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Danos colaterais na era da informação: os efeitos da violência nos ecrãs

Vivemos num mundo em que grande parte da população está tão rodeada por ecrãs que estes já se tornaram banais. O tempo passado por dia em frente a retângulos de luz azul, o fluxo incessante de informação, a facilidade com que sabemos o que se passa no outro lado do planeta, a frequência (ou até predominância) de notícias negativas, a violência extrema com que nos deparamos casualmente em conteúdos de entretenimento ou testemunhos de acontecimentos reais, a velocidade a que funcionamos. Tudo isto é banal, mas tudo isto tem consequências na mente, mesmo quando não temos consciência disso.

Ilustração de Pri Ballarin

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[Aviso de conteúdo sensível.]

Nos anos 80 e 90, investigadores começaram a tentar perceber as razões de alguns terapeutas desenvolverem os mesmos sintomas que os seus pacientes com perturbação de stress pós-traumático (PTSD, de post-traumatic stress disorder). Conceitos como fadiga por compaixão (CF, de compassion fatigue), perturbação de stress traumático secundário (STSD, de secondary traumatic stress disorder) e trauma vicariante (VT, de vicarious trauma) começaram a surgir, muitas vezes usados de forma intercambiável ou sem grande distinção. Com o passar dos anos, os terapeutas deixaram de ser estudados de forma exclusiva; profissionais de saúde, polícias, bombeiros, profissionais associados a casos judiciais, ativistas, voluntários dos mais diversos tipos e jornalistas, entre muitos outros, passaram a integrar a equação. No fundo, todos cujo trabalho implique contacto direto com vítimas de trauma e violência, ou exposição contínua a sofrimento humano. No entanto, nos últimos anos tem-se vindo cada vez mais a estudar as possibilidades de stress provocado por trauma indireto sem sequer haver contacto direto com as vítimas: stress gerado por exposição prolongada a conteúdos que exponham trauma, violência ou sofrimento, normalmente através de órgãos de comunicação social ou de redes sociais.

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Apesar de serem muito semelhantes e de estarem interligadas, estas noções todas – CF, STSD e VT – são ligeiramente diferentes. Em geral, CF refere-se a exaustão emocional provocada pelo contacto repetido com sofrimento. Há quem use CF como um termo abrangente que inclui tanto STSD como VT, bem como burnout, perturbações de ansiedade e transtornos depressivos. Há quem negue a possibilidade de CF, por entender que o termo implica a identificação de compaixão como um recurso finito, e há quem responda dizendo que a denominação não identifica a compaixão como algo esgotável, apenas admite a diminuição da capacidade de a sentir quando não há cuidado pessoal suficiente (self-care). STSD implica sintomas de PTSD sem que os eventos traumáticos tenham sido vividos pelo próprio. Já VT é semelhante, mas a sua definição costuma adicionar o facto de o indivíduo sofrer alterações profundas na sua visão do mundo.

No DSM-5 – a última edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, desenvolvido pela Associação Psiquiátrica Americana e usado mundialmente como referência no diagnóstico – já figura a possibilidade de PTSD em indivíduos que não tenham sofrido ou presenciado diretamente o evento traumático, mas que dele tenham tido conhecimento por ter acontecido a familiares ou amigos, ou através do relato de outros. Este quarto ponto tem a condição de a exposição aos detalhes ser repetida ou extrema, sendo que o manual inclui ainda uma nota onde acrescenta que este critério não se aplica a exposição através de “media eletrónica, televisão, filmes ou imagens”, a não ser que a exposição esteja relacionada com trabalho.

Ainda assim, cada vez mais se investiga os efeitos que o fluxo incessante de informação dos nossos dias está a ter na mente e, especificamente, os efeitos de grande parte dessa informação ser negativa – e, afunilando ainda mais, os efeitos da exposição prolongada a informação negativa e relativa a eventos traumáticos. A título de exemplo, foram feitos estudos para avaliar o estado emocional de indivíduos que acompanharam as notícias de forma intensiva após os atentados em Nova Iorque a 11 de setembro de 2001, em Utøya a 22 de julho de 2011, em Boston a 15 de abril de 2013, em Paris a 13 de novembro de 2015 e em Orlando a 12 de junho de 2016. Estudos semelhantes foram feitos relativamente ao acompanhamento noticioso de acidentes, desastres naturais, guerras e da pandemia da covid-19. A maior parte destes estudos refere fatores de risco para uma maior probabilidade de se manifestar stress traumático, como a perda de um familiar ou amigo no acontecimento em questão, ou ter sobrevivido a um evento semelhante. Os efeitos da exposição continuada a eventos traumáticos através dos media também têm sido bastantes estudados em crianças, jovens e sobreviventes dos mesmos.

