De 18 a 26 de junho Évora torna-se palco de músicas e culturas dos mais variados pontos do globo. O Festival Imaterial traz-nos nomes portugueses mas também do Mali, Turquia, Itália, Azerbaijão, Hungria e Mongólia.
"As músicas locais fazem parte da História dos povos, definem-nos e identificam-nos, ajudam a contar as suas vidas e a fixá-las naquilo que têm de único. Sobrevivem através da transmissão direta e fornecem a novas gerações uma cartografia que sinaliza de onde vêm e a herança identitária que lhes é passada". Este é o mote de entrada para o Festival Imaterial que, de 18 a 26 de junho, vai encher o Teatro Garcia de Resende e o Jardim Público de Évora com músicas e conversas de todas as partes do mundo.
O Festival Imaterial parte da noção de que a música existe no espaço e com ele dialoga, "de que as culturas se relacionam" mesmo quando as queremos ignorar, sendo um organismo vivo que continua numa constante formação, "tecendo uma linha que liga, em permanência, o passado e o presente". É isto que quem visitar Évora vai encontrar: um palco aberto de sinergias, que nos mostra que o outro somos nós, nascido numa outra circunstância.
Ballaké Sissoko (Mali), Aynur (Turquia / Curdistão), Cuncordu & Tenore Orosei (Sardenha), o Grupo de Cantares de Évora com direção artística de Ernst Reijseger e Fargana Qasimova (Azerbaijão), são alguns dos nomes que se juntam Jon Luz & Maria Alice, O Gajo, Lavoisier, Mónika Lakatos, Aldina Duarte ou Mustafa Saïd para trazer música a pontos históricos da cidade. Para lá da música, este evento apresenta também outras iniciativas de partilha entre os participantes, fruto do propósito de colocar em diálogo os patrimónios edificado e imaterial.
A 24 de junho realiza-se uma conferência internacional sobre Património Imaterial da Humanidade que junta especialistas mundiais nesta matéria (jornalistas, programadores e influenciadores). No 25 de junho, tem lugar a apresentação do Laboratório de investigação IN2PAST, cuja sede será a Universidade de Évora. O âmbito desta estrutura vai “da paisagem às artes, dos monumentos aos museus e arquivos, passando pelas políticas públicas de memória.” O laboratório é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com o envolvimento da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade do Minho. O festival acolhe ainda o Iberian Music Meeting, entre os dias 24 e 26, que trazem ao festival conferências, mesas redondas, oficinas, speedmeetings e showcases.