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Diferencial 226: a minha voz canta a nossa história

O ensaio começa à hora marcada, por detrás das estreitas portas do Salão Nobre da…

Texto de Ana Mendes

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O ensaio começa à hora marcada, por detrás das estreitas portas do Salão Nobre da Escola Superior de Educação de Lisboa, que o isolam do ruído exterior e o transformam num globo sonoro de cristal. Os alunos vão chegando, pousam repentinamente as pautas sobre as cadeiras escuras e dirigem-se ao centro do salão, respirando fundo. A roda vai crescendo e a atmosfera aquece. As vozes ganham intensidade, unem-se ao movimento dos corpos e aos gestos de uma mão maestrina, que sobressai por entre as longas cortinas vermelhas do palco e marca o compasso inicial desta história.

O projeto Diferencial foi criado pelos alunos do CORO 226, da licenciatura de Música na Comunidade. Surge com um propósito muito concreto, alertar e refletir em conjunto sobre a temática dos direitos humanos, da igualdade de género ao racismo, da educação às injustiças sociais pelo mundo. A este projeto convergem alunos dos três anos da licenciatura, a qual resulta de uma parceria entre a Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Música, do Instituto Politécnico de Lisboa.

É no Salão Nobre do edifício da Escola Superior de Educação de Lisboa que acontecem os ensaios do Diferencial

No Diferencial juntam-se três unidades curriculares, a de Coro, lecionada pela professora Manon Marques, a de Técnicas de Áudio, a cargo do coordenador e professor Abel Arez, e a de Teatro e Prática Comunitária, com a professora Susana Gaspar. Esta última, comum à licenciatura de Mediação Artística e Cultural, traz outros alunos ao palco, fazendo do Diferencial um lugar de encontro, crescimento, e partilha das diferentes experiências académicas e profissionais.

Uma construção coletiva que vem questionar a diferença

“Pensámos no Diferencial como um espetáculo para partilhar com as comunidades, a partir das vontades e gostos dos alunos,” explica Manon Marques. A génese deste projeto está no CORO 226, que avançou com a ideia de elaborar um espetáculo final que envolvesse a criação artística orientada para a exposição comunitária. “226 é uma sala muito especial para nós, era onde costumávamos ensaiar, e acabou por dar nome ao coro”, partilha a professora, “a parte do Diferencial vem da determinação de querer marcar a diferença, de afirmar e questionar ainda mais o que nos rodeia”.

Desde o início do projeto que foram mobilizados esforços para perceber de que forma os alunos queriam explorar a dimensão eclética e transversal da criação artística. “Não nos queremos fechar na criação musical, queremos estar mais atentos às linguagens contemporâneas”, aponta Abel Arez, coordenador e professor da licenciatura de Música na Comunidade, “a ajuda da Amnistia Internacional nos debates e brainstorming, a introdução da criação colaborativa, a inclusão do teatro e movimento, foram desejos que eles manifestaram e que vieram a orientar o projeto”, acrescenta.

Ao longo do decorrer do ensaio, os alunos exploram várias dimensões artísticas, do coro ao teatro

“Nunca imaginei fazermos do Diferencial um espetáculo com tantas áreas, tanto reportório. Foram os próprios que traçaram os pontos para o trabalho e acabaram por crescer muito com isso”, explica Manon. O objetivo da construção coletiva centra-se na preparação dos futuros artistas e músicos comunitários para uma gestão e criação autónomas, que integra as orientações primárias do curso, sem deixar para trás a reflexão crítica sobre a sociedade. “Todos tivemos algo a dizer, escolhemos tudo em conjunto e nenhuma decisão foi tomada sem passar primeiro por todos,” afirma Inês Cardoso, aluna de 2.ºano. Já Luísa Almeida, do 3ºano, acrescenta que “ter vivenciado a criação de um projeto que nasce a partir das ideias do grupo faz com que sinta que tenho uma razão para estar aqui, e é precisamente isso que gostaria que outros sentissem. É importante pormo-nos na pele do participante, prepara-nos enquanto profissionais”.

