Decorre esta quinta e sexta-feira, dia 30 de junho e 1 de julho, o colóquio internacional “Ética e estética em José Saramago”, cuja organização está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Fundação José Saramago. Neste âmbito, haverá, por exemplo, uma mesa-redonda sobre os tempos do romance, que contará com a participação de Lídia Jorge, Afonso Reis Cabral e Ana Margarida de Carvalho.
Promovido a propósito das celebrações do centenário do autor, este colóquio tem à cabeça um tema, que, no entender da organização, “abre duas vidas de reflexão”. “Por um lado, a dimensão ética refere-se a grandes sentidos civilizacionais, filosóficos e políticos, cuja presença, na obra de Saramago, se vai intensificando, complementando temas com marcação histórica e ideológica. Por outro lado, a obra saramaguiana favorece análises em torno de uma certa estética do romance (e não só dele). Estão aqui em causa os termos em que o escritor renovou esse género narrativo e o tratamento a que submeteu as suas categorias estruturantes, o seu estilo e a sua retórica ficcional, em diálogo com a História, a sociedade e as ideias dela emergentes”, é explicado na nota que apresenta este evento.
Assim, ao longo dos referidos dois dias, a produção literária e o pensamento de Saramago estarão no centro dos debates e conferências, explorando-se também, em paralelo, a interação da obra deste autor “com outras artes”.
Convém explicar que o colóquio acontecerá na Fundação Calouste Gulbenkian, sendo a entrada livre. O programa pode ser consultado online.
Por exemplo, no primeiro dia, está prevista uma mesa-redonda sobre os “diálogos interartísticos” da obra de José Saramago, que contará com a participação de Carlos Pinillos e Filipa de Castro (da Companhia Nacional de Bailado), Nuno Coelho (da Orquestra Sinfónica das Astúrias), Jean Paul Bucchieri (da Escola Superior de Teatro e Cinema) e Nuno Cardoso (do Teatro Nacional de São João).
Já no segundo dia, além da mesa redonda com os escritores já mencionados, haverá uma conferência com Darío Villanueva, da Universidade de Santiago de Compostela e Real Academia Española, sobre as ideologias e distopias na obra do premiado autor português. “A distopia, para Saramago, era toda a negação do fundamento mais alto do humanismo libertador que sempre orientou a sua visão do mundo”, é adiantado, na nota que anuncia esta conferência.
Para a Fundação José Saramago, este colóquio será “uma oportunidade privilegiada para aprofundar alguns dos temas fundamentais presentes na vida e obra de José Saramago, consolidando a sua presença na história cultural e literária, em Portugal e no mundo.”