Apesar das divergências entre denominações, entre conclusões e entre investigadores, a verdade é que a exposição prolongada a violência tem consequências no ser humano. Os impactos podem ser físicos, cognitivos, emocionais e comportamentais, e afetam a saúde, a vida pessoal, a vida profissional e até a mundivisão de cada pessoa. E, quer pensemos em telemóveis e redes sociais, televisões e noticiários, documentários e programas de entretenimento, ou computadores e jogos de vídeo, a violência está um pouco por todo o lado, nas suas mais diversas formas. Afinal, pais, educadores e psicólogos andam há anos preocupados com os efeitos dos videojogos nas crianças, e grande parte dessa preocupação provém do caráter agressivo de algumas das produções. Os sintomas de stress traumático podem por vezes surgir associados a videojogos ou a filmes violentos, se o envolvimento com os mesmos for feito de forma continuada e excessiva, mas a exposição a eventos traumáticos reais tem efeitos significativamente mais marcados.

Se a criação de canais de notícias com transmissão 24 horas por dia aumentou exponencialmente a exposição do público a imagens de eventos traumáticos, o advento da Internet fê-lo ainda mais. Umas décadas depois, com 63% da população mundial a usar a Internet regularmente, e 59% a usar as redes sociais, e com a omnipresença nos media de conteúdos criados por cidadãos comuns (USG, de user generated content), o nível de exposição é muito maior. A quantidade de informação a que temos acesso atualmente seria impensável há apenas alguns anos. Conseguimos saber o que se passa do outro lado do mundo no instante em que está a acontecer, e, como as tecnologias estão amplamente difundidas, esses registos vão parar às mãos de todo o tipo de pessoas, de todas as idades e com todo o tipo de sensibilidades. Vivemos num mundo digital em plena era da informação (e da comunicação), em que o grande risco por vezes já não é a falta de informação, mas o excesso dela, misturado com a sua banalização e a proliferação de desinformação.

Ao longo dos últimos anos, por entre uma pandemia mundial, golpes de estado, guerras civis e invasões, atentados terroristas, violência com armas, violência sexual, ataques a minorias, crises de refugiados, desastres naturais, as consequências da crise climática (com fenómenos climáticos extremos a atingir todas as partes do globo, como incêndios, secas, inundações e tempestades destrutivas), a sociedade é cada vez mais confrontada com registos de acontecimentos potencialmente traumáticos. O sismo na Turquia e na Síria desta semana é um doloroso exemplo disso: o sofrimento humano é extremo, e as imagens estão por todo o lado (intercaladas com os Grammys e uma nova escalada da violência na Ucrânia, algo que reflete bem a ironia paradoxal do século XXI). E da guerra civil síria, que já dura há mais de uma década, “há mais horas de vídeo a documentar o conflito do que horas no próprio conflito”, segundo o projeto “Lost and Found” da plataforma Syrian Arquive. As imagens da invasão da Ucrânia não devem estar muito atrás, com emissões diárias de atualização há quase um ano. Não nos referimos exclusivamente a violência física – a enumeração anterior deixou isso bem claro. Imagens como as da idosa encontrada coberta de formigas num lar no final do ano passado são mais do que suficientes para provocar efeitos profundos em muitas pessoas. Uma percentagem significativa das publicações violentas é imediatamente retirada das redes sociais pelos algoritmos de inteligência artificial ou pelos moderadores de conteúdo, mas há sempre alguns que escapam e chegam aos utilizadores, e outros são incluídos em telejornais, plataformas de informação e documentários devido à sua importância noticiosa.

Facto VS Ficção

Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), começa a conversa com o Gerador precisamente por “diferenciar aquilo que é a exposição a conteúdos reais da exposição a situações por via de conteúdos fictícios”. “A exposição à violência real”, explica, “mesmo todos os conteúdos que são controlados por profissionais, tem um impacto superior, por comparação com a exposição a violência não real, ainda que em ambas as situações haja, ou possa haver mais tarde, consequências do ponto de vista psicológico”.

“E porque é que a exposição à violência real tem um impacto superior? Primeiro, porque ela nos é mais próxima, pode acontecer a qualquer um e, portanto, não deixamos de nos projetar a nós próprios na situação.” Depois, há diferenças no que diz respeito à duração: “se é uma exposição mais pontual, por exemplo, quando assistimos a situações de terrorismo que acontecem esporadicamente, ou se estamos a falar de assistir a conteúdos de violência de uma forma repetida, que é o caso, por exemplo, das pessoas que trabalham na triagem no âmbito das redes sociais” assistir a conteúdos de violência real de forma repetida, claro está, tem impacto superior. “Não deixando de ser traumático, há a possibilidade de os moderadores ficarem dessensibilizados, o que faz com que as reações sejam menos agudas. Por outro lado, as pessoas que assistem acidentalmente a esses conteúdos estarão mais sensíveis e, portanto, poderão ter uma reação imediata mais aguda”, dado haver o fator choque a ter em conta. “Estamos a falar de que tipos de impacto? Numa primeira fase de sintomatologia, existem reações de desconforto, de medo, de rejeição. Com o tempo, se a pessoa assiste demasiadas vezes ao mesmo tipo de conteúdos, estas reações podem passar a ser de indiferença, ou até aborrecimento. E este sofrimento emocional inclusive gera maior probabilidade de a pessoa vir a desenvolver perturbação de ansiedade ou depressão. Do ponto de vista comportamental, é possível que possa aumentar o próprio comportamento de agressividade da pessoa, e também uma maior dificuldade em empatizar, ou até comportamentos de delinquência ou abuso de substâncias, em casos mais graves.”

