fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

De espírito renovado, a Antígona de Sófocles regressa ao palco do D. Maria II

A partir do célebre texto de Sófocles, escrito por volta de 442 a.C., a atriz…

Texto de Ricardo Gonçalves

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

A partir do célebre texto de Sófocles, escrito por volta de 442 a.C., a atriz e encenadora Mónica Garnel traz ao palco do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, uma versão de Antígona com ecos de contemporaneidade e um olhar mais próximo da realidade atual.

Trata-se do regresso de uma peça já célebre, tantas vezes adaptada sob diversas formas, ao grande palco do D. Maria II. A tragédia de Sófocles coloca uma mulher (Antígona) no centro da ação, que recusa obedecer ao poder de Creonte, rei de Tebas, e que por isso vê a sua vida ser sacrificada. Numa versão de espírito renovado, Mónica Garnel transporta a narrativa para a atualidade, levantando questões de justiça e direitos de poder instituído.

Desafiada a encenar a peça pelo diretor do Teatro Nacional, Tiago Rodrigues, Mónica Garnel revela que abraçou o convite pelo desejo já antigo de querer abordar o universo clássico. Em declarações à imprensa, a encenadora destacou ainda o facto de se tratar da mesma peça com que a sua avó, Mariana Rey Monteiro, se estreou naquele mesmo teatro.

Efetivamente, o texto levanta questões intemporais que Mónica Garnel procurou atualizar, numa versão com muitos atores jovens no elenco. Nesse aspeto, saliente-se o facto das atrizes Carolina Passos-Sousa e Diana Lara interpretarem as irmãs Antígona e Ismena, ambas filho de Édipo, de forma alternada.

“Queria tentar atualizar, trazer o texto para um plano terreno, mais compreensível aos dias de hoje”, explica, revelando que ao texto original fez apenas “pequenos cortes e adaptações textuais”, nas quais de destaca uma lista, entoada pelo coro, com nomes de mulheres que ao longo da história ficaram célebres pela sua oposição ao poder instituído e pelo seu fim trágico.

Em termos de aspetos cénicos, a ação passa-se num ambiente de fábrica (ao contrário da proposta original de Sófocles, em que a tragédia ocorre num contexto exterior, em frente ao palácio de Tebas), que arranca com uma versão de Vitória do tema Smells Like Teen Spirit de Nirvana e alusões ao universo cinematográfico do realizador norte-americano David Lynch. “O ambiente surge devido às minhas influências”, realça, acrescentando uma vez mais o facto de ter um elenco jovem, representante de uma “juventude que pode mudar o mundo”, um pouco à imagem de resistência associada à personagem de Antígona.

Neste “thriller político”, a encenadora revelou ainda o seu fascínio por esta tragédia, por se tratar de “peça de surdos, onde ninguém se ouve”, com um lado político e de conflito sempre presente e pela “imperfeição de caráter” patente nas próprias personagens.

A estreia de Antígona acontece já este sábado dia 14 de setembro, às 20h, integrada na iniciativa Entrada Livre, que marca o arranque de temporada no Teatro Nacional D. Maria II. Depois desta data, a peça regressa ao palco no dia 18 de setembro, mantendo-se em cena até ao próximo dia 6 de outubro.

Texto de Ricardo Ramos Gonçalves
Fotografias de Filipe Ferreira

Se queres ler mais notícias sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

17 Abril 2025

Estarão as escolas preparadas para os desafios apresentados pela IA? O caso de Portugal e da Bélgica 

17 Março 2025

Ao contrário dos EUA, em Portugal as empresas (ainda) mantêm políticas de diversidade

6 Janeiro 2025

Joana Meneses Fernandes: “Os projetos servem para desinquietar um bocadinho.”

23 Dezembro 2024

“FEMglocal”: um projeto de “investigação-ação” sobre os movimentos feministas glocais

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0