Acabou no domingo, dia 3 de fevereiro, o Festival Internacional de Cinema de Roterdão, na Holanda. O cinema português teve palco não só pelas estreias mas também pelas distinções de Filipe Martins e Aya Koretzky, e pela retrospetiva dedicada a Edgar Pêra.
No dia 15 de janeiro saía um texto assinado por Olaf Möller no site oficial do festival que começava por “Isto é tão certo que podemos dizer que está provado cientificamente: Edgar Pêra é o único grande mestre vivo e desconhecido do cinema português moderno”. O Festival Internacional de Cinema de Roterdão reconheceu ao cineasta português uma carreira que merecia ser distinguida e dedicou-lhe uma retrospetiva que incluiu, entre outros, filmes como The Baron, O homem-pykante —Diálogos com Pimenta, Lisbon Revisited, Caminhos magnétykos, Manual de evasão LX 94 e Virados do avesso. Além da exibição dos filmes decorreram conversas em torno do cinema de Edgar Pêra.
A Filipe Martins foi atribuído o prémio Voices, de melhor curta-metragem, graças a Casa de Vidro, o filme que cruza o documentário com a ficção e fala de um sem-abrigo toxicodependente que vive num stand de carros abandonado, no Porto. O prémio atribuído pelo público, cujo valor monetário são 2500€, distinguiu desta forma o realizador e professor da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), natural de Paredes. O filme foi produzido pelo balleteatro e também está em competição no Festival de Cinema de Clermont-Ferrand, em França.
Teaser de Casa de Vidro, Filipe Martins (2018)
Aya Koretzky é uma realizadora japonesa radicada em Portugal, a viver entre Lisboa e Paris, e venceu o prémio Bright Future com o documentário “A volta ao mundo quando tinhas 30 anos”, um filme em que cruza as memórias do seu pai, numa viagem ao Japão na década de 1970, com as suas, a partir de um arquivo de fotografias. O filme produzido pela C.R.I.M. Produções e apoiado pela Gulbenkian e pelo ICA já tinha sido apresentado no DocLisboa em 2018.
Teaser de A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos, Aya Koretzky (2018)
Além dos prémios atribuídos a Filipe Martins e Aya Koretzky, e da retrospetiva a Edgar Pêra, foram apresentados mais de 20 filmes portugueses, como “Sombra luminosa” de Mariana Caló e Francisco Queimadela, “Diamantino” de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, Pontes sobre Abismos de Aline Motta, Bring Me the Head of Carmen M. de Felipe Bragança e Catarina Wallenstein, e outros que podes consultar aqui.