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Covilhã vai ter um “Museu Mansão” dedicado à arte contemporânea

A “Cidade Neve” vai ter um novo espaço cultural polivalente, idealizado por um artista que…

Texto de Sofia Craveiro

Esboço de Luís Da Cruz do futuro “Museu Mansão”

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A “Cidade Neve” vai ter um novo espaço cultural polivalente, idealizado por um artista que quer trazer o mundo até à sua terra natal.

Após vários anos de viagens, Luís Da Cruz vai criar, na Covilhã, um “Museu Mansão”, que possa servir de berço ao trabalho, educação e exposição artísticos. O plano é ter um espaço que não seja exclusivamente seu, mas possa ser partilhado com o público e artistas convidados. “Eu quero dar um pouco à região, sobretudo à Covilhã porque sou daqui e como viajei para todas as partes do mundo e regressei, penso que também seria bom para as pessoas partilhar desta riqueza”, explica o artista.

O edifício amplo de 400 m2 na Rua da Barbacã está neste momento em obras, tendo abertura prevista para o segundo semestre deste ano. A ideia é que possa ser um foco de arte e cultura, englobando não apenas um espaço de exposição, mas também de criação, com atelier, academia de artes e ainda uma área lúdica, com jardim. “É como se fosse uma grande fábrica, um grande loft, uma grande galeria. Um “Museu Mansão”, onde estão exposições e ao mesmo tempo se trabalha”, diz Luís Da Cruz.

Esboço de Luís Da Cruz

O artista, que é formado em Design e Arquitetura, colaborou, no início da sua carreira, com Pierre Cardin, supervisionando a reconstrução, renovação e decoração de edifícios, apartamentos, hotéis, restaurantes e showrooms. Atualmente elabora instalações, peças de cerâmica, vidro, ferro e pinturas com recurso a materiais que reutiliza. “Sou essencialmente um recycling artist”, explica ao Gerador.

“Reciclo as molas dos colchões e faço instalações, recupero peças de metal para fazer peças de impressões digitais, recupero também as telas dos colchões e pinto quadros lá. Tudo é reciclado”, acrescenta sublinhando que essa característica é o fio condutor comum a todas as suas peças.

Durante a sua carreira Luís da Cruz viajou pelo mundo e envolveu-se em diversos projetos reconhecidos em cidades como Paris, Hong Kong, Bruxelas ou Nova Iorque. Destes, destacam-se o DCDC, uma empresa de projeto e consultoria na área da decoração que operou entre 1995 e 2000, e o Musée Maison em Nova Iorque (2006-2018) um centro de estudos, residência artística e oficina comunitária.

A pandemia fê-lo regressar às origens e trazer na mala este mesmo conceito de espaço artístico polivalente. “É como o alquimista não é? A gente dá a volta ao mundo mas depois acaba por voltar à sua “árvore”, ao sítio onde nasceu” diz, afirmando que, por agora, a Covilhã fá-lo sentir-se “mais seguro”.

Foto de Francisco Sanches

A nova estrutura artística será inserida na candidatura da Covilhã a Cidade Criativa da UNESCO em Design. Regina Gouveia, vereadora da cultura da autarquia da Covilhã, reconhece a relevância do projeto e refere que o município se irá associar ao mesmo “no âmbito de futuras iniciativas que promovam a educação para a arte e o design, a criação artística e a divulgação cultural”. Para a responsável “o talento e a inspiração, o mundo e a arte que Luís Da Cruz vem trazer à Covilhã são obviamente importantes no enriquecimento e diversificação da cultura no concelho, particularmente ao nível de arte contemporânea”.

Apesar disso, a pandemia de Covid-19 e as restrições a que obriga não permitem ainda dar certezas sobre a data de abertura. “Estamos a fazer umas grandes obras e, quando terminarmos, vamos ver como organizar o desenvolvimento logístico disto e depois pomos no Universo. O que tiver de acontecer vai acontecer, mas não sei ainda agora. Não posso dizer o que vou fazer porque estou também em suspenso”.

Foto de Francisco Sanches

A primeira apresentação de Luís da Cruz a partir da Covilhã, disponível no Youtube, foi precisamente sobre essa condição de “Suspensão”. Várias obras como instalações e pinturas invadiram o antigo Palacete do centro histórico para mostrar uma alegoria de como as nossas vivências estão paradas, aguardando continuidade. “Coloquei esses dois mundos [antigo e atual] juntos porque é um pouco essa a inspiração. Estamos em suspensão, à espera de um mundo melhor. E vai acontecer... oxalá”.

Texto por Sofia Craveiro
Fotografias cedidas por Luís da Cruz

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