Conhecido pela sua música, pelas artes visuais, pelas festas temáticas ou pelos seus projetos comunitários, o Festival Iminente está de volta à Matinha para dar, novamente, visibilidade às diferentes expressões urbanas e à cultura urbana.
Ao longo de quatro dias, irás encontrar muitas atividades em que podes participar, mas também poderás contar com um cartaz que inclui mais de 65 atuações musicais de artistas nacionais e internacionais. Tal como referiu a diretora do festival, Carla Cardoso, a edição deste ano pretende voltar a cruzar “tendências do mainstream com movimentos emergentes, elevando a riqueza e a complexidade da cultura urbana”. Para além disso, os quatro palcos especiais existentes na edição anterior manter-se-ão este ano, incluindo o palco Cine Estúdio, onde irão atuar artistas como Shake Lion, Tristany, Batida, Progressivu e Piny.
Por outro lado, o número de artistas irá aumentar – serão mais de 100 – e existirão também algumas mudanças a nível da sustentabilidade. Carla Cardoso assume que “a pedagogia sobre os transportes públicos é fundamental” para que o público adote uma forma mais ecológica de chegar ao festival. Dentro do recinto, o plástico também é uma das principais preocupações da organização, sendo que o objetivo é aboli-lo na totalidade. A acrescentar a todas estas mudanças, pretende-se ainda melhorar os postos de reciclagem, de forma a terminar o evento “com o mínimo de impacto [ambiental] na cidade”.
O Festival Iminente procura apresentar ao público as diversas áreas da cultura urbana e ainda dar visibilidade aos novos artistas. No que diz respeito à música, o cartaz engloba diversos géneros musicais como o hip hop, o rap ou o funk. Entre os nomes emergentes está o americano Yasiin Bey, antes conhecido como Mos Def; a rapper americana Young M.A; Sam the Kid, acompanhado pela sua banda Orelha Negra; Prof Jam, um dos principais nomes do rap português; Carla Prata, que irá trazer o género R&B alternativo angolano-português; ou a cantora Sister Nancy, “que conta com mais de 40 anos de carreira, sendo a primeira mulher Dj jamaicana de dancehall”.
Para além da música, as artes visuais voltam a ganhar espaço, desta vez sob o tema “Playground” (ou “Recreio”). Tal como mencionou Pauline Foessel, curadora e programadora do festival, o principal objetivo deste novo tema é “dar espaço para as pessoas se divertirem. Quisemos trazer um espaço de liberdade para que o público possa voltar a ver o mundo como quando éramos crianças”. Misturando o néon, o mural, o papel e a luz, as instalações e as peças criadas pelos artistas procuram “dar uma visão sem preconceitos e com alguma ingenuidade”. Por outro lado, alguns artistas irão também realizar obras que “farão as pessoas refletir, principalmente sobre a questão da atual guerra”.


Kampus, artista plástico e um dos convidados do festival, inspirou-se no tema “Playground” para construir a sua obra. “O meu trabalho tem um carácter um pouco infantil e acho que isso se enquadrou bastante bem no festival”. A sua peça, de grande escala, reúne a animação digital, a escultura e a pintura, e pretende contar a história por detrás de um poema, também criado pelo artista. “A ideia foi criar uma personagem, neste caso um boneco amarelo que, por sua vez, estará a interagir com outros bonecos e com o espaço. Vou reunir vários componentes, algumas peças irão funcionar com o vento, outras serão espelhadas para interagir com o público. Inspirei-me mesmo no tema do playground, de maneira a que as pessoas o vejam como isso mesmo: um espaço onde tu és livre e podes fazer o que tu queres”. Visualmente, Kampus pretende que a sua obra transmita felicidade e se apresente como algo “alegre”, mas por outro lado, o artista quer que o público também consiga refletir sobre o mundo atual.
É de referir que o projeto “Bairros” continuará a ser dinamizado. Este inclui a organização de 16 workshops, de diferentes expressões artísticas, em quatro bairros de Lisboa: Alta de Lisboa, Bairro do Rego, Vale de Alcântara e Vale de Chelas. Desta forma, o Iminente não só promove a arte durante o festival, mas também fora dele, para que os jovens tenham a possibilidade de ter acesso à cultura. Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, declarou que “iniciativas como esta vêm reforçar o papel central que a cultura tem de ter no desenvolvimento sustentável das cidades e dos territórios”.
O Festival Iminente, mediapartner do Gerador, conta com o apoio da organização Cultural Affairs, um coletivo fundado pelo artista Alexandre Farto aka Vhils. Os bilhetes estão à venda no site do festival, na Ticketline ou nos locais habituais.