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Diogo Freitas: “Nós queremos é fazer uma chamada de atenção para onde estamos a caminhar”

Democracy Has Been Detected é a nova criação da companhia Momento – Artistas Independentes e…

Texto de Gabriel Ribeiro

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Democracy Has Been Detected é a nova criação da companhia Momento – Artistas Independentes e vai estar em exibição de 21 a 23 de fevereiro na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão. A criação ficou a cargo de Diogo Freitas e Filipe Gouveia e surgiu “pela necessidade de repensar o nosso sistema político atual”.

A equipa conta com membros nascidos nos anos 1990, e este foi um importante critério para questionar “como é que esta geração, que já nasceu com a democracia e que não teve de lutar por ela, pensa a democracia”. A peça conta com nomes como Ana Lídia Pereira, Daniel Silva, Diogo Freitas, Gabriela Leão e Joana Martins na interpretação.

Diogo Freitas é natural de Famalicão e iniciou os estudos no Teatro Trindade, em Lisboa. Estreou-se como encenador em 2018 com um espetáculo sobre Fernando Pessoa, é formador no projeto Desperta e Brinca da LIPAC, em Famalicão, e é um dos fundadores da companhia Momento – Artistas Independentes. Já Filipe Gouveia nasceu no Funchal e iniciou a sua formação na Companhia Línguas de Palco em 2011. Prosseguiu com os estudos na Escola Superior de Artes do Espetáculo do Porto em Interpretação e tem uma Pós-Graduação em Dramaturgia. Participa na Momento – Artistas Independentes como encenador e dramaturgo, assumindo também a escrita de Democracy Has Been Detected.

Cartaz do espetáculo

Gerador (G.) – Antes de mais, o que é que podemos esperar da peça Democracy Has Been Detected?

Diogo Freitas (D. F.) – Este espetáculo chama-se Democracy Has Been Detected e é um espetáculo da estrutura Momento – Artistas Independentes. Tem vindo a ser preparado há cerca de um ano e meio/dois anos e foi um espetáculo pensado pela necessidade de repensar o nosso sistema político atual. Perguntaste o porquê deste título: é a questão do Avast, quando temos um vírus no computador e aparece o “has been detected”. Daí a brincadeira com o “democracy” e “a democracia foi detetada”. Agora, sobre o espetáculo, vamos começar do início. Comecei por selecionar a equipa artística com um critério muito específico que foi o facto de sermos todos nascidos nos anos 1990, ou seja, pós-25 de Abril e pós-queda do Muro de Berlim. A minha ideia era perguntar como é que esta geração, que já nasceu com a democracia e que não teve de lutar por ela, pensa a democracia, como é que a materializa em cena e como é que criamos uma obra todos juntos, dirigida por nós. O espetáculo esteve a ser construído com uma grande particularidade. Antes dos ensaios nós tivemos dois períodos de residência. O espetáculo foi construído com tempo de termos a primeira residência em agosto/setembro, no Centro de Criação de Candoso, com o apoio deles. Tivemos lá a equipa dos atores e a equipa de criação, direção e encenação. Estivemos a fazer uma pesquisa mais teórica, ou seja, de onde vem a palavra, a epistemologia da palavra, os vários sistemas políticos que temos hoje... Várias coisas. Desde a Antiga Grécia até aos dias de hoje, estudamos os sistemas políticos de vários países, estudamos também a eleição do Trump, do Bolsonaro... Depois, houve uma reunião com toda a gente para discutir como é que iríamos fazer este espetáculo. Tivemos outra residência, esta mais prática, no 23 Milhas, em Ílhavo. Estivemos duas semanas com a equipa toda e tivemos a hipótese de estar no palco a improvisar, desde as 9 horas da manhã até à meia-noite... Paramos tudo o que era vida pessoal para nos focarmos neste espetáculo. Já nessa residência, o Filipe trouxe algumas bases textuais de possíveis dramaturgias e caminhos. Após essa residência, eu e o Filipe reunimos e percebemos o que é que foi mais interessante para o grupo, o que queríamos abordar com mais ênfase, o que seria mais interessante e o que seria mais comunicativo para o público, tendo em conta o que queríamos falar. O Filipe escreveu o texto, nós começamos os ensaios em janeiro e estamos quase a estrear.

Filipe Gouveia (F. G.) – Nós tivemos dois fatores que se calhar moveram o caminho do espetáculo e do texto, que foram a junção da democracia ou da política com a tecnologia, que é um fator bastante importante e que achamos também que nós, uma geração dos anos 90, já nascemos com uma tecnologia avançada. Cada dia que passa, andamos num ritmo rápido a nível tecnológico, então quisemos ver que consequências positivas ou negativas pode ter a tecnologia. Nós trabalhamos um documentário muito interessante sobre o escândalo da Cambridge Analytica, da Netflix, e esse foi dos documentários que mais debatemos. Esse foi o primeiro vetor e o segundo era que caminho é que podemos ver no futuro da democracia agora. Pesquisamos muito e vimos que é tudo muito cíclico e pensamos: “OK, estamos a caminhar outra vez para um novo ciclo, então como é que podemos prevenir ou prever o futuro da democracia tendo em conta que a tecnologia é um fator cada vez com mais peso?” O texto propõe um universo paralelo em que temos um país inventado e, nesse país, acompanhamos um pouco a evolução da democracia nessa altura, em que estado é que estão os políticos, quão marcante está a abstenção, a corrupção... E com o apoio da tecnologia propomos um caminho possível que não é assim tão distante.

