Os meses de junho e julho assinalam aquele que é o (re)nascer do do Festival de Música dos Capuchos, em Almada. Entre os dias 11 de junho e 3 de julho, a 1ª edição do festival renovado homenageará artistas como Alfred Brendel e Piazolla e contará com a presença de nomes preponderantes e inesquecíveis nos universos da música Clássica e Barroca.
Decorrendo no Convento dos Capuchos e partindo do conceito "5 Séculos de História e 5 Séculos de Música” a viagem na criação musical, que percorre cinco séculos, está prestes a partir de um local que abraça Almada desde o séc. XVI. Honrando o período “ativo” do Convento e passando pela sua construção, ao declínio com a extinção das ordens religiosas, um dos eixos programáticos escolhidos para este (re)começar foi o Repertório musical dos séculos XVI a XVIII, que ultrapassa épocas como o Renascimento, o Barroco, o Classicismo.
Refletindo o restante período da história do Convento, escolheu-se também o Repertório musical dos séculos XIX a XXI, que parte do Romantismo até à música contemporânea. Não ficando por aqui, a programação apresenta uma bagagem diversificada, envolvendo diversos géneros musicais, e promovendo a difusão da música com diferentes artes.


É nos dias quentes, em que o sol e a música andam de mãos dadas que festejar o pianista austríaco Alfred Brendel será um momento a assinalar no Festival de Música dos Capuchos, entre os dias 11 e 13 de junho. Além do lendário Brendel, a programação conta com nomes como: o virtuoso trompetista russo Sergei Nakariakov, apelidado de “Caruso e Paganini do trompete”, a Orquestra de Câmara de São Petersburgo e o alaudista norteamericano Hopkinson Smith, mestre dos instrumentos de cordas dedilhadas do Renascimento e do Barroco.
O centenário do nascimento do compositor argentino Astor Piazzolla será assinalado com um concerto de quinteto dedicado ao seu “nuevo tango” e a apresentação da sua ópera-tango “Maria de Buenos Aires”, sob a direção de
Marcelo Nisinman e com a cantora uruguaia Ana Karina Rossi no papel de Maria, que acontecerá no dia 18 de junho.


O Jazz também marcará a presença no festival com o quarteto da cantora portuguesa Sofia Ribeiro, radicada no estrangeiro há vários anos, no dia 27 de junho.
Voltando-se, agora, para as mais diversas artes, o festival apresentará ainda um ciclo de “Conversas dos Capuchos” dedicado a três efemérides literárias de 2021 - os 700 anos da morte de Dante Alighieri e os 200 anos dos nascimentos de Charles Baudelaire e Fiodor Dostoievsky -, moderadas por Carlos Vaz Marques com a presença de diferentes convidados: António Mega Ferreira, Jorge Vaz de Carvalho, Joana Matos Frias, Pedro Mexia, Hélia Correia, António Pescada e Guilherme d’Oliveira Martins. Este ciclo prolonga-se entre os dias 20 e 27 de julho, tendo uma terceira sessão em julho.
Podes acompanhar toda a programação aqui.


O festival, que conta com a direção artística de Filipe Pinto-Ribeiro, mostra-se "uma iniciativa cultural de excelência, aberta a todos os públicos, em linha com o referente de qualidade do seu passado e que procura afirmar-se também a nível internacional”, nas palavras do mesmo.
Em comunicado, a presidente da Câmara de Almada, Inês Medeiros, considera ainda que o regresso do Festival de Música dos Capuchos é não só um momento de combinação das artes e de relevância para o cerne musical, como "um grande momento para o concelho", onde se combinam "a sustentabilidade, o ambiente e a cultura”.
Depois de se silenciar durante duas décadas, o festival volta a fazer-se ouvir contando com a promoção da Câmara Municipal de Almada, da DSCH Associação Musical, e ainda com o alto patrocínio do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.