O reportório que compõe o espetáculo do Diferencial foi selecionado pelos alunos, por meio de uma investigação e debate conjunto. São onze temas, dos quais ecoam as derradeiras questões sociais do passado, do presente e do futuro. “É tudo assumidamente ativista, as músicas são para confrontar as pessoas”, afirma Abel. Por entre Sam Cooke, Red Hot Chili Peppers, Aretha Franklin, Sérgio Godinho e os arranjos de Carlos Garcia, cantam-se os direitos humanos ao longo das décadas, aspirando a uma mudança de mentalidades que nos prepara para um futuro mais esperançoso e fraterno.

A escolha do reportório foi feita pelos alunos, de acordo com a mensagem de afirmação que querem transmitir à comunidade

“Esperar tantos anos torna tudo mais urgente”: o antes do agora

O desenvolvimento da reflexão sobre temáticas sociais, levadas posteriormente às comunidades através da expressão artística, não começou com o Diferencial. É parte das componentes pedagógicas envolver os alunos com várias comunidades, fomentando neles a capacidade de adaptação e integração do seu trabalho com os diferentes públicos. Recordamos três projetos que antecederam o Diferencial e que se tornam reflexo da urgência de questionar o mundo e as suas diferenças.

Em 2019, a criação Linha-d-Água veio desafiar o envolvimento dos alunos da licenciatura com o grupo de Teatro Terapêutico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (GTT). Partindo de um texto dramático, foram desenvolvidas ideias musicais em conjunto, resultando na criação e interpretação de uma banda sonora, preparada pelos dois grupos para ser apresentada ao vivo.

No ano passado, sob a temática da crise de refugiados, e no âmbito dos seminários de estágio, foi criado um espetáculo colaborativo elaborado pelos próprios alunos, através de uma investigação de terreno. Refugiados foi um espetáculo de projeção de marionetas em vídeo em tempo real, aliado a um ensemble instrumental que reagia, ao vivo, à projeção das imagens, e a um coro de “refugiados” incorporado no público que assistia.

O Diferencial é o segundo projeto de criação colaborativa deste ano letivo

Já no início deste ano de 2021, correspondente ao primeiro semestre da licenciatura em Música na Comunidade, Young@Heart foi um trabalho colaborativo entre o CORO 226 e o coro comunitário americano Young@Heart, liderado por Bob Cilman. Neste coro, os cantores têm todos mais de 70 anos, e interpretaram em conjunto com o CORO 226, temas como “Rebel, rebel”, de David Bowie, e ainda a interpretação e gravação do tema “I can´t get next to you”, do grupo The temptations.

Músicos para a comunidade, onde estão?

À data da criação do curso, em 2007, o mercado de trabalho na área da Educação encontrava-se muito frágil, e, em resposta a essa escassez, surge a licenciatura em Música na Comunidade. “Brevemente os professores vão começar a reformar-se em grande número e vão ser precisos novos”, elucida Abel Arez, “ser professor é apenas um dos caminhos neste curso, que tem uma dupla dimensão muito vincada, a educação não formal e a arte comunitária”.

Os alunos têm oportunidade de participar em várias vertentes, na voz, instrumento e expressão teatral

Esta aposta forte na arte comunitária é relativamente recente. O envolvimento dos alunos em instituições, no caso do programa de estágios, veio abrir um novo futuro para a valorização do perfil de um músico na comunidade. “Nos países anglo-saxónicos, por exemplo, a música na comunidade já se encontra muito disseminada na cultura da população”, aponta Abel, “é possível, inclusive, um médico receitar arte comunitária a um paciente, tais são os benefícios que lhe pode trazer”.

