Em pleno Dia Mundial da Voz, que se comemora esta quinta-feira, dia 16 de abril, a GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas assinala a efeméride com o lema “Não Perder a Voz” dirigido aos artistas que perderam a maior parte dos seus rendimentos devido ao cancelamento e adiamento de espetáculos a que se tem assistido, em virtude do surto pandémico de covid-19.
A instituição, que em Portugal gere os direitos de propriedade intelectual de músicos, atores e bailarinos disponibiliza, a partir de hoje, numa página do seu site, informações e conselhos sobre os cuidados que cantores e atores deverão ter para manterem uma boa saúde vocal enquanto estiverem recolhidos em casa e sem a atividade profissional regular.
Além disso, a GDA disponibiliza um número de telefone para os atores e cantores que tenham problemas com a sua voz possam contactar diretamente a médica otorrinolaringologista, coordenadora da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, Clara Capucho nos próximos três meses, até meados de julho, de forma gratuita.
O horário para fazer chamadas será das 14h30 às 18h00 nos dias úteis, mas a “Dra. Voz”, nome pelo o qual é conhecida na comunidade artística, realça que, “se for uma emergência, pode ser a qualquer hora, em qualquer dia – tem é de se justificar”.
Citada em comunicado, a profissional de saúde sublinha que “prevenção” é a palavra chave para atores e cantores durante estes meses em casa. “Devem saber preservar a voz que têm e proporcionar a si próprios a vigilância e os exercícios que promovem a saúde das suas cordas vocais e a qualidade dos seus futuros desempenhos artísticos: para a maior parte dos cantores e atores a voz é o seu principal recurso profissional e a peça-chave das suas carreiras”.
No site da GDA é possível encontrar slides com conselhos e um pequeno vídeo explicativo da autoria de Clara Capucho. Tanto nas imagens como no vídeo, a responsável enumerar uma lista de cuidados básicos e de procedimentos de manutenção indispensáveis para afastar patologias do aparelho vocal e mantê-lo apto para as exigências do uso profissional.
“É muito importante que os artistas e todos os profissionais do espetáculo e do audiovisual mantenham a sua capacidade de vocalizar, publica e conjuntamente, a sua capacidade de intervenção nestes meses de confinamento devido ao novo coronavírus”, afirma Pedro Wallenstein, presidente da GDA.
“Só essa voz pública, essa intervenção cívica coordenada em defesa da produção artística, conseguirá os meios indispensáveis para que os artistas e outros profissionais do espetáculo possam atravessar com dignidade o tempo que medeia o regresso aos palcos”, acrescenta.
Pedro Wallenstein dá ainda o exemplo de iniciativas como a Carta Aberta proposta conjuntamente pela GDA, Sociedade Portuguesa de Autores e Audiogest, que foi assinada por mais de 1600 artistas, autores e outros membros da comunidade artística. “Esta carta foi decisiva para criar condições políticas na Assembleia da República para a aprovação da garantia do pagamento por entidades públicas, nomeadamente as autarquias, de pelo menos 50% dos compromissos assumidos relativamente aos espetáculos adiados ou cancelados”, termina.