No sábado, 15 de fevereiro, o Nada Temple abre três palcos para a primeira edição do Descarga. Esta é uma produção cultural da Au Largo, recentemente registada enquanto associação cultural sem fins lucrativos.
"O Descarga é uma loucura coletiva, um mergulho conjunto numa coisa que acreditamos poder vir a ser bonita." Não se trata apenas de recuperar o espírito da cultura rave, mas sim de o integrar numa órbita interartes. Segundo a organização, este vai ser provavelmente um dos seus maiores eventos até à data: “Já tínhamos falado de organizar um evento maior, com várias artes (performance, teatro, filmes, visuais, música, exposições), mas nunca tivemos realmente a oportunidade nas mãos”. Foi desta vez que surgiu a oportunidade.
Segundo Diogo Pires, o paradigma das festas underground tem sido reproduzido de forma muito semelhante, nomeadamente na capital. Repensar o conceito de rave e a variedade na aposta dos artistas são dois pontos fundamentais na construção deste projeto: “Na Au Largo há o amor pela cultura rave e sentimos que esse conceito está um bocado morto em Lisboa. Se há grandes festas até às 10h ou 12h, muitas delas têm conceitos idênticos – dois ou três DJs a passar som, durante 3 a 4 horas, a noite toda se for preciso. Quisemos juntar estas duas vertentes: o horário alargado (12h de festa) e manter o tom de um evento pensado e diverso – não quisemos descurar esta parte do line-up. Acho que conseguimos uma noite muito completa”
O palco principal, destinado a concertos, abre às 23h30 e encerra às 12h00. Conta com nomes como PT MUSIK PROD. aka Puto Tito (Príncipe), UNITEDSTATESOF (Rotten \ Fresh), Kerox (kit ket), Moreno Ácido + Diogo (Holuzam), DJ Urânio & MC Sissi, Assafrão (Instrumental Violence) e NEURODANCER (CAPITAL DECAY).
Há ainda outro palco, para momentos mais intimistas, que fecha por volta das 6h00, depois de carincur (ZABRA records, YUUTS RUOY), Bbb hairdryer (Au Largo), Daniel Machado Mendes e Duo São Mansinhos.
O terceiro espaço é uma sala-palco, onde se projeta video-art durante toda a noite. Há ainda uma instalação da Estrela Decadente e do Dr. Urânio (segunda compilação de música portuguesa sonoplasmática). Confere toda a programação aqui.
A Au Largo existe enquanto coletivo de produção cultural e de agenciamento de artistas desde março de 2018. A sua primeira festa aconteceu no Titanic ur Mer, em maio do mesmo ano. Futuramente este projeto quer continuar a expandir-se, entrar no circuito de festivais, criar parcerias e contactos nacionais e internacionais e, relembra Diogo Pires, “continuar a trabalhar com artistas de outros coletivos, editoras, associações e a convidar malta de quem gostamos para apresentar os projetos”.
Texto de Mafalda Lalanda
Fotografia via Au Largo
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