Na sociedade civil portuguesa, o crescente interesse pela área tem vindo, gradualmente, a notar-se, através do aumento da procura por parte dos candidatos. Uma das principais características, comum a todos os alunos, é a “vontade de usar a música para mudar o mundo”, exatamente porque a reconhecem como veículo de intervenção social. “As próprias instituições sociais, que antes de receberem os nossos alunos não reconheciam a profissão, acabam por fundar o cargo de músico na comunidade entre os seus funcionários, e isso é extraordinário”, acrescenta.

Relativamente à formação musical, enquanto área artística, assiste-se a uma efemeridade no que concerne às questões de criação. A canalização de esforços para formação de performances e instrumentistas tornam, segundo Abel, a dimensão criativa muito deficitária. “É por isso que, do ponto de vista pedagógico, é fundamental formar os músicos tendo em conta a dimensão da criatividade, se assim não fosse, que trabalhos fariam eles com a comunidade?”

Colocar os participantes a concretizar projetos, envolvendo-os em todo o processo criativo, é um dos objetivos do curso

O conceito de isomorfismo, como condição formativa, procura replicar nas aulas a função profissional, através de uma aprendizagem por projetos. “Permitir que eles vivam o processo como membros de uma comunidade, como líderes, é criar as oportunidades ideais para que participem em processos de criação comunitária e, a partir deles, desenvolvam novas competências”, conclui o professor.

“Não é possível prepararmo-nos para todas as situações”, constata José David, aluno licenciado em Música na Comunidade, convidado a integrar o espetáculo Diferencial como pianista, “os projetos ajudam-nos a alargar o nosso leque de competências criativas, musicais e de relações humanas. Só assim podemos ter contacto com realidades e, sobretudo, com pessoas concretas, pois é para elas que nós trabalhamos”.

A inspiração do Diferencial reside em músicas e figuras representativas da luta pelos direitos humanos

O Diferencial abre portas para cumprir todos estes princípios, alimentando-se de uma ideologia formativa que lança as bases certas para quaisquer trabalhos que, futuramente, possam surgir para um músico na comunidade. O caminho para a mudança é trilhado em nome próprio, por cada um dos docentes e alunos, tamanha é a dimensão do poder da música. Eles estão aqui e fazem-se ouvir.

“É sobre a história deles, o que eles viveram e vivem”

A dimensão humana, enraizada na origem do Diferencial, é parte essencial da consciencialização das problemáticas sociais que os próprios foram descobrindo. Temas como a igualdade e a identidade de género, o racismo, a desigualdade económica, a liberdade, a educação, a saúde, a habitação, as injustiças, o abuso de poder, as diferenças, que abafam a verdadeira essência humana do amor universal, são questões de todos.

“Não fomos nós que escolhemos, foram eles. O espetáculo foi construído sobre as preocupações deles, é sobre a história deles, o que eles viveram e vivem”, afirma Abel. Bastou olhar em volta para perceber que os problemas habitam entre o grupo, coexistiam com as suas realidades sociais, económicas e políticas. O Diferencial acaba, assim, por se afirmar como um espetáculo de olhar próximo, analítico face aos contextos vivenciados pelos participantes. “Fizemos uma sessão em que os convidámos a partilhar as suas experiências, e vimos que não é preciso ir muito mais longe para encontrar estas histórias que retratamos”.

O projeto Diferencial pressupõe a criação de relações humanas através da música e da arte comunitária

Curiosamente, quando os alunos são confrontados com os seus problemas e os dos outros, o projeto Diferencial cresce para uma dimensão astronómica de humanidade e relação emocional. Inês Lindeza, aluna de 3.ºano, recorda um exercício de preparação para o projeto, “lembro-me de, numa manhã de quarta-feira, sermos convidados a formar duas filas de olhos fechados. A ideia seria partilhar momentos, histórias, vivências, nossas ou de outros, relativamente a episódios de discriminação. Os meus relatos pessoais foram duros de expressar. Alguns episódios de colegas foram duros de ouvir. Arrepiei-me e chorei”. Já Luísa, fala-nos do mesmo episódio, “ao ouvir os colegas a partilhar as suas histórias fez com que me sentisse conectada com eles, por perceber que, afinal, a maioria das pessoas tem uma destas histórias guardada dentro de si, e o facto de terem tido a coragem de a partilhar criou um ambiente de confiança entre todos”.

