Após meses de incerteza no Museu de Serralves, fruto da demissão do curador João Ribas da posição de diretor do museu, a instituição anunciou a sua escolha para o sucessor: Philippe Vergne. Da direção do Museum of Contemporary Art de Los Angeles (MOCA) para o Porto, Philippe traz consigo, citando a Fundação de Serralves em comunicado à Lusa, "uma visão artística sólida e inspiradora não só para o Museu e para a Coleção, mas também para o extraordinário património da Fundação de Serralves e do seu parque histórico”.
Foi em setembro de 2018 que João Ribas apresentou demissão na consequência de constrangimentos com o conselho de administração de Serralves, em torno de uma exposição de fotografia de Robert Mapplethorpe com a sua curadoria. Philippe Vergne ocupa o seu lugar deixando o MOCA após ter decidido com o museu de Los Angeles não renovar o contrato de cinco anos que expirava em março de 2019. De acordo com um artigo do New York Times, também a posição de Philippe era instável após “dois meses de intensa especulação”.
Ainda que tenha estado envolvido em rumores e alguma polémica após ter despedido Helen Molesworth, na altura curadora-chefe do MOCA, deixa o museu de Los Angeles com uma sensação de gratidão pelo seu trabalho ao longo dos últimos anos. “Eu sei que falo pela administração (do Museu) inteiro quando expresso a minha profunda gratidão ao Philippe pelo seu compromisso, liderança, e visão para com a nossa adorada instituição” foram as palavras de Maurice Marciano, membro do conselho de administração do Museu, de acordo com este artigo do ArtNews.
Segundo o Artnet a contratação de Philippe resulta de uma "decisão unânime por parte da administração de Serralves, que foi aconselhada por um grupo de prestigiados diretores de museus internacionais, incluindo Frances Morris, diretora do Tate Modern, e Suzanne Cotter, que esteve à frente de Serralves antes de partir para o MUDAM no Luxemburgo".
Philippe Vergne nasceu em Troyes, França, em 1966 e estudou direito na Universidade Panthéon-Assas, em 1988, e arqueologia e história da arte moderna na Paris-Sorbonne, onde também tirou um mestrado em 1991 e uma pós-graduação em 1992. Tornou-se diretor do Mac (Musée d’Art Contemporain), em Marselha, em 1994 e permaneceu lá até 1997. Integrou o Walker Art Center, em Minneapolis, como curador sénior no mesmo ano, até 2005, o ano em que foi promovido a vice-diretor e curador-chefe da instituição. Foi co-curador da Bienal de Whitney em 2006 e liderou a Dia Art Foundation, em Nova Iorque, entre 2008 e 2014, até começar o percurso de enquanto diretor do MOCA.