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Festa do Jazz celebra 20 anos de “trabalho intenso” em dezembro

O maior festival português de Jazz realiza-se nos dias 16, 17 e 18 de dezembro e vai passar pelo Centro Cultural de Belém, pelo Picadeiro do Museu Nacional dos Coches e pela Livraria Ler Devagar, em Lisboa. Além dos concertos e do Encontro Nacional de Escolas, o evento conta também com debates e masterclasses.

Texto de Débora Cruz

Fotografia cortesia de Carlos Martins

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Nazaré da Silva Quinteto, Hugo Carvalhais, Salvador Sobral, Marco Mezquida, Joana Raquel e Miguel Meirinhos são alguns dos nomes que vão pisar os palcos da Festa do Jazz 2022. O Conservatório - Escola Profissional das Artes da Madeira, a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas - Hot Clube de Portugal, a Escola de Jazz do Barreiro e a Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra constituem também algumas das instituições que, nos dias 17 e 18 de dezembro, se vão reunir no Encontro Nacional de Escolas. 

Ao Gerador, o fundador e diretor artístico do festival, Carlos Martins, confessa que a evolução do evento ao longo dos anos permite asseverar que “a Festa do Jazz se confunde com a própria história do Jazz português nos últimos vinte anos”. O músico explica que o festival foi fundado com o objetivo de “criar uma comunidade de músicos” e “uma ideia de pertença” em torno do género musical que permitisse, por sua vez, construir um “conjunto alargado e inclusivo onde toda a gente possa ter uma palavra e dar a sua opinião, criar o seu momento e ter um protagonismo que enalteça o coletivo”.

Carlos Martins reitera que o Encontro Nacional de Escolas permitiu consolidar a relação do festival com o setor pedagógico do Jazz e, ao longo das edições, foi possível agregar, a nível nacional, “pessoas que já tinham uma prática muito avançada e consistente na área da performance e da pedagogia” em torno do género musical. Para o diretor artístico, a maior evolução que a Festa do Jazz permitiu foi a “noção, por parte dos performers e dos agentes portugueses de Jazz, de que só em rede é que trabalhamos efetivamente melhor, tendo em conta a pequena dimensão e a periferia de Portugal”.

Apesar das dificuldades a nível económico, da escassez de recursos humanos e da falta de locais dedicados ao Jazz ou com uma abertura anual regular de salas de espetáculo para concertos, Carlos Martins acredita que existe hoje uma “comunidade consolidada” que “sabe que tem de se juntar para poder ter alguma capacidade de resposta aos desafios” existentes. “Os agentes culturais e as escolas ligadas ao Jazz finalmente perceberam que têm de estar juntos”, explica o  fundador do evento.

Através do Encontro Nacional de Escolas, das residências artísticas e das masterclasses, a Festa do Jazz procura também estimular a criatividade dos estudantes e artistas. “A ideia profissionalizante tem-se revelado a maior desgraça do ensino”, explica Martins, “porque quando um ensino se dedica a preparar pessoas para ir trabalhar e a serem escravas do seu emprego, torna-se muito pouco interessante qualquer metodologia pedagógica [utilizada]”, reitera. “Na música, não procuramos estimular a pedagogia para que as pessoas tenham emprego, procura-se a pedagogia nesta área criativa para que as pessoas sejam mesmo isso, criativas, que sejam livres”, assevera o músico.

Sobre os debates programados para os dias 17 e 18 de dezembro, Carlos Martins adianta que no primeiro, intitulado “Cultura e Cidadania: Improvisação é Inclusão”, vai falar-se de inclusão social através do Jazz e da música improvisada. “Estamos no ponto de discutir se a palavra inclusão e social devem estar juntas porque [estes conceitos] trazem junto de si exclusão e particular”, defende o diretor. No segundo debate, intitulado “O Som de Lisboa: territórios acústicos e cidade”, vai discutir-se o modo como o som pode “gerar cidade e como pode transformá-la”, como pode torná-la “insuportável ou harmoniosa” e como “as paisagens sonoras podem criar ambientes mais criativos, desenvolvidos e democráticos”, elucida o músico.

Carlos Martins deseja que esta edição da Festa do Jazz seja uma “boa celebração de vinte anos de trabalho intenso”, realizado com “grande paixão e entrega”. Este é o último ano em que o fundador do festival é um dos programadores centrais e, por isso, espera que o evento continue a oferecer a sua contribuição no encontro de “soluções para questões que são importantes para o futuro da música improvisada portuguesa”.

Para consultares mais informações, podes clicar, aqui.

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