Neste sentido, a música não é apenas um fenómeno sonoro, mas sim um fenómeno social, que não funciona desligado desta dimensão humana. Enquanto músicos comunitários, acarretam a responsabilidade de repercutir este valor, e o Diferencial “foi a forma que encontrámos de falar sobre estes temas da sociedade, através da música. Afinal, a música une as pessoas”, conclui Inês Cardoso.

As vozes do futuro

Luísa revela que o Diferencial transmite uma mensagem de mudança futura, que “juntando a minha personalidade e valores aos de cada elemento que faz parte deste grupo”, é possível dar voz também às histórias de todos aqueles que não a têm. “As diferenças que nos distinguem são o que nos torna, não superiores nem inferiores, mas únicos no mundo, e é bonito quando somos capazes de ver isso”.

Adquirindo esta competência humana, sobra sempre espaço para outras valências profissionais que se desenvolvem a partir dela. “É fundamental para o nosso desenvolvimento aprender a cantar, afinar, respirar, tocar, mas também, em momentos mais sublimes, aprender a observar o gesto do outro, de quem dirige”, explica Inês Ramos, aluna de 1.ºano. “É um privilégio ter contacto com professores como os nossos. A professora Manon Marques, que dirige o CORO 226, tem sempre uma grande entrega, autenticidade, brilho e amor à música, e isso passa para nós”.

Professora Manon Marques, responsável pela UC de Coro, a dirigir o ensaio do Diferencial

Inês Lindeza acrescenta ainda que “relativamente às competências musicais, cantar em coro é a melhor aprendizagem que podemos ter, aprendemos todos os dias uns com os outros.” Este processo criativo colaborativo “dá-nos muitas ferramentas para o futuro”, completa Inês Cardoso, a propósito das várias dimensões, musical e humana, do Diferencial.

Por motivos logísticos, o espetáculo que apresentaria ao vivo o Diferencial, no próximo dia 18 de junho, foi adiado sem data a definir. Rapidamente se moveram montanhas sonoras para abraçar um novo formato, com uma proposta de exibição em filme de todo o trabalho desenvolvido até ao momento. “Estamos há muito tempo sem poder mostrar ao público aquilo que aprendemos no curso todos os dias, o nosso trabalho e empenho. Não ter contacto com as pessoas é difícil”, confessa Inês Lindeza. “Apesar disso”, acrescenta Luísa, “esperamos que a mensagem ecoe nos corações e nas mentes de quem assistir, e que realmente consigamos fazer a diferença, por muito pequena que ela seja.”

O espetáculo pretende, através da música, alertar as comunidades para as suas próprias realidades

“I know, a change is gonna come, oh yes it will”

O ensaio, que ocupa o Salão Nobre da Escola Superior de Educação de Lisboa, aproxima-se do fim. Em palco, soam as últimas notas de Sam Cooke, réplicas do inconfundível soul que lhe era característico. “A change is gonna come” é um presságio daquilo que, mesmo décadas depois, continua a ser uma busca incansável, soletrada por mais de duas dezenas de vozes, que fazem vibrar o chão de madeira do salão.

Alguns fecham os olhos, como se a música viajasse do mais íntimo canto da alma, outros, já descalços, marcam o ritmo com os pés e o corpo segue o embalo. As máscaras, que travam a respiração, não travam a voz. Os olhares falam, as mãos comunicam. É “a liberdade de mudar e decidir” que renasce a cada entrega, a cada novo projeto que por ali passa.

O Diferencial ensina que saber olhar o outro é saber interpretar a sua história. É esse o passo para a mudança, é esse o papel da arte comunitária, que só faz sentido se for partilhada.

Texto de Ana Mendes
Fotografias de Ana Mendes


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