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Da Pedra: Experiências técnico-poéticas de um escultor

2021 iniciar-se-á com uma exposição retrospetiva de Volker Schnüttgen (Alemanha, 1961) na Sala Comum da…

Texto de Redação

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2021 iniciar-se-á com uma exposição retrospetiva de Volker Schnüttgen (Alemanha, 1961) na Sala Comum da Reitoria da Universidade do Porto. Entre 9 de janeiro e 27 de fevereiro de 2021, propomos um olhar, no tempo e no espaço, sobre um artista dos nosso afetos, dos nossos dias.

Volker Schnüttgen gosta de contar-nos que foi por amor que trocou a Alemanha por Portugal há, precisamente, 30 anos, em 1991. Terá sido por amor à pedra e pela perspetiva de uma espécie de renovação criativa que viu acontecer no encontro com as pedreiras, nomeadamente, as pedreiras de granito do Norte de Portugal? Talvez porque, na verdade, foi através das pedreiras que o artista conheceu o país, começando nas pedreiras de Lioz, em Sintra; do mármore de Vila Viçosa e Estremoz, Viana do Alentejo e Trigaches (Beja); do granito de Monforte (Alto Alentejo) e durante quase 10 anos na pedreira do Sienito na serra de Monchique, onde trabalhou com muita regularidade. Depois foi a vez da Beira Alta e finalmente o Minho. Certo é que a pedra, recurso endógeno e simbolicamente embrionária de começos, acompanha 35 anos do percurso de Volker Schnüttgen, escultor nascido em Attendorn, na Alemanha e que, em 1982, iniciou os seus estudos de escultura e gravura na Universidade de Artes de Bremen. O Mestrado em Multimédia foi já concluído na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em 2008, instituição onde viria a ser docente largos anos. E é também por isso, que a Sala Comum da Reitoria da Universidade do Porto apresenta-se como o espaço de celebração da obra de um artista que, num caminho que deambula entre a madeira, os metais e, sempre, a pedra, consegue manter vivo o princípio de exploração e de experimentação de diferentes materiais e tecnologias, nunca perdendo o espaço-tempo da poesia que confere aos objetos mágicos que brotam das suas mãos, resultados de uma nostalgia de pensamento que o leva a situar-se sempre na paisagem de neblina fria das suas origens. A obra de Volker Schnüttgen marca a cena artística nacional e internacional, muito para lá da bilateralidade que estabelece entre Portugal e Alemanha. Espanha, Suécia, Holanda, Moçambique, EUA ou o Irão, são mais alguns dos territórios onde inscreveu as suas narrativas, tanto em obras de arte em espaço público como em coleções particulares e institucionais.

José Teixeira, presidente do conselho de administração do dstgroup, é um dos seus colecionadores mais representativos e é por isso, com naturalidade, que a zet gallery e o dstgroup se associam a esta exposição, fazendo-a acompanhar por conteúdos retrospetivos onde se incluem um livro e um documentário sobre o artista. Padrões, Mo-nu-mentos, Tropeços ou Habitat são, assim, as séries de trabalhos que estruturam a expografia que se organizará por forma a apresentar, em plano transversal às sucessões de séries, uma inédita seleção de pequenas esculturas e projetos que refletem essa mesma presença da sua escultura no território comum da cidadania: o espaço público. Além de escultura, apresenta-se uma seleção de fotografias e desenhos que recuam aos primeiros anos e perseguem a continuidade do binómio experimentação-poesia. São 60 anos de idade, 35 anos de carreira e 30 passados em Portugal, numa exposição que tem a pretensão de dar ao autor lugar de destaque na contemporaneidade artística como exemplo de combinação das ferramentas tradicionais da escultura com o sentido da vanguarda e dos limites que a obra de arte ultrapassa. DA PEDRA: EXPERIÊNCIAS TÉCNICO-POÉTICAS DE UM ESCULTOR é, por fim, um exercício metadisciplinar a partir do qual se pretende discutir a relação da escultura com a engenharia e com os processos industriais e, ainda, o poder da obra de arte na transformação de memória coletiva.

Com ou sem pandemia, este é mais um convite para que os dias de todos se preencham com Arte.

-Sobre Helena Mendes Pereira-

É curadora e investigadora em práticas artísticas e culturais contemporâneas. Amiúde, aventura-se pela dramaturgia e colabora, como produtora, em projetos ligados à música e ao teatro, onde tem muitas das suas raízes profissionais. É licenciada em História da Arte (FLUP); frequentou a especialização em Museologia (FLUP), a pós-graduação em Gestão das Artes (UCP); é mestre em Comunicação, Arte e Cultura (ICS-UMinho) e doutoranda em Ciências da Comunicação, com uma tese sobre a Curadoria enquanto processo de comunicação da Arte Contemporânea. Atualmente, é diretora geral e curadora da zet gallery (Braga) e integra a equipa da Fundação Bienal de Arte de Cerveira como curadora, tendo sido com esta entidade que iniciou o seu percurso profissional no verão de 2007. Integra, desde o ano letivo de 2018/2019 o corpo docente da Universidade do Minho como assistente convidada. É formadora sénior e consultora nas áreas da gestão e programação cultural. Com mais de 12 anos de experiência profissional é autora de mais de 80 projetos de curadoria, tendo já trabalhado com mais de 200 artistas, nacionais e internacionais, onde se incluem nomes como Paula Rego (n.1935), Cruzeiro Seixas (n.1920), José Rodrigues (1936-2016), Jaime Isidoro (1924-2009), Pedro Tudela (n.1962), Miguel d’Alte (1954-2007), Silvestre Pestana (n.1949), Jaime Silva (n.1947), Vhils (n.1987), Joana Vasconcelos (n.1971), Helena Almeida (1934-2018), entre tantos outros. É membro fundados da Astronauta, associação cultural com sede e Guimarães e em 2019 publicou o seu primeiro livro de prosa poética, intitulado “Pequenos Delitos do Coração”.

Texto de Helena Mendes Pereira
Fotografia de Lauren Maganete

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