas não foram acolhidas exatamente nos moldes pretendidos, porém a bandeira foi pendurada numa varanda do edifício. “Do nosso ponto de vista é um passo para que, no próximo ano, já estejam mais conscientes e abertos para a pendurarem mesmo no mastro”, diz Marta Almeida.
Além disso, foi proposta a criação de um Plano Municipal para a Inclusão de pessoas LGBTQIA+, porém a Câmara Municipal informou já estar a desenvolver um Plano Municipal Para a Igualdade, pelo que o coletivo espera que nele sejam acolhidas as suas reivindicações.
A autarquia foi convidada a participar na marcha deste sábado, mas a presença de um representante ainda está por confirmar, segundo Marta Almeida.
O ponto de encontro para o início da marcha será junto ao Jardim da Goldra, no Anfiteatro da Ponte Mártir-in-Colo. O manifesto pode ser subscrito até que a atividade se inicie.