D. F. – A nova proposta que o texto fala, sem querer revelar muito, é a questão da tecnologia e da inteligência artificial. Que impacto é que esta inteligência artificial terá nestes novos estados que se criarão, nas pessoas... No texto, também falamos na questão do Trump e da infantilização do discurso da figura de poder. Ou seja, a forma como dá entrevistas e a forma como fala de certos assuntos com tom infantil. A dada altura, as pessoas dizem que é uma criança que anda lá, mas é uma criança que está a governar um país. Eu e o Filipe concordamos que não queríamos tomar uma posição quer partidária quer mesmo se essa tecnologia favorece ou desfavorece. Nós queremos é apresentar uma realidade e fazer uma chamada de atenção para onde estamos a caminhar. Houve uma coisa muito engraçada durante o processo de improvisação: a dada a altura, a cenógrafa propôs um pilar no início da improvisação. Os atores foram improvisando e pensaram que aquilo seria o pilar da democracia. A dada altura, aquilo destrui-se tudo e, quando alguém propôs voltar atrás, voltou-se a construir o pilar. Mas alguém disse: “Não, nós temos de voltar ainda mais atrás.” Ou seja, o que é que é voltar ainda mais atrás naquilo que conhecemos da democracia da Antiga Grécia? O espetáculo fala muito disso. Mas ao mesmo tempo o espetáculo tem um peso muito grande, tendo em conta toda a construção de exuberância, animalesco... E essa proposta é a nossa forma de voltar atrás.

G. – Nesta peça falam da democracia. Sentem que o teatro é ou deve ser um veículo de ativismo social e político?

D. F. – O teatro é político, todo. Mesmo que as pessoas digam que não, o teatro é político. O facto de eu ser ator é um ato de política, ou seja, um político é um ator, é um ser que atua. Todos nós somos seres que atuam. O senhor do lixo atua num campo, eu atuo noutro. É esta grande mescla de pessoas que desenvolvem o país. Voltando à questão, o teatro é, sem dúvida, um veículo de intervenção política.

F. G. – Principalmente, na minha opinião, para lançar questões. Não tanto para responder a coisas ou tomar lados e partidos, mas mesmo lançar questões e fazer pensar, interiorizar e consciencializar. Isso para mim é o mais importante na arte no geral, não só no teatro.

D. F. – Quando se toma lados, pode haver uma certa aversão. Quando uma obra de arte nos faz parar, pensar e questionar, aí já está a ser política consoante aquilo que o artista queria passar. Acho que é mais isso.

G. – E quais são as maiores dificuldades de se criar um espetáculo e de gerir uma companhia de teatro?

D. F. – Então, são duas coisas. Criar uma companhia hoje, em 2020, é assim um bocado abismal. Ou seja, esta companhia tem dois anos, foi formada por dois atores e, quando nós criamos a companhia, pensamos, “bem, se calhar deveríamos encontrar o nosso espaço em relação a esta vertente artística que se está a criar”, ou seja, foi uma forma de nós encontrarmos o nosso espaço no meio artístico e definir como é que pretendemos chegar às pessoas e dizer o que nós os dois queremos. Agora, criar uma companhia hoje é uma loucura. Há cada vez menos apoios, e os apoios são para os mesmos, apesar deste espetáculo contar com um apoio do Estado – foi um grande patamar que a companhia conseguiu, era um grande objetivo que tínhamos em mente.

F. G. – Eu fui contratado pela companhia para fazer este espetáculo. Para mim, ele é diferente do que se calhar é para o Diogo. Por isso, a minha opinião de como fazer um espetáculo, este especificamente, é um pouco diferente da experiência que eu tenho. Nós estamos a fazer este espetáculo de uma maneira em que todo o processo ajudou. Desde as residências, nós estamos a fazer algo que foi criado por todos. Nas residências, estivemos todos lá, estivemos todos a pensar. Na primeira, principalmente, não houve qualquer tipo de estatuto. Na segunda, estivemos todos lá a contribuir da mesma forma. Mesmo neste processo de ensaios, que começou em janeiro, nas duas primeiras semanas tivemos toda a gente sempre presente nos ensaios para poderem dar algum input. Eu, particularmente, nunca tinha trabalhado tanto tempo e de uma forma tão exata como neste projeto. Normalmente, nos espetáculos de teatro, não há nem orçamento, nem espaço, nem tempo para poder ver esta contribuição por igual por todas as áreas. Depois, o nosso trabalho a nível de direção é mais limpar e dirigir esses inputs e essas contribuições.

