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Encontrei-te na Esquina com João Berhan

Continuamos a dedicar o Encontrei-te na Esquina a autores que estarão presentes no Trampolim Gerador…

Texto de Margarida Marques

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Continuamos a dedicar o Encontrei-te na Esquina a autores que estarão presentes no Trampolim Gerador #3, já este Sábado dia 14 de Maio, na Mouraria.

Hoje o Gil encontrou-se com o músico João Berhan, uma das mais recentes descobertas musicais da nova música portuguesa.

Qual é a tua memória mais antiga?

A minha memória mais antiga por acaso é uma memória fixe. É a vista de um sétimo andar cá para baixo. É uma espécie de vertigem. Lembro-me de estar ao colo do meu pai - que não estava a tentar atirar-me - e de estar bué alto e estarem uns miúdos a jogar futebol lá em baixo. É a primeira memória que eu tenho.

O que é uma ideia? É a pergunta que todos odeiam.

É aquilo que ainda é possível fazer, que ainda não está feito, que ainda falta fazer. A ideia de cada um é aquilo que ainda lhe falta fazer.

Pessoal e intransmissível?

Não, não necessariamente. Nada é completamente intransmissível. A ideia vem de algum lado, seja linguagem, aprendizagem, etc.

E o teu lugar predilecto, qual é?

Neste momento é ao lado do meu filho. Recém-nascido. É muito piroso dizer isto, mas é ao lado dele. Quando ele ri... Além do meu filho é Lisboa. Foi por isso que não me fui embora.

Esteve nas cartas?

Esteve sempre. Pensei muitas vezes em sair. Mas não. Não sei se por falta de tomates se por pertencer, mas fiquei.

Que trabalho é que te falta?

Escrever um livro. Tenho um filho, já plantei uma árvore, falta isso. Não é que ache que faça falta um livro meu, mas não queria deixar este mundo sem deixar alguma contribuição.

Conta-me uma história que te tenha marcado.

Eu tenho uma memória péssima... (silêncio pensativo)

Ok, enquanto pensas: fala-me de uma vez que te tenhas deparado com algo de transcendente.

É uma resposta azeiteira, mas ouvir música. É a ouvir música. Se no estado certo, e se a música também quer transmitir esse estado... Mas é sem dúvida através da música que chego mais facilmente a o que queiras chamar transcendente, que me parece que há algo por descobrir no Universo. Penso no transcendente como beleza, também. Também sinto algo assim quando vejo alguém bonito.

E falta uma história, não é?

Se quiseres.

Então, esta é uma história minha e da Maria, a minha namorada. Nós morávamos no Castelo até recentemente. Até há uns meses. Até ao dia em que recebemos a carta de despejo, que iam terminar o contrato. Agora o prédio é uma habitação exclusiva para turistas... E é isso. É uma história sobre a desertificação de Lisboa. Lembro-me das ruas a ficarem mais vazias, e o nosso prédio devia ser o último com moradores permanentes. É a gentrificação.

Entrevista por Gil Sousa

Foto por Miguel Mestre

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