A arte como gesto de resiliência e esperança. É este o mote da 14.ª edição do FUSO - Festival Internacional de Videoarte de Lisboa, que decorrerá de 23 a 28 de agosto, nos “jardins e claustros dos museus” da capital. Neste âmbito, serão exibidos 13 vídeos, que estão a concurso e aos quais serão atribuídos dois prémios: um à obra eleita pelo júri e outro à obra favorita do público. A programação conta também com sessões curatoriais, realizando-se o festival “de forma gratuita e ao ar livre, em vários espaços de Lisboa”.
“Para esta edição, foram submetidas 193 obras e selecionadas 13, que vão ser apresentadas no dia 24 de agosto, na Praça de Carvão da Fundação EDP /MAAT”, explica a organização, em comunicado.
Foram escolhidos, é detalhado, vídeos dos artistas Gabriela Vaz-Pinheiro, Gui Athayde, Hoji Fortuna, Inês Norton, José Taborda, Júlio F. R. Costa, Léna Lewis-King, Leonor Sousa, Marcelo Moscheta, Maxime Martinot, Ricardo Leandro, Sara Carneiro e Tiago Bastos. O diretor artístico do festival e responsável por esta seleção, Jean-François Chougnet, destaca que foi aplicada uma “paridade estrita” entre homens e mulheres: há vídeos a concurso de seis mulheres artistas e seis homens artistas, bem como de um coletivo.
Quanto aos temas que são abordados nestas obras, o responsável avança que o ponto de partida é a reflexão decolonial, havendo vídeos que tratam este tema “de forma por vezes metafórica”. “Outras temáticas, tais como género, paisagem e tecnologia, são também muito relevantes no programa”, realça Jean-François Chougnet.
Aos vídeos a concurso, serão atribuídos dois prémios: o Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT para a melhor obra eleita pelo júri presidido por Margarida Chantre e o Prémio Incentivo Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, atribuído pelo público, “que consiste numa bolsa de estudos para frequência de um ano letivo de Projeto Individual no departamento de Cinema/Imagem e Movimento desta escola”, revela a nota divulgada pela organização.
Os vencedores serão conhecidos no último dia do festival, a 28 de agosto, no Museu da Marioneta, em Lisboa.
No site do festival, ainda não está disponível uma programação detalhada, mas já foram divulgados os locais onde serão promovidos os vários eventos: além do MAAT e do Museu da Marioneta, também o Castelo de São Jorge, o Palácio Sinel de Cordes, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o NowHere vão acolher iniciativas do FUSO. “Serão seis noites de videoarte gratuita em Lisboa”, resume a organização.
Criado em 2009, o FUSO é um festival que quer confrontar as linguagens “já canónicas” com as “mais contemporâneas” em vídeos que “cruzam as artes plásticas, a performance, o cinema, a literatura e os meios digitais”. “Em 2022, o FUSO quer realçar a possibilidade de existência da arte como um gesto de resiliência e esperança”, explicitam os responsáveis, que sublinham também a relevância do contexto pós-pandémico nessa reflexão.
O FUSO tem financiamento público e está inserido no programa Lisboa na Rua, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC. É uma produção da Duplacena e da Horta Seca, com direção artística de Jean-François Chougnet.