A psicóloga acrescenta que “há um fenómeno que pode acontecer, a que a psicologia chama de dessensibilização”. A pessoa assiste tantas vezes a essas situações “que passa de certa forma a apresentar uma maior passividade face a esses conteúdos, perdendo capacidade crítica e apresentando maior tolerância e aceitação face a situações de violência”. Isto reduz a capacidade de reagir a atos violentos no dia a dia, mesmo a nível das próprias relações interpessoais – por exemplo, “se assistirmos a violência contra uma criança ou a uma situação de violência doméstica, do ponto de vista lógico, devemos apresentar uma denúncia e procurar ajuda, mas estas pessoas podem perder essa capacidade imediata de reação”. Destaca, no entanto, que “claro que isto não será em todos os casos”. Pode acontecer e acontece a muitas pessoas –, mas não é um fenómeno inevitável.

A exposição a violência ficcional “pode ser igualmente traumática, com consequências psicológicas semelhantes, inclusive pelo facto de acontecer de forma repetida – por exemplo, em quem joga frequentemente videojogos agressivos. Não é uma violência real”, logo, não implica essa noção e esse peso, “mas, mesmo assim, pode ter impactos psicológicos graves, nomeadamente na aceitação da violência, ou até na reprodução por imitação, no caso dos mais novos.” Há também a questão do prazer, acrescenta Sofia Ramalho, porque “quem joga pretende que aquela seja uma forma de distração e de prazer”. O mesmo pode ser dito relativamente a filmes (e séries) de ação com agressividade elevada, ou a filmes de terror.

Ironicamente, o prazer parece andar muitas vezes de mãos dadas ligadas com a violência: o lado mais negro do ser humano exerce em nós tanto atração como repulsão. Um bom caso disto é o fenómeno do true crime, o antigo género literário que relatava crimes reais (maioritariamente homicídios e assassinos em série) e que nas últimas décadas se moveu para a rádio, para os podcasts, para o cinema e para a televisão. A popularidade dos documentários, das docuseries e das dramatizações de  true crime (ou, similarmente, de desastres e acidentes) continua a subir, ao ponto de o género constituir uma fatia enorme do volume de negócios da Netflix. Com todas as questões éticas que isto levanta, a plataforma de streaming está repetidamente envolvida em polémicas e acusada em processos judiciais pelas famílias das vítimas cujos assassinatos relata nos seus programas.

Dahmer Monstro: A História de Jeffrey Dahmer, a ficcionalização da história do serial killer americano em atividade entre o final dos anos 70 e o início dos anos 90, tornou-se a segunda série de língua inglesa mais vista de sempre na plataforma de streaming em menos de um mês, tendo chegado às mil milhões de visualizações em 60 dias e valido o Globo de Ouro de melhor ator a Evan Peters. Aliás, se analisarmos a lista de séries mais vistas na Netflix, a maior parte delas envolve níveis consideráveis de violência. Squid Game (série de ficção dramática sul-coreana), por exemplo, domina a tabela neste momento, sendo a série mais vista de sempre e o programa mais visto em 94 países, com 165 mil milhões de horas assistidas nos primeiros 28 dias, o seu elenco em força na award season (época onde decorrem as principais cerimónias de entrega de prémios da indústria do entretenimento nos Estados Unidos, sendo, neste caso, os Emmys e os Golden Globes os mais importantes) e um reality show em produção (já envolvido em confusão).

E de onde é que vem este fascínio com o lado negro do ser humano? “Isso tem a ver com a questão do próprio sensacionalismo”, explica a vice-presidente da Ordem dos Psicólogos. “O ser humano fica mais preso àquilo que possa ter maior impacto ou acontecer de forma real. Tudo o que possa ter mais sensacionalismo vai provocar uma sensação de maior proximidade da pessoa com a situação e, ao mesmo tempo, tem um efeito psicológico.” Independentemente de nos referirmos a ficção ou a factos reais, isto advém do facto de o ser humano ser autorregulado. “Todos nós regulamos as nossas interações com os outros no dia a dia, e suprimimos, por exemplo, expressões emocionais agressivas. A tendência é para tentarmos controlar as reações de irritação em situações interpessoais, para que isso não resulte numa alteração de comportamento e numa situação de violência. Isto é o normal do ser humano. No entanto, a revolta e a raiva estão igualmente presentes em cada um de nós, e assistir a situações de violência é muitas vezes uma forma de podermos explorar e vivenciar esses sentimentos na sua plenitude, dentro das nossas próprias fantasias e situações imaginárias. Daí que possa haver um maior prazer lúdico associado a entretenimento que envolva violência.”

[Esta reportagem é a primeira de uma série de três. As seguintes são publicadas brevemente.]

Texto de Sofia Matos Silva

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