O Rama em Flor vai regressar de maio a setembro, a vários espaços da cidade de Lisboa. Proporcionar lugares de debate, reclamar o corpo na cidade, recuperar o contacto comunal e dar visibilidade às comunidades menos representadas são os objectivos centrais da iniciativa.
A programação do evento ainda não está totalmente fechada, mas a organização avança com uma proposta musical com mais de 30 artistas, todos residentes em Portugal, que se vão espalhar por várias salas da capital portuguesa, entre elas o Núcleo A70, a Galeria Zé dos Bois ou o Recreio da Voz do Operário, durante os quatro meses do festival. As restantes ofertas culturais desta edição do Rama em Flor incluem ainda conversas, exposições, visualização de documentários ou até mesmo passeios.
“Em alturas de crise, é necessário unir vozes, partilhar e continuar. Não podemos suspender uma atividade de valorização e empoderamento de uma comunidade minoritária na sociedade”, pode ler-se no comunicado.
Num novo formato, alargado a quatro meses, a organização propõe um encontro de várias vozes para produzir pensamento e apelar à mudança social. “Enquanto festival interseccional, iremos falar de questões raciais, cuidados trans, afetos e redes de proximidade, ecofeminismo e curadorias queer.”
Confirmadas, para já, estão as passagens de Aurora Pinho, A lake by the mõõn e Dakoi pelo Núcleo A70, em maio, no arranque desta jornada, em data ainda por anunciar. Junho começa com um ciclo na Galeria ZDB dedicado a artistas emergentes com Suzana Frances, Lil Mammi Barbz, Killian e Phoebe. O aniversário da Troublemaker Records, uma editora independente de Lisboa de artistas queer e POC (People Of Colour) acontece sob alçada do festival durante o mesmo mês. No recreio da Voz do Operário, reformulando o conceito de Santos Populares, o Rama propõe uma matiné de música de dança.


“Desordem do Conceptual Branco”
Este ciclo, com datas ainda por anunciar, propõe-se a “desordenar e desconstruir essa concepção do que é ser branco, trazendo corpos que são vistos como outros para lugar de sujeitos autodeterminados.”
Numa primeira fase, este ciclo programático contará com uma conversa horizontal onde se discute através das vivências dos convidados sobre o conceito de branquitude. No Novo Negócio da ZDB acontece no início de junho um concerto de música clássica, protagonizado por corpos negros. E numa segunda fase do ciclo, será apresentado um documentário ainda sem título que irá questionar o conceito de branquitude.
A programação completa será anunciada em breve.