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De norte a sul, do continente às ilhas: há pelo menos 5 festivais de folclore a decorrer em agosto

De norte a sul de Portugal continental, dos Açores à Madeira, há uma série de…

Texto de Carolina Franco

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De norte a sul de Portugal continental, dos Açores à Madeira, há uma série de festas e festivais que celebram o folclore português a decorrer durante o mês de agosto. Selecionámos cinco e viajámos virtualmente entre Vinhais (Bragança), Arruda dos Vinhos (Lisboa), Faro (Algarve), a ilha Terceira (Açores) e a Ponta do Sol (Madeira). 

Com um alcance internacional ou apenas regional, os festejos reforçam a importância que agosto carrega na vida e na cultura portuguesa — como momento de descanso ou lazer, mas sempre de reencontro.

Festival de Folclore de Arruda dos Vinhos (Lisboa)

O Festival de Folclore de Arruda dos Vinhos, que decorreu no passado dia 10 de agosto, conta 39 edições e integra-se nos Festejos em Honra de Nossa Senhora da Salvação. Reuniu por uma tarde no Jardim Municipal de Arruda dos Vinhos o Rancho Folclórico Podas e Vindimas de Arruda dos Vinhos, o Rancho Folclórico Azeitoneiras de São Bento do Cortiço (Estremoz), o Rancho Folclórico do Arco da Memória (Rio Maior) e o Rancho Folclórico Malmequeres do Fiandal (Alenquer).

O grupo residente, Rancho Folclórico Podas e Vindimas de Arruda dos Vinhos, foi fundado a 29 de junho de 1980, “com o propósito de dar aos jovens uma outra forma de desenvolvimento físico e mental, como também preservar uma das culturas mais ricas e antigas do nosso povo”, com indicam na plataforma online do grupo.

Com um nome que indica a vitivinicultura presente na sua área geográfica, apresenta-se em trajes de trabalho — a mondadeira, a ceifeira, o cavador e o podador de uva, por exemplo — mas também trajes domingueiros, religiosos e de romaria.  

Folk Azores, ilha Terceira (Açores)

Começou no passado domingo na ilha Terceira e continua a celebrar o folclore até ao fim desta semana. Este ano conta com a participação de 27 grupos de 14 países — sendo 14 destes portugueses (11 da ilha Terceira, um da ilha do Faial e dois do continente português) e 13 internacionais. 

Durante os oito dias em que decorre o festival, os grupos vão atuar em várias freguesias da ilha Terceira e nas Festas da Praia, na Praia da Vitória, estando também prevista há algum tempo a deslocação de alguns grupos à Semana do Mar, na ilha do Faial, e ao Festival Internacional de Folclore do Porto Formoso (que decorreu nos dias 9 e 10 de agosto), de acordo com a agência Lusa. 

Em declarações à Lusa Cesário Pereira, presidente do Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira, sublinhou a importância que o festival tem para os emigrantes açorianos que visitam as origens no querido mês de agosto. 

Folclore na Praça, Vinhais (Bragança)

O Folclore na Praça decorre no dia 23 de agosto às 21h00 na Praça do Município, em Vinhais. Organizado pela Câmara Municipal de Vinhais, tem como principal objetivo “criar dinâmicas que potencial a revitalização e preservação do folclore de Vinhais, proporcionando a interação das associações locais, verdadeiras guardiãs” do património cultural da localidade, “com outras associações e organismos ligados à promoção da etnografia e folclore português”. 

Conta com a participação da Associação Cultural de Agrochão, do Rancho Folclórico de São Tiago (Mirandela) e dos Pauliteiros de Miranda (Fonte de Aldeia).

Festival Nacional e Internacional de Folclore, Ponta do Sol (Madeira)

Há 29 edições que o Festival Nacional e Internacional de Folclore de Ponta do Sol se realiza na ilha da Madeira. Este ano junta no dia 24 de agosto grupos de folclore da Colômbia, Eslováquia, Polónia, Rússia, Portugal continental e ilhas (Madeira e Açores). 

À semelhança de Arruda dos Vinhos, o grupo organizador deste festival — Grupo de Folclore de Ponta do Sol — foi fundado em 1981 "com o objectivo de recolher, preservar e divulgar, os usos, costumes e tradições da Região Autónoma da Madeira, em particular do Concelho de Ponta do Sol”. Ao longo dos seus 36 anos de existência tem sido “uma autêntica Escola de Folclore e de Vida”, como refere na página do Facebook.

Foi distinguido em 2006 pelo Governo Regional da Madeira com o Galardão da Cultura pelos serviços prestados em prol da cultura, que passam não só por manter viva a tradição como lutar para que isso continue a acontecer através do cruzamento de diferentes gerações. 

FolkFaro (Algarve)

Já te tínhamos falado aqui do FolkFaro, o festival que, tal como é possível adivinhar pelo nome, decorre em Faro. Entre os dias 17 e 25 de agosto o folclore do mundo junta-se no Algarve para uma festa que não só conta com espetáculos mas também com ateliers de dança e programas especiais para crianças. 

Foi distinguido em 2015 pelo Teatro Municipal de Faro com o Prémio Figuras e é, segundo indica, o único festival a sul do Tejo certificado pelo CIOFF® - organização internacional com relações formais de consulta com a UNESCO. 

O festival é produzido pelo Grupo Folclórico de Faro, talvez o mais antigo dos organizadores deste grupo de cinco festas e festivais. As origens do Grupo Folclórico de Faro, que começou por ser chamado de Rancho Regional Algarvio ou Rancho do Algarve, remontam aos anos 30. Os trajes que apresenta são reproduções de finais do século XIX e inícios do século XX, e o repertório musical é o tradicional da região algarvia. 

Além do Prémio Figuras, que ganhou em 2015, foi distinguido em 2002 pela Câmara Municipal de Faro com a Medalha de Ouro da Cidade e em 2014 com a Medalha e Diploma de Mérito atribuídos pela União de Freguesias da Sé e S. Pedro. 

Sejam de que parte do continente ou das ilhas forem, tenham os trajes que tiverem, os grupos de rancho folclórico têm elos de ligação que ultrapassam questões geográficas. Em Vinhais, Arruda dos Vinhos, Faro, na ilha Terceira e na Ponta do Sol, é a passagem de testemunho que continua a manter viva uma tradição secular que resiste ao tempo e se celebra não só em agosto mas durante todo o ano e em muitos pontos do país. 

Neste mês de agosto de 2019 criam-se novas ligações, reencontram-se caras conhecidas, leva-se a nostalgia para um patamar que muitas vezes desconhecemos que existia. Com o folclore na banda sonora de uma tarde de calor na aldeia ou uma noite de verão em que o tempo não passa da mesma forma; a relembrar-nos do quão bom é sermos portugueses.   

Texto de Carolina Franco
Fotografias de ©Ana Maria Dinis

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