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Ferreira Fernandes: “Conhecer vários cinzentos é fundamental para quem quiser falar aos outros”

O jornalista com um vasto percurso na imprensa portuguesa é o protagonista de mais uma edição da rubrica “Entrevistas com Jornalistas”

Texto de Sofia Craveiro

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Quando se lhe pede uma biografia define-se apenas como “jornalista” e nada mais. Nascido em Luanda, em 1948, Ferreira Fernandes percorreu o mundo em reportagem, deixando as suas observações registadas em alguns dos principais títulos generalistas nacionais: Diário Popular, O Jornal, Público, Sábado, Visão, Focus, entre outros.

Antes disso, tirou o que diz ser “o curso da vida”. Por ser contra a Guerra Colonial desertou do Exército português e foi militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Esteve exilado em França e fundou depois o coletivo Soldados Unidos Vencerão (SUV). Os valores que defendia mantiveram-se inalterados, tal como o seu amor por Luanda.

Dirigiu, por cerca de dois anos, o Diário de Notícias, na fase mais crítica do histórico jornal, em 2018. Diz que só o fez por insistência da administração e que nunca teve intenções de sequer escrever editoriais. Deixou essa tarefa para a pessoa que o acompanhava na liderança, a jornalista Catarina Carvalho. Foi com ela que saiu para fundar a Mensagem de Lisboa, o meio onde hoje moram as suas crónicas. Ao GERADOR, explica que aprecia particularmente este formato, por lhe permitir juntar-se a si próprio num texto onde reflete sobre assuntos atuais, “numa relação absolutamente a dois” com o leitor.

É do conhecimento público que não aprecia entrevistas, e fez muito poucas ao longo da sua vasta carreira. Ao Gerador, diz que isso acontece por não ser do género de “apanhar rapidamente” as deixas. “Poderia absolutamente acontecer que havia uma pergunta para fazer e eu não dar por ela”, admite.

Sentado na cadeira de entrevistado, Ferreira Fernandes falou sobre a infância em Luanda, o percurso posterior e as perceções que ainda mantém sobre o que é jornalismo.


Gerador (G.) – Numa entrevista, para um podcast sobre jornalismo, em 2020, disse que “ser jornalista é fechar o ângulo e não tentar explicar o mundo no seu conjunto”.

Ferreira Fernandes (F. F.) – Acho que é uma boa definição.

G. – Porquê?

F. F. – Não há mais simples do que essa. Podia dar-lhe outra, também simples, a de ser repórter: ser repórter é ir, voltar e contar. Eu, se fosse professor de jornalismo, dava isso na primeira aula. No fim do curso [diria para] voltarmos e discutirmos. Acho que no fundo é isso. Eu sou adepto de que os jornalistas deveriam tirar o curso da vida.

G. – Foi até isso que disse que tirou, antes de ingressar no jornalismo.

F. F. – Essa frase é feita, é batida, mas é verdadeira. E eu não tirei um, tirei variadíssimos.

[Em relação à frase que disse antes], a do ‘ir e voltar’, refiro-a porque me parece evidente. É preciso ir, porque não basta ler o assunto. Graças a isso, existe uma coisa que é a reportagem, que não foi coisa que existisse sempre no jornalismo. É necessário olhar o outro, ver as coisas e ler jornais. Aquela definição que aqui trouxeste, que eu disse…

G. – … a de fechar o ângulo?

F. F. – Essa. Digo fechar o ângulo de uma maneira que tem de ser feita porque [o ângulo] é aquele. Se vamos com ideias de incluir muita coisa, porque já lemos muito acerca do assunto, podemos enganar. 

G. – Esse ângulo será sempre, necessariamente, subjetivo.

F. F. – Também, sim. Mas isso leva-nos a outra coisa: ser jornalista, pelo menos uma das suas funções, para mim, é incluir sempre o ‘eu’ de quem está a escrever. Em crónica, ele é evidente e é mesmo obrigatório, se não pode ser outra coisa, como um tratado de opinião ou um editorial, que são coisas que eu não faço sempre. 

Costumo dizer que, por imposição da administração, fui diretor do Diário de Notícias, porque quando me vieram pedir isso eu [disse] que era uma tolice. E não era uma tolice virem-me convidar a mim, é porque há uma tolice ainda maior: não terem convidado alguém que, daquela casa, era a pessoa mais adequada, que é a Catarina Carvalho.

Eles insistiram sempre [dizendo] que eu tinha mais nome e que precisavam [disso]. Eu, como era um jornal que estava em vias de fechar, em que era necessário encontrar soluções rápidas, depois de muito terem insistido – e quero dizer que foram dias, senão semanas –, eu disse: “Está muito bem, sou diretor.” Mas, de facto, disse, porque sou honesto nos contratos, que quem devia ser diretora era a Catarina Carvalho. Nunca escrevi um editorial durante o tempo em que lá estive. Quem escreveu foi sempre a Catarina. Eu continuei a fazer aquilo que sabia fazer e muito bem, que era crónicas e reportagens.

