A partir das 17h00 de hoje, 14 de junho, a Fábrica do Braço de Prata comemora o 12º aniversário com entrada livre. Animação infantil, circo, concertos, performance, street art, sardinha e happy hours fazem parte das propostas que a Fábrica tem para oferecer na sua celebração.
Foi a 14 de junho de 2007 que a Fábrica do Braço de Prata abriu as suas portas e começou a escrever a história que hoje já conta com mais de 3000 músicos nas suas páginas. A vontade de criar “aquilo que ainda não existe e que tem a forma de imprescindível”, como é possível ler num texto assinado por Nuno Nabais a propósito do aniversário da Fábrica do Braço de Prata, foi sendo o mote para o que ao longo de 12 anos foi construindo.
Uma escola de músicos com dois anos de existência e mais de 70 alunos associados — a reinventar relações com o piano, o trompete, a bateria, o contra-baixo, a guitarra, a voz e até a teoria musical —vai sedimentando o percurso de um espaço que pretende celebrar e refletir a música na sua plenitude. Neste sentido, foram criados Laboratórios de Arte e Pensamento para apoiar as famílias que decidem adoptar o regime de ensino doméstico, bem como o “Bracinho de Prata”, uma versão infantil da Fábrica.
O aniversário serve de reflexão para a Fábrica do Braço de Prata questionar a sua posição atual. No mesmo texto, Nuno Nabais questiona se a Fábrica será capaz de “dar o salto sobre o abismo”, de garantir a sua existência por mais um ano, de “receber cerca de 60 concertos por mês pagando aos músicos apenas com o resultado da bilheteira no final de cada noite”, de continuar a ter a Câmara Municipal de Lisboa “a proteger esta aventura aceitando que habitem o edifício antigo da administração da Fábrica de material de guerra” sem pagarem qualquer valor de renda.
Ainda há muito para fazer na Fábrica do Braço de Prata e estas questões que preocupam a administração não são escondidas, antes pelo contrário, são postas a descoberto. Está ainda por inventar uma Universidade Privada na Fábrica, que se pretende dedicar ao pensamento político, com cursos de pós-graduação numa fase inicial e apenas na área da filosofia política; uma estação de rádio FM, que fará uso do vasto arquivo que a Fábrica tem e criará novos conteúdos e uma revista digital, onde serão dadas as novidades da programação do espaço.
Aproveitando o aniversário para celebrar mas também para pensar em conjunto, a Fábrica abre espaço a uma reflexão que não se pretende que termine hoje.