D. F. – Isso é o mais difícil, que é pegar nisso e levar para o universo do espetáculo que estamos a pensar. Ou seja, nós somos os encenadores, temos um objetivo para este espetáculo, mas como é que nós a dada altura pomos um input criativo de toda a gente, como é que respeitamos a visão de toda a gente... É mais a gestão artística de toda a gente. Temos de fazer essa triagem e deitar fora.

F. G. – O caminho é mais difícil, mas acho que fica mais coerente e mais satisfatório. É um trabalho que depois olhamos e vemos que é de todos. Tem a nossa identidade ali.

Os ensaios iniciaram-se em janeiro

G. – O futuro do teatro também passa pelos mais jovens, como vocês. Mas os jovens consomem e interessam-se pelo teatro?

D. F. – Nós vamos sempre falar de um ponto de vista privilegiado porque estudamos teatro e somos atores. Nós consumimos teatro porque queremos e porque queremos aprender mais e ver mais lados. Essa pergunta é um bocado complicada.

F. G. – Os da nossa área, por motivos óbvios, vão ao teatro. Se bem que, por acaso, ultimamente, temos visto mais gente, mesmo da nossa área, um pouco desistir de ir ao teatro pela opinião delas e não só. Está a haver um pouco mau teatro, no sentido em que não se sentem incluídos no próprio espetáculo, os espetáculos são muito pessoais ou elitistas e parece que é para próprio prazer das pessoas que o estão a fazer e não para o público que o vai ver. Essa é a principal razão que eu vejo para que algumas pessoas, mesmo da nossa área, o que é preocupante, estejam um pouco a desistir.

D. F. – Mas também depende das zonas. Por exemplo, eu sei que a zona de Vila Real e de Bragança têm uma comunidade muito forte e, quando fui lá com espetáculos, eu tive uma grande surpresa. Tivemos a plateia cheia, e a maior parte do público eram estudantes que não tinham ligação ao teatro. Acho que depende dos sítios... No Porto, onde existem muitos artistas, a maior parte do público que vejo na cidade são efetivamente atores, encenadores, escritores... Em Lisboa, há uma maior comunidade de jovens que vai ao teatro e que se interessa. Não quero estar a dizer nada de errado, mas acho que os jovens não vão muito ao teatro.

G. – Podemos tomar a cultura como uma nova forma de natalidade, no sentido em que é imperativo existirem medidas de incentivo ao consumo da cultura por parte dos mais jovens, como as medidas de 50 % de desconto para jovens/estudantes?

D. F. – Essas medidas já existem e são boas. Eu acho é que as medidas têm de começar logo na creche, porque isto vem de casa. Os nossos pais já foram crianças e, se calhar, os nossos avós também já não tiveram esse hábito... Ou seja, é geracional. Claro que os nossos filhos já vão crescer com outro impacto porque nós trabalhamos nisto e eles já vão ter esse hábito e, se calhar, os filhos deles também. Eu venho de uma família que não tem o hábito de ir ao teatro, mas por acaso tive na escola e foi isso que me trouxe até aqui. No entanto, eu acho que é pouco e que precisamos de mais medidas. O Bloco de Esquerda propôs no ano passado – e a medida foi chumbada – implementar uma disciplina de teatro, não sei se obrigatória ou opcional. É preciso perceber que se as pessoas nunca vão, não vão perceber o que é isto. Não sabem o que estão a perder e que saída é que isto tem. Claro que as escolas têm de cumprir o plano de ir ao teatro ver a peça O Auto da Barca do Inferno e espetáculos menos interessantes... Lá está, se calhar temos de repensar isso porque pode afastar as pessoas. Mas acho que começa com a educação, vem de casa.

G. – A companhia Momento nasceu em 2017 e já produziu alguns espetáculos antes deste. Que balanço é que fazem até agora?

D. F. – Estamos muito ansiosos pela estreia deste novo espetáculo, porque é o primeiro espetáculo desta companhia em grande dimensão, ou seja, tudo o que tínhamos feito até agora tinha sido em pequena escala. Estreamos um projeto com o encenador Pedro Galiza na Casa das Artes em 2017, em que havia dois atores em palco: eu e o ator Daniel Silva; depois, fizemos outro espetáculo que foi o Escrever, Falar, com Simão do Vale Africano Pais; fizemos o espetáculo sobre Fernando Pessoa, que foi encenado por mim e que contava com um monólogo do Daniel; e, por fim, fizemos o Despertar, também aqui em Joane. Tinha sido tudo em pequena escala. Tínhamos algumas pessoas para as outras áreas, mas não como neste projeto, em que somos 14 pessoas. É uma coisa de grande dimensão e vamos a alguns palcos importantes, como a Casa das Artes. Em relação a próximos projetos, nós somos aqui de Famalicão e poderemos futuramente ter aqui um espaço para criarmos. Um dos meus objetivos é como é que eu agora espelho este projeto, Democracy Has Been Detected, nas nossas próximas criações, ou seja, em residência, em constante residência coletiva. Um dos objetivos é ter um espaço, tempo e meios para poder ter a equipa a trabalhar para que o objeto artístico seja mais coeso e mais forte, com mais qualidade.

Entrevista por Gabriel Ribeiro
Fotografias de Simão do Vale Africano

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