Fotografia de David Cachopo
G. – Não lhe agrada a função de coordenar equipas?

F. F. – Eu prestava a minha capacidade que não é a de coordenar. A Catarina faz isso, e tínhamos editores e jornalistas experimentados. [Por exemplo], o Paulo Pena, que nunca ocupa um cargo qualquer e que tinha a função de coordenar porque o faz como poucas pessoas que conheço na imprensa portuguesa. Aí prestava-me àquilo que eu sabia, que era o melhor que podia prestar. Se tinha o Paulo a coordenar essas funções, porque haveria de ser eu a fazer? O melhor disso é arranjar ideias para assuntos, e isso eu sei mesmo fazer, porque leio jornais, passo pelas pessoas...

Quando não percebo – e isso acontece muitas vezes – que aquilo é assunto, percebo que há ali qualquer coisa que precisa de ser explicada. E tenho sensibilidade para apanhar coisas que são mesmo profundas quando parece que não são.

G. – Acha que foi essa sensibilidade que fez diferença no seu percurso?

F. F. – O que me deu sensibilidade – e sobre isso não tenho dúvidas nenhumas –, o que me fez jornalista foi ter tido a sorte de nascer onde nasci, em Luanda, uma sociedade miscigenada e com vários cinzentos. Conhecer vários cinzentos é fundamental para quem quiser falar aos outros e comunicar.

Era uma cidade que, por ser muito interessante, me pôs a amá-la perdidamente – outra frase feita, mas que uso de forma propositada –, o que ela era, o que ela foi e o que eu pretendia que fosse. E acertei ao ter escolhido aquilo, sendo que ela não foi para o caminho que eu quereria que fosse. Mas tudo o mais, o seu passado, o seu interesse, as coisas que eu conheci, o mundo que ela augurava era absolutamente extraordinário.

G. – Portanto, atribui essa sensibilidade [jornalística] ao facto de ter nascido em Luanda e, particularmente, por ter sido na época em que foi? 

F. F. – A época que foi é má. Era uma época que tinha, em si mesma, coisas péssimas. Era uma sociedade colonial, portanto, era violenta a vários níveis. Naquele caso até nem era da maneira mais abrupta, mais bruta, mais violenta, pelo menos não na minha infância, mas no começo de eu ser rapazinho começou a ser. Começou a Guerra Colonial, e Luanda era uma cidade que era violenta no sentido em que todas as cidades coloniais o eram, mas tinham várias vivências superinteressantes. [...]

Quando eu vinha do meu bairro para me passear no centro da cidade e comprar livros de banda desenhada, normalmente brasileiros, passeava com interesse pela cidade, em ver o porto, ver os cafés e os bares, ver a cidade que subia para a fortaleza [...]. Mas quantas vezes eu saía de um bairro e entrava, antes de começar a descer as barrocas – uma espécie de desfiladeiro que há para a baía de Luanda – e ia ao último edifício da parte alta, que é o Cemitério de Alto das Cruzes, o velho cemitério de Luanda. Ia para ali porque gostava, em miúdo, de entrar no cemitério e de ver as diversas fotografias dos mortos e suas famílias.

G. – Fotografias de desconhecidos?

F. F. – Não eram desconhecidos. Aqueciam-me o coração de uma maneira muito forte porque, na maioria das famílias, havia o branco, depois havia a mulher, que era negra – normalmente era assim, não necessariamente sempre – depois vários filhos mulatos, famílias todas entrecruzadas.

[Eu via a imagem de] uma qualquer Maria Van Dunem que tinha nascido em 1700 e tal, já no século XVIII, e ficava encantadíssimo. E isto só significava uma coisa: eu, não percebendo ainda de política, onde estava e o que fazia, queria tanto àquele lugar que estava a descobrir as minhas raízes. Aqueles eram os meus. Aquelas famílias eram as minhas. Era aquilo que eu queria que fosse meu. E era. A minha música é essa, os meus jantares e almoços são esses, os meus amigos são esses e assim por diante.

***

Fotografia de David Cachopo
G. – Na primeira vez que falámos ao telefone, comentou que hoje escreve-se muita coisa sem atentar nas palavras. Nas suas crónicas, sempre teve cuidado com as palavras?

F. F. – Sim, nas palavras em geral. Procuro sempre quais são as melhores, aquelas que engatam melhor. Sobretudo gostaria de fazer como os grandes cronistas brasileiros fazem, que é tornar as palavras suficientemente coloquiais, de diálogo e fazer algo… Como um grande exemplo que eu dou sempre, de um jornalista com o qual – e isso é absolutamente menor – eu tenho várias divergências do ponto de vista ideológico, porque é um homem de direita: Nelson Rodrigues.

Escreveu variadíssimas vezes, na última página, crónicas quotidianas sobre assuntos relativamente menores, que são os maiores assuntos do dia a dia. Ele tinha o cuidado de, não só nas palavras que usa, mas também nas formulações, de, inclusivamente, enganar a pessoa que está a ler, exatamente por respeito a ela.

O exemplo que eu dou muitas vezes dele é aquele em que ele está a descrever uma cena do seu quotidiano, [na qual] vai por uma rua e virou para apanhar o ônibus e depois escreve assim: “Não… antes disso entrei num café para beber uma meia [de leite].” Quando estava a escrever ele sabia que tinha entrado ali, não foi [por acaso]. E fez isso porquê?

Eu lembro-me de ler uma crónica assim, como muitas dele. Senti o que ele me estava a dizer, estava a falar comigo. E senti-me tão honrado, porque ele está a contar uma coisa e quer-me prender a atenção. “Sei que vou entrar no ônibus e depois recuo. É só para ti que estou a falar.”

G. – É isso que procura nas suas crónicas? Ter essa honestidade?

F. F. – Essa maneira coloquial, natural de contar tem de ser própria das crónicas. Ou então tem de se encontrar alguns elementos que façam sobressalto.

Aquelas que são as mais bem construídas, são as [crónicas] em que o leitor percebe que se está a criar um determinado clímax para o qual está a ser conduzido, sem saber para quê e, de repente, sai para onde ele o conduziu. As melhores de todas são aquelas onde [ficamos à espera] que se vá dizer [algo] e, no fim, não diz nada.

De todas as maneiras, o que acontece sempre é contar, numa relação absolutamente a dois, pois, se eu estiver a ler aquilo em voz alta, não tem valor nenhum.

Fotografia de David Cachopo
G. – Eu sei que não aprecia fazer entrevistas e é um género que trabalhou pouco. Isso acontece por sentir que não há tanto essa relação a dois com o leitor? Já que, numa entrevista, fica mais reduzido a “espetador”...

F. F. – Sim. Eu espero sobretudo que a pessoa que me está a entrevistar seja uma pessoa tão interessante que o que eu quero é: ou fazer uma reportagem sobre ela, ou fazer uma crónica sobre ela.

Quem me tiver percebido sobre o que eu estou a falar agora, perceberá que eu, a atenção que reservo para aquilo que estaria a fazer numa entrevista não me permite… eu não sou desse género, de apanhar rapidamente [as deixas para fazer novas perguntas].

Eu gostaria, em crónica, de dizer que “a pessoa conduziu isto de maneira que insistiu [em determinado tema]”. Na entrevista, não sei se é tão rápido como isso. E vocês veem. Eu sou capaz de parar para pensar num nome de uma pessoa sobre quem já escrevi umas duzentas vezes. Sou capaz de não me lembrar. Portanto, numa entrevista poderia absolutamente acontecer que havia uma pergunta para fazer, e eu não dar por ela.

Uma vez estava no elétrico, no Largo do Rato e havia duas peixeiras. Já não me lembro se tinham peixe na cesta ou não, mas eram peixeiras. Elas vinham com o seu cabaz e estavam a falar muito alto. Há então um tipo que se põe a falar contra elas e contra os cabo-verdianos em geral. Eu não admito isso e fui diretamente até ele. E disse: “Oiça lá, eu vivi cinco anos em França, fartei-me de ver trabalhadores portugueses de todo o lado, por todo o lado, e você está a falar de imigrantes e a acusá-los?” Destaquei essa contradição e falei mesmo de uma maneira disparatada e violenta – a minha voz grossa normalmente faz acalmar as pessoas [risos]. O que aconteceu foi que, entretanto, eu arranjei mais argumentos e andei naquele elétrico durante sete dias para lhe os poder contar.

G. – Porque não pensou neles no momento.

F. F. – Porque não pensei nos melhores argumentos naquela altura. Portanto, não sou repentista. E, se não sou seguramente um bom entrevistador, também não sou um bom entrevistado. Não sou. Posso tentar mostrar, falar um pouco alto e de uma maneira rude para mostrar a minha honestidade na procura de raciocínio, mas muitas vezes não sou, e eu sei disso.

Fotografia de David Cachopo
G. – Há pouco falava de um jornalista que tem uma perspetiva ideológica diferente da sua, por ser de direita. É, então, de esquerda. Na sua opinião, é importante o leitor ter essa noção do posicionamento ideológico?

F. F. – Bem, depende bastante do género. Se eu fizer análise política, sim, é bom que a pessoa saiba mais ou menos, mas aí o essencial é a explicação ideológica que é dada, não é exatamente a pertença, embora nós todos tentemos sempre saber que [o jornalista] está a falar disto porque é assim ou de outra forma. Mas a definição da pessoa, para ler depois aquilo que está exposto, não. Eu já aprendi muita coisa com muita gente que não tinha [isso explícito]. [...]

G. – Acha que é possível ser-se neutro?

F. F. – Acho que não. Sobre as questões essenciais é bom que não se seja, de todo. De todo!

Fotografia de